Sabedoria do Rebe

Rabi Menachem Mendel Schneerson – O Rebe de Lubavitch

Nosso Rebe nasceu em 11 de Nissan, 5662 (18 de abril de 1902) em Nicolaiyev na Ucrânia. Seus pais, o grande Cabalista Rabi Levi Yitzhak Schneerson e sua mãe, a Rabanit Hana Yanovsky, se casaram em Nicolaiyev em  13 de Sivan de 5660 (10 de junho de 1900).

O pai da Rabanit Hana, Rabi Meir Shlomo Yanovsky, era o rabino da cidade de Nicolaiyev, e Rabi Levi Yitzhak se tornou o Rabino de  Yecatrinoslav de 1907 a 1939. Hoje essa cidade se chama Dnipro, formalmente Dnipropetrovsk.

O Rebe com dois aninhos de idade 

Desde pequeno o Rebe era uma criança super dotada. Aos nove anos, o diretor do heider que era a escola Judaica religiosa local, disse a seus pais que não havia mais nada que pudesse lhe ensinar e seu pai que era um grande Cabalista se tornou o seu professor.

Em 1939 Rabi Levi Yitszhak foi preso pelo governo russo comunista por divulgar o judaísmo entre os judeus, e exilado para o vilarejo distante de Chiali no Kazakhstan.

Devido aos grandes sofrimentos que passou, ele faleceu em 20 de Menachem-Av, 1944, aos 66 anos, em Alma Ata que é a cidade vizinha ao vilarejo onde ele estava exilado.

 

דעֶר פריעֶרדיקעֶר רבי

O Rebe Anterior 

O sogro do Rebe

Rabbi Yosef Yitzchak Schneersohn (1880-1950).

O Rebe se encontrou com o Rebe Yossef Yitzhak Schneerson, o sexto Rebe de Lubavitch, em  1923, em Rostov na Rússia.

Rabi Yossef Yitzhak foi o Sexto Rebe de Lubavitch. Ele nasceu na cidade de Lubavitch no dia 12 de Tamuz. Esse dia também se tornaria 47 anos mais tarde a data de sua libertação.

O Trabalho Divino da geração anterior era a resistência. Ou seja, permanecer judeu fiel ao judaísmo em situações drásticas. Essa era a missão do Rebe e isso foi o que marcou a sua vida.

O Rebe anterior recebeu essa missão no testamento de seu pai, Rebe Shalom Dover, o quinto Rebe de Lubavitch, que lhe repassou a difícil missão de fortalecer o judaísmo em uma época em que tudo levava a crer que ele desapareceria.

O império russo se tornou a união soviética que tinha como ideal o ateísmo e o materialismo, e como meta apagar todos os vestígios de que D’us criou o mundo.

O governo impôs um enorme temor sobre o povo e deixou claro que se há alguém que dirige o mundo são eles.

E o judaísmo que representava o oposto disso, se tornou o principal problema para essa ideologia ateísta que se sentia toda poderosa em um país onde todos tinham medo de tudo

Para assimilar o nosso povo e transformá-los em ateus materialistas, o governo criou uma repartição formada por judeus anti religiosos com o objetivo de divulgar a mentira de que um judeu pode ser ateu e mesmo assim continuar sendo judeu, e para isso eles fizeram até um estado para a etnia judaica na Rússia asiática.

Essa repartição foi chamada de Yevsketzia. A Yevsketzia  era uma repartição judaica do partido comunista e tinha como objetivo a assimilação do nosso povo dentro da cultura russa soviética.

Eles fizeram um jornal em Yiddish chamado “Emes” que em Yiddish quer dizer verdade. Sendo que um jornal chamado verdade mas que tudo o que está escrito nele é mentira, não era o suficiente para assimilar um povo inteiro, eles apelaram para a força.

Essa repartição governamental chamada de  Yevsketzia que era totalmente formada por judeus anti religiosos, chegou a conclusão de que o sexto Rebe de Lubavitch, Rebe Yossef YItzhak, era o responsável pelo fortalecimento do judaísmo dentro de toda a união soviética.

Para conseguir alcançar o objetivo de assimilar o nosso povo e transformá-lo em ateus materialistas, eles precisavam destruir o judaísmo.

O Rebe Yossef YItzhak era o principal fortalecedor do judaísmo na união soviética, e por causa de suas atividades para preservar o Judaísmo em toda a União Soviética, o Rebe foi preso.

Na terça-feira, 14 de Sivan de 5687 (14 de junho de 1927) Rabi Yossef Yitzhak foi preso pelos agentes da Yevsketzia, oficialmente  “Seção Judaica” do Partido Comunista.

Primeiramente ele foi condenado à morte.

Uma pressão internacional forçou os soviéticos a comutar essa sentença, e em 3 de Tamuz a pena de morte foi trocada por uma sentença de exílio no interior da Rússia.

Em 12 de Tamuz de 1927 Rabi Yossef Yitzhak Schneersohn, foi oficialmente liberado desta sentença também. Mas a liberdade em si ocorreu somente no dia 13 de Tamuz.

Três meses depois ele se mudou para o país vizinho, Látvia por causa do perigo que permaneceu sobre ele na união soviética.

Por isso os dias 12 e 13 de Tamuz são celebrados como “uma festa da libertação” pela comunidade Chabad-Lubavitch.

A filha do Rebe Yossef YItzhak 

A Rabanit Haya Mushka 

A Rabanit Haia Mushka era uma grande erudita da Torá e junto com isso ela era uma pessoa de extrema humildade.

Rebetsin Chaya Mushka (1901– 1988)

A Rabanit de Lubavitch 

25 Adar 5661-1901, 22 de Shvat de 5748 – 1988

A Rabanit Haya Mushka nasceu no Shabat 25 Adar, em Babinovitch, nas proximidades de Lubavitch.

A pedido de seu avô, o Rebe Rashab, ela recebeu o nome da esposa do Tzemach Tzedek que foi o terceiro Rebe de Lubavitch

Quando ela nasceu, seu avô, o Rebe Rashab, estava no exterior. Ele enviou para seu filho, o Rabbi Rayatz, a seguinte carta:

“Com muita alegria, eu recebi hoje o telegrama que anuncia que minha nora teve um filho. Eu expresso minha bênção do Mazal Tov para vocês, para sua filha que acaba de nascer, Mazal Tov, Mazal Tov.

Se vocês ainda não lhe deram um nome, devem chamá-la de Haya Mushka. Me avisem qual nome foi dado, em um bom momento.”

Quando ele ficou sabendo qual nome ela tinha recebido, o Rebe Rashab escreveu mais uma vez:

“Eu expresso minha bênção do Mazal Tov a vocês pelo nome que vocês deram à minha neta, sua filha, que se chama Haya Mushka.

Possa D’us fazer com que ela viva longos dias e bons anos, espirituais e materiais.

Ela será uma mulher virtuosa, que temerá D’us sinceramente, e que vocês tenham dela muita satisfação, espiritual e material”.

Desde jovem, a Rabanit se destacou por sua santidade e sua pureza, na casa de seu avô, o Rebe Rashab e na casa de seu pai, o Rabbi Rayats, que dedicava um afeto especial por ela.

Na quinta-feira, 22 de Shvat, 4 de fevereiro, 22 de Shvat de 5748 – 1988 a esposa do Rebe, Rabanit Chaia Mushka, filha do Rebe Yossef Yitzhak de Lubavitch conhecido como Rebe Rayats , deixou este mundo.

A Rabanit Chaya Mushka era a segunda filha do Rebe Rayats. Ela distinguiu-se pelo seu profundo conhecimento da Torá, sua grande inteligência e seu comportamento majestoso.

Seu sentido de humor refinado e sua atitude positiva com cada detalhe a tornavam agradável a todos. Ela assumia sua missão com uma profunda humildade.

O Rebe observou que o Rebe Rayats havia deixado este mundo em Shvat, bem como sua avó, a Rabanit Rifka, sua mãe, a Rabanit Shterna Sara e sua filha, a Rabanit Chaya Mushka.

Existe ainda outro laço entre as três Rabaniot. Quando a Rabanit Rifka deixou este mundo, pediu um copo de água e imediatamente devolveu a alma.

Assim também ocorreu com a Rabanit Shterna Sara que, exatamente antes de morrer, também pediu um copo de água.

E a Rabanit Chaya Mushka fez o mesmo pedido pouco antes de deixar este mundo.

Certa vez, as mulheres de Chabad enviaram um buquê de flores à Rabanit na ocasião do seu aniversário.

Também lhe dirigiram uma lista com o nome de mulheres que tinham necessidade de uma bênção.

O secretário recebeu o buquê e transmitiu a carta ao Rebe que, observando o envelope, viu inscrito no mesmo o nome da sua esposa.

Pediu então que ele fosse transmitido à Rabanit, mas o secretário explicou que se tratava de uma lista de pessoas solicitando uma bênção.

O Rebe disse então:

“Ela pode igualmente abençoar.”

Durante o processo que estabeleceu a propriedade dos livros da biblioteca Lubavitch, a Rabanit foi convidada para testemunhar.

O advogado da parte contrária perguntou-lhe:

“O que a senhora pensa? A quem pertencem esses livros? Ao vosso pai ou aos Chassidim?”

A Rabanit respondeu: -“Meu pai e todos os seus livros pertencem aos Chassidim.”

Essas palavras exerceram uma profunda impressão sobre o juiz e foram determinantes para a vitória final.

O Rebe fez esse relato na saída do Shabat da Parashá Terumá 5748-1988, após os sete dias de luto.

A Rabanit deixou este mundo na quarta feira da Parashat Mishpatim, 22 de Shvat 5788-1988, após uma curta enfermidade.

Seu enterro ocorreu algumas horas após o seu decesso, na presença de quinze mil pessoas. Ela está enterrada ao lado do túmulo da sua avó, a Rabanit Sh

terna Sara e em frente ao túmulo do seu pai, o Rebe Rayats.

“Rebetsin” é um título em iídiche derivado da palavra hebraica “rabino”. Geralmente conota uma mulher casada com um rabino e/ou sábia e instruída por esfoço e mérito próprio. Rebetsin Chaya Mushka Schneerson era a segunda de três filhas do Rabino Yosef Yitzchak (o sexto Rebe de Chabad) e Rebetsin Nechama Dina Schneersohn. Seu marido, um primo distante, tornou-se o sétimo Rebe, Rabi Menachem M. Schneerson.

A Rebetsin Chaya (Moussia) Mushka Schneerson nasceu em Babinovich, próxima à cidade russa de Lubavitch no Shabat, 25 de Adar, 1901. Era a segunda das três filhas do Sexto Rebe de Lubavitch, Rabi Yossef Yitschac Schneersohn.

Quando nasceu, seu avô, o Quinto Rebe de Lubavitch, Rabi Shalom DovBer, que estava no exterior, telegrafou ao pai dela nos seguintes termos: “…Mazal tov pelo nascimento de sua filha… se ela ainda não recebeu um nome, deve se chamar Chaya Mushka (o nome da esposa do Tzemach Tzedek).”

Desde seus tenros anos, a Rebetsin absorveu a pureza e santidade que a rodeava, tanto na casa de seu avô quanto na de seu pai.

Quando ela nasceu (25 de Adar de 1901), seu avô, o quinto Rebe Chabad, Rabino Shalom DovBer, estava viajando para o exterior e ele telegrafou para seu pai:

“… Mazal tov pelo nascimento de sua filha… se ela ainda não recebeu um nome, ela deveria ser chamada Chaya Mushka (o nome da esposa do Tzemach Tzedek [o terceiro Rebe Chabad]).”

Entre familiares e amigos próximos, ela era conhecida como “Mussia”, um equivalente russo/iídiche de Mushka. Nos documentos legais estava escrito: Moussia.

Ela Incentivou Suas Amigas a Acenderem velas de Shabat

Desde cedo ela seguiu o costume (que seu marido mais tarde transformou em uma campanha internacional) de que as meninas acendessem uma única vela de Shabat, mesmo antes do casamento.

Ela incentivava suas amigas a acender também, independentemente de havia precedentes para agir assim em suas famílias.

Enquanto o comunismo apertava o cerco e perseguições à comunidade judaica, Rabino Yosef Yitzchak corajosamente liderou a luta para manter a observância judaica e o estudo da Torá. Então, com 20 e poucos anos, Chaya Mushka estava ao lado de seu pai em seu ativismo.

Equilibrada e corajosa, seu pai a autorizou a agir em seu nome em todos os assuntos.

Quando os soviéticos prenderam seu pai e o condenaram ao exílio na distante Kostroma, ela o acompanhou a seu pedido. No dia 12 de Tamuz, ela foi a portadora da boa notícia da libertação de seu pai.

Enquanto morava em Rostov, ela contrabandeava regularmente comida e velas para a yeshivá Novardok, uma instituição não chassídica de aprendizado de Torá localizada na cidade.

Seus Sogros Não Puderam Comparecer ao Seu casamento. No outono de 1927, no dia seguinte a Simchat Torá, a família Schneersohn deixou a União Soviética e mudou-se para Riga, Letônia. Chaya Mushka já estava noiva do rabino Menachem M. Schneerson, que deixou a Rússia com sua família.

O casamento ocorreu em Varsóvia em 1928. As autoridades não permitiram que os pais do Rebe, Rabi Levi Yitzchak e Rebetsin Chana Scheerson, deixassem a União Soviética, e eles realizaram uma celebração paralela em seu apartamento em Dnepropetrovsk (Yekatrinoslav), que durou ao longo da noite.

Logo após o casamento em Varsóvia, na Polônia, o casal recém-casado se estabeleceu em Berlim, mas com a ascensão do nazismo, mudou-se para Paris. Em maio de 1940, a França foi invadida por forças alemãs e, como muitos judeus franceses, o casal fugiu para Nice, no sul da França.

Durante a fuga, houve um bombardeio devastador. Enquanto as pessoas corriam em todas as direções, Chaya Mushka notou uma bomba indo em direção a um homem ao lado dela.

Empurrando-o rapidamente para o chão, ela salvou sua vida. Recontando essa história décadas depois, a Rebetsin disse: “É verdade, eu salvei a vida dele, mas para derrubar um judeu é preciso fazer teshuvá”.

Ela e Seu Marido Perderam Irmãos Vítimas do Nazistas

Embora Chaya Mushka e seu marido tenham chegado às costas americanas na primavera de 1941, sua irmã mais nova, Sheina, e seu marido, o rabino Menachem Mendel Horenstein, ainda estavam presos na Polônia. Após a guerra, descobriu-se que eles morreram nas câmaras de gás de Treblinka.

Quando a guerra estourou, seus sogros estavam na aldeia de Chiili, (atual Shieli) Cazaquistão, onde o rabino Levi Yitzchak foi forçado ao exílio como punição por seus esforços em prol do judaísmo. Ironicamente, isso os salvou do ataque nazista. Seu filho, DovBer, no entanto, foi assassinado pelos nazistas e enterrado em uma vala comum.

Após o falecimento de seu pai em 1950, a liderança do movimento Chabad-Lubavitch mundial passaria para o marido de Rebetsin Chaya Mushka. Apesar do Rebe inicialmente relutar em aceitar o manto da liderança, foi sua esposa, a Rebetsin, que, apesar do grande sacrifício pessoal que isso acarretaria, finalmente o convenceu a assumir o cargo.

Após a morte de seu pai em 1950, a liderança do movimento Chabad-Lubavitch mundial passou para o marido de Rebetsin Chaya Mushka. Apesar de sua recusa inicial em aceitar o manto, foi sua esposa, a Rebetsin, que, apesar do grande sacrifício pessoal que isso acarretaria, finalmente o convenceu a aceitar o cargo.

Por décadas, o Rebe chegou ao seu escritório no meio da manhã e lá permanecia até bem depois da meia-noite. Nas noites em que recebia pessoas para audiências privadas (yechidut), o Rebe costumava chegar em sua casa às sete da manhã. Auxiliares e confidentes lembram que a Rebetsin muitas vezes ficava acordada a noite toda, pronta para receber seu marido.

Ela se Orgulhava das campanhas de Seu Marido

Aqueles que conheciam a Rebetsin atestam que ela se orgulhava muito das campanhas de Mitsvá iniciadas por seu marido; ela, mais do que ninguém, compreendia o pensamento que estavam incutidos neles.

Ela costumava se referir a si mesma como ‘Sra. Schneerson’

A Rebetsin Chaya Mushka evitava os holofotes e raramente aparecia em público, onde sem dúvida seria recebida como a reverenciada Rebetsin. Em vez disso, ela optou por permanecer dentro de um pequeno círculo social onde seria tratada com discrição. Ao fazer ligações telefônicas, ela geralmente se referia a si mesma simplesmente como “Sra. Schneerson da President Street.”

Ela Não Foi Abençoada com Filhos, Mas Possuía Milhares de Descendentes

A Rebetsin não tinha filhos, mas quando uma criança a visitava em sua casa e lhe perguntava: “Onde estão seus filhos?” ela respondia que os chassidim, aqueles que seguiram os caminhos ensinados por seu marido, eram seus filhos.

Certa ocasião, a Organização das Mulheres de Lubavitch lhe enviou um buquê de flores, junto com uma lista de pessoas para as quais foram solicitadas bênçãos. Deixando de lado as flores para a Rebetsin, o secretário passou a carta ao Rebe que, observando que era endereçada à sua esposa, pediu ao seu secretário que a entregasse a ela, dizendo: “Ela também pode dar bênçãos”.

A Rebetsin faleceu na quarta-feira, 22 de Shevat, em 1988, após uma breve doença. Seu enterro ocorreu algumas horas depois na seção Chabad do Montefiore Cemetery no Queens, Nova York. Pouco antes de sua morte, Rebetsin Chaya Mushka pediu um copo de água. Depois de recitar a bênção, “… por cuja palavra todas as coisas vêm a existir”, ela devolveu sua alma ao seu Criador.

A data de seu falecimento foi posteriormente escolhida para anualmente ocorrer a Conferência Mundial (Kinus HaShluchot) das mulheres emissárias de Chabad Lubavitch.

Após o falecimento da Rebetsin, o Rebe solicitou que as meninas recebessem o nome dela. Até hoje, milhares de jovens levam orgulhosamente o n

ome de Chaya Mushka, continuando seu legado de devoção e inspiração.

O casamento do Rebe

Em 14 de kislev (27 de novembro de 1928) o Rebe se casou com a Rabanit Haya Mushka (1901-1988), que era segunda filha do Rabi Yossef Yitzhak.

O casamento do nosso Rebe com a Rabanit Haya Mushka aconteceu em Varsóvia, Polônia, na terça-feira à tarde, em 14 de Kislêv de 1928.

Centenas de hassidim da Polônia , da Lituânia e da Rússia Branca vieram para o casamento, e também grandes Rebes e grandes rabinos.

Logo após o casamento, o pai da Rabanit Haya Mushka, o Rebe Yossef Itzhak, pediu para o jovem casal morar em Berlim que era naquela época a capital intelectual da Europa Ocidental.

Em Berlim o Rebe atuou como Tzadik Nistar, um Tzadik oculto. Tudo o que o jovem casal fez em Berlim foi orientado pelo seu sogro. Uma dessas missões ocultas foi o fato de o Rebe ter ido estudar na universidade de Berlim.

Rabi Yossef Ber Soloveichik também se encontrava em Berlim naquela época e os dois estudaram na universidade juntos.

Rabi Soloveichik contou que o Rebe trazia uma Guemará ou outros livros sagrados nas aulas da universidade, e o colocava o livro  dentro dos livros da universidade.

Uma vez um dos professores viu que o Rebe estava lendo um livro judaico no  falta no meio da sua palestra, e disse ao Rebe:- “você pode repetir alguma palavra daquilo que eu disse?” Humildemente, o Rebe se levantou e repetiu a palestra inteira, palavra por palavra!

Em 1933 o Rebe teve que deixar a Alemanha por causa do nazismo. Em Heidelberg o Rebe recebeu um diploma de engenharia superior, e de lá o jovem casal se mudou para Paris.

Em Paris o Rebe entrou na universidade de Sorbonne e recebeu um diploma de engenharia mecânica, com especialização em engenharia naval.

Em Paris o Rebe dava aulas de Guemará, e o rabino Eliyáhu Reichman contou que quando era jovem participava todo dia da aula de Guemará do Rebe.

Uma vez, depois da aula, foram à estante do Rebe para ver o livro de Guemará que ele estava usando para dar a aula, e descobriram que o livro do Rebe não era aquela Guemará que o Rebe estava ensinando.

Ou seja, para que os alunos pudessem usar a Guemará certa, o Rebe usava outro livro, fingia que estava lendo aquela Guemará, mas na verdade ele estava falando tudo decor!

O estudo na universidade de Berlim e Sorbonne ajudou o Rebe a resolver dúvidas halá’hicas que surgiram com a fundação do Estado de Israel nos anos posteriores, problemas halá’hicos que não existiram antes disso, aí entendemos porque o Rebe teve que estudar nesses lugares.

Muitos desses problemas foram em relação à frota israelense de navegação. Os capitães dos navios alegaram que um navio com tripulação de judeus poderia viajar no Shabat por motivos de perigo de vida.

Sendo que eram problemas de segurança em alto mar, o Rebe era obrigado a ter um diploma de engenharia mecânica e naval de uma universidade renomada para que a sua opinião disse levada em conta pelos responsáveis pela frota.

O Rebe publicou que a alegação de que certos trabalhos proibidos poderiam ser realizados automaticamente no navio, e de que o navio não poderia parar no meio do mar, demonstrava não somente a ignorância do capitão do navio em relação aos princípios halá’hicos sobre trabalhos automáticos, mas também uma ignorância total em relação à engenharia naval.

Com esses diplomas o Rebe conseguiu convencer os rabinos de Israel a não acreditarem nas justificativas dos capitães dos navios israelenses que tinha outros interesses e se aproveitavam da ignorância do rabinato em relação à engenharia naval para acionar os navios no Shabat e até destilar água do mar para o consumo dos passageiros no meio do próprio Shabat .

O Rebe anterior, Rabi Yossef Itzhak, o Rayatz 

Em 1950, Rabi Yossef Itzhak faleceu. Devido a sua extrema humildade, o Rebe não se achava digno de ocupar o lugar do seu sogro. Somente um ano depois do falecimento do rebe anterior,  no dia 10 de Shevat de 5710, (28 de janeiro) ele finalmente aceitou o título de “Rebe de Lubavitch” que era o título do seu sogro

Em seu primeiro discurso como Rebe, ele afirmou que a missão da nossa geração é a de trazer Mashiach (Messias).

O Rebe organizou um corpo de shlu’him – emissários de Lubavitch – e os encarregou de estabelecer centros Chabad-Lubavitch no mundo.Hoje milhares de instituições Chabad-Lubavitch cobrem o planeta.

Além de se preocupar com cada um e com cada uma de nós, o Rebe dava atenção especial a órfãos e viúvas de soldados israelenses, as crianças de Chernobyl, entre outros. Mais de 1300 crianças recebem tratamento médico em Kfar Chabad e até chegar a criança 1.000 eu trabalhei pessoalmente nesse projeto.

Para os meninos órfãos, são celebradas anualmente cerimônias de bar-mitsvá, no Muro das Lamentações. Além disso, foram criados vários centros de reabilitação para pessoas viciadas em drogas.

O Rebe estabeleceu cerca de 60 instituições de ensino judaico na Comunidade dos Estados Independentes e na Letônia. Centenas de emissários visitam regularmente e muitos outros estabelecem lá suas residências para promover as atividades judaicas. A organização Ezrat Achim envia toneladas de alimentos para os judeus destes países.

O Rebe foi quem iniciou o movimento de Teshuvá que é o retorno ao judaísmo autêntico, através de uma forma revolucionária de difundir o judaísmo para todos os judeus com a sua famosa campanha das Mitzvót:

“Campanhas das Mitzvót” a campanha das boas ações.

1- Amar ao próximo

Rabi Akiva (um dos grandes Sábios do Talmud) explicou que amar o irmão judeu é “um dos princípios mais importantes da Torá”. Uma campanha para Ahavat Yisrael significa fazermos um esforço para que nosso pensamento, palavra e ação seja permeado com um real interesse e sensibilidade pelo bem-estar de nossos irmãos judeus. O Báal Shem Tov ensinou que o indivíduo deve ter Ahavat Yisrael até por um judeu que nunca viu na vida. O raciocínio por trás disso é explicado no capítulo 32 do Tanya.

2.Educação judaica

A campanha para a educação de Torá procura envolver toda criança judia num programa educacional que ensinará o que significa viver como judeu. A educação não é somente para crianças; os adultos são encorajados a se matricularem em grupos de estudo e seminários de acordo com sua educação e conhecimento.

3.Estudo de Torá

A Torá é o meio de comunicação através do qual D’us permite ao homem conhecê-Lo e servi-Lo. A campanha pelo estudo de Torá encoraja cada indivíduo a estabelecer um horário fixo para estudar Torá todos os dias, de modo que nosso crescimento espiritual possa ser sistemático e dirigido.

Rabi Shneur Zalman de Liadi explicou que o estudo de Torá deveria ser fixo não apenas no tempo mas também na alma. Seria um eixo ao redor do qual gira todo o espectro da nossa experiência do dia-a-dia.

4.Tefilin

A Torá descreve o tefilin como um sinal, uma declaração pública do compromisso judaico. Ao colocar tefilin diariamente, um indivíduo expressa seu sentimento básico de identidade judaica. Os tefilin são colocados no braço, de frente para o coração, e sobre a cabeça. Isso significa a conexão dos poderes emocionais e intelectuais do homem ao serviço de D’us.

As correias, que vão do braço até a mão e da cabeça até as pernas, significam a transmissão da energia intelectual e emocional para as mãos e pés, simbolizando a ação.

Nossos Sábios explicam que o versículo: “E todas as nações do mundo verão que o nome de D’us está sobre vocês, e eles os temerão”, aplica-se ao tefilin.

Os tefilin são um meio de trazer segurança aos judeus na era atual e apressar a vinda da suprema segurança, que será vivenciada quando Mashiach chegar.

Rebe instituiu esta campanha na véspera da Guerra dos Seis Dias, e requisitou especificamente que os soldados das Forças de Defesa Israelenses colocassem tefilin, pois isso os protegeria na batalha.

5.Mezuzá

“E vocês os inscreverão nos batentes de suas casas e sobre os seus portões.” (Devarim 6:9, 11:20)

Uma mezuzá casher é um pequeno rolo de pergaminho, escrito à mão por um escriba especializado, contendo duas passagens bíblicas, uma delas o Shemá Yisrael. No lado oposto do pergaminho estão escritas as três letras hebraicas, Shin, Dalet e Yud. Isso é um acrônimo para as palavras hebraicas que significam: “Guardião das portas de Israel”. Uma mezuzá é afixada do lado direito de toda porta da casa (exceto a do banheiro), e protege seus habitantes ao entrarem e saírem de casa.

Uma mezuzá designa uma casa (ou aposento) como judaica, lembrando-nos da nossa conexão com D’us e nosso legado.

Ao colocá-la no batente, declaramos que esta é uma casa ou aposento onde a palavra de D’us e Sua Torá influenciam nosso comportamento, assim tornando a morada sagrada.

Os tefilin e as mezuzot precisam ser certificadas como casher por um escriba autorizado. Precisam também de uma conferência periódica. Em muitos casos, quando o Rebe recebia um pedido de bênção (especialmente em questões de saúde), ele sugeria que os tefilin e mezuzot fossem examinados.

6.Tzedacá

Devemos doar aos outros por um senso de responsabilidade, entendendo que aquilo que temos também é um presente de D’us, confiado a nós com um propósito: ajudarmos os outros.

Nossa prosperidade é um fundo que devemos dirigir e generosamente partilhar com aqueles que precisam. A campanha de tsedacá clama por um aumento na doação, bem como a colocação de uma caixa de tsedacá visível para servir de lembrete para doar com freqüência, todos os dias da semana, exceto Shabat e Yom Tov, quando antecipamos este ato colocando tsedacá antes do horário de acendimento das velas.

Nossos Sábios disseram: “A tsedacá é notável, porque aproxima a Redenção.”

7 . Um lar repleto de livros judaicos

ambiente ensina. Aquilo que você tem em casa ajuda a determinar que tipo de lar você terá. Ao ter livros judaicos à vista em casa, sua família e os visitantes serão motivados a usá-los. Além disso, sua própria presença nos lembra seu conteúdo e a importância dos valores judaicos. Obviamente, quanto mais livros, melhor. No entanto, sugerimos um mínimo de um Chumash (os Cinco Livros de Moshê), um Tehilim (Livro dos Salmos) e um Sidur (livro de orações).

8. Acendimento das velas de Shabat e Yom Tov 

Shabat é um dia de luz; um dia com padrão diferente dos demais dias comuns da semana. Todo Shabat é um precursor da Era de Mashiach. O acendimento das velas 18 minutos antes do pôr-do-sol introduz e inspira este estado de conscientização. A responsabilidade pelo acendimento das velas e por induzir esta mudança de perspectiva cabe à mulher. É ela também que dá as boas vindas à Rainha Shabat ao lar. Meninas a partir dos três anos também são encorajadas a acenderem sua própria vela, para que tomem parte na criação deste ambiente.

9. Comida kasher

Comer comida casher permite que nos identifiquemos com nosso Judaísmo num nível básico e fundamental. Quando nosso envolvimento judaico está limitado à prece, estudo ou atos rituais específicos, ele é espiritual, acima da nossa realidade do dia-a-dia. Mas quando você se alimenta de maneira diferente porque é judeu, seu compromisso é não apenas metafísico, mas uma parte integrante de seu próprio ser.

A observância da Cashrut consiste em comer apenas alimentos casher em casa e fora dela. Significa também não comer juntos laticínios e alimentos à base de carne, e separar louças, talheres e utensílios para carne e leite.

10 – Pureza Familiar ,  Taharat Hamishpachá

As atitudes e práticas que a Torá prescreve para a vida conjugal – ajudam a desenvolver uma comunicação genuína e o amor entre marido e mulher, e trazem ao mundo filhos saudáveis e amorosos.

Casais de todas as esferas da vida adotaram esta mitsvá como um meio para realçar e enriquecer sua vida conjugal. É necessário consultar um rabino para saber os detalhes destas leis.

A colocação dos Tefilin, o acendimento das velas de Shabat e Yom Tov pelas mulheres judias, a kashrut, a prática da Tzedaká, a educação baseada na Torá, entre outras.

Na época foi duramente criticado, enfrentando forte oposição, ao dizer que esta era a única maneira de salvar o judaísmo da assimilação. Suas campanhas inovadoras hoje servem de modelo a diversas instituições judaicas que atraem judeus de volta a sua herança exatamente como o Rebe já fazia há 5 décadas.

Sua preocupação com a educação e o futuro da humanidade foi reconhecida nos Estados Unidos. A data de nascimento do Rebe, 18 de abril,(11 de Nissan) foi transformada pelo Presidente Ronald Reagan em “Dia Nacional da Educação”.

Previsões

Entre as previsões que fez sobre situações mundiais as que mais repercutiram foram a abertura da Cortina de Ferro, com a emigração maciça de judeus soviéticos para Israel, ao alertar o governo israelense para a construção de casas e condições de emprego para estes judeus. E isto aconteceu numa época em que tal possibilidade era impensável.

Outra previsão fantástica: durante a Guerra do Golfo, em 1991, o Rebe foi o único a dizer que esta guerra não atingiria o povo judeu, declarando que as máscaras de gás não seriam necessárias. Ele declarava isso enfaticamente mesmo durante o contínuo bombardeio de scuds sobre israel, pois lá “é o lugar mais seguro do mundo.”

Conscientizou sobre a iminente vinda de Mashiach (Messias) e da importância de “recepcioná-lo” apropriadamente, principalmente através de um estudo intensivo dos assuntos relativos à era messiânica, contidos na Torá, Talmud, e outras fontes judaicas, como no código de leis de Maimônides.

Todos os domingos o Lubavitcher Rebe costumava receber e abençoar as vastas multidões que vinham buscar as suas palavras de sabedoria e bênção. A cada uma das milhares de pessoas que o procuravam entregava uma nota de um dólar para ser doada a uma instituição de caridade à critério da pessoa. Além de pessoas comuns, diversas personalidades judias e não-judias pediam seu conselho e bênção.

Alguns ensinamentos do Rebe

A finalidade de toda a Criação é declarada quase que imediatamente na hora do Gênesis: E D’us disse: “Que haja Luz!” O propósito da Criação é que todo o mundo – até a escuridão – se transforme em luz.

Lutar contra o mal é uma atividade muito nobre quando necessária. Porém não é nossa missão na vida. Nosso trabalho é trazer mais luz.

O Baal Shem Tov nos conta que em tudo que uma pessoa vê ou ouve neste mundo, deve encontrar um ensinamento sobre como o Homem deve servir a D’us. Na verdade, este é todo o significado do serviço a D’us.

Quando as coisas não dão certo, confie em D’us e fique calmo. Mesmo que tenha sido tudo por sua culpa e você mereça o que está recebendo, confie em D’us que tudo é para o bem, e permaneça calmo.

Quando Ele vê o quanto você confia Nele, Ele transforma tudo para o bem.

Confiar no Único D’us não significa esperar por milagres, significa ter confiança naquilo que você está fazendo agora mesmo. Porque você sabe que Ele o colocou no caminho certo e tudo que você fizer estará repleto com energia Divina e bênçãos do Alto.

Muitas pessoas que escreveram ao Rebe falando sobre seu desespero receberam uma resposta semelhante a esta:

O desespero é totalmente oposto a tudo aquilo em que acreditamos – em outras palavras, uma negação da realidade. É negar que existe um D’us que dirige toda a Sua criação e observa cada indivíduo, e assiste cada um naquilo que deve realizar.

Você pergunta: “Como posso ser feliz?” Certo, você não pode controlar a maneira como se sente, mas tem controle sobre o seu pensamento, fala e ação conscientes. Faça algo simples: Cultive bons pensamentos, fale coisas boas, e comporte-se como uma pessoa alegre – mesmo que por dentro não se sinta totalmente assim. Com o tempo, a alegria interior da alma vai se manifestar.

Onde seus pensamentos estão – é onde você está, você por inteiro. Tente estar sempre em locais bons.

O estado natural do Homem, a maneira em que D’us o criou, é ser feliz. Observe uma criança e você verá.

O intelecto e o entusiasmo são dois mundos: o intelecto, um mundo frio e sereno, e o entusiasmo, um mundo efervescente e impetuoso (impulsivo).

Esta é a avodá, o trabalho Divino do homem: integrá-los para que sejam um.

Nesse momento a impetuosidade se converte em aspiração, e o intelecto torna-se um guia para uma vida de avodá (serviço a D’us) e ação prática.

Apenas com suspiros não seremos salvos. O suspiro é apenas a chave para abrir o coração e os olhos para não ficarmos de braços cruzados, mas para planejar um trabalho e atividade sistemáticos.

Cada um de nós deve atuar e fazer uma campanha para fortalecer e divulgar a Torá e o cumprimento das Mitzvót. Há quem consiga fazer isso através da sua escrita; outros, através de sua oratória, e outros com a sua Tzedaká.

O Rebe Rashab disse em um farbrenguen: Assim como colocar Tefilin todo dia é uma Mitzvá, uma obrigação que nos foi ordenada pela Torá e aplica-se a todos os judeus, independentemente de seu nível de Torá, seja ele um grande erudito ou um homem simples, da mesma forma é uma obrigação e dever absoluto de cada pessoa pensar meia hora por dia, todos os dias, sobre a educação de Torá dos nossos filhos e fazer tudo o que estiver ao seu alcance, e também além de suas possibilidades, para inspirar e fazer com que as crianças sigam no caminho em que estão sendo guiadas.

O Alter Rebe disse: As coisas físicas e materiais de um judeu também são espirituais. D’us nos dá o material para que façamos dele algo espiritual. Às vezes não é bem assim, mas devemos dar a D’us aquilo que nos for possível, mesmo que seja somente uma “oferenda de pobre”, e então Ele nos restitui com abundância.

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Modé aní – As rezas do dia começam com Modé Aní (“eu agradeço na sua frente, Rei vivo e existente, que você me devolveu a minha alma com bondade; grande é nossa fé em você”).

Falamos essa reza antes de fazer a Netilat Yadaiim, antes de lavar as mãos, mesmo que as mãos ainda estejam impuras, pois todas as impurezas do mundo não conseguem impurificar o nosso Modé Aní, o nosso agradecimento à Hashem por mais um dia de vida.

Podemos estar incompletos nisso ou naquilo, mas o Modé Aní [ou seja, gratidão e reconhecimento a D’us] permanece sempre intacto.

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E

Está escrito:

“Conheça o D’us do seu pai, e faça o “Trabalho Divino” com coração íntegro, ou seja, de todo o coração

Tudo o que se conhece, inclusive em termos de Torá, nos conceitos mais profundos deve expressar-se na avodá, ou seja, deve causar um refinamento e melhoria nos traços de caráter e produzir uma conexão interior com D’us, e isto é o que se chama de “avodá”, de “Trabalho Divino” em termos de Hassidut.

Resposta do Tzema’h Tzedek ao seu filho caçula, o futuro Rebe Maharash, quando este tinha sete anos:

“A bondade Divina e a vantagem que D’us deu ao ser humano de nos fazer de forma que possamos andar erguidos e não ‘de quatro’ , está justamente no fato de que, apesar de estarmos andando sobre a terra, mesmo assim estamos vendo os Céus, nos lembrando que D’us existe

O mesmo não ocorre com o quadrúpede, que não enxerga nada além da terra, da materialidade.

Existem dois tipos de decretos:

a) decretos que criam a vida

b) decretos que são criados pela vida.

As leis humanas são criadas pela vida, e por isso diferem de um país para outro, de acordo com circunstâncias particulares.

A Torá do Todo-Poderoso é a lei Divina que cria a vida.

A Torá de D’us é a Torá da verdade, por isso a Torá é a mesma em todos os lugares e em todas as épocas.

A Torá é eterna.

Em relação às kavanot, às intenções místicas e cabalísticas, que devemos ter em mente quando rezamos , há um princípio:

Quem não está intelectualmente capacitado a fazer as kavanot, seja por falta de conhecimento ou por não conseguir recordar as kavanot específicas de cada reza, basta ter em mente a kavaná genérica de que sua reza seja ouvida por D’us de acordo com todas as intenções (Kavanot) descritas nos livros de kabalá.

A bênção Divina precisa recair sobre algo, necessita de um recipiente, assim como a chuva, que só traz benefício quando cai sobre o campo arado e semeado.

Mas, um campo árido, não arado e não semeado, não recebe nenhum benefício , nem das chuvas brandas, nem das chuvas fortes.

O Rebe Shalom Dov Ber, conhecido como “Rashab” disse que “a divisória que separa a frieza da heresia muito fina .

Está escrito: ’Pois o Eterno, teu D’us, é um fogo que consome…’.

A Divindade é uma labareda de fogo. O estudo da Torá e a Tefilá, a reza, precisam ser feitos com todo o fervor do coração, de modo que ‘todos meus ossos dirão’ as palavras de D’us em Torá e Tefilá.

Cada um de nós é um emissário de D’us, que é o “Senhor de tudo”, e que em qualquer lugar que nos encontramos somos encarregados de realizar lá a vontade e propósito para o qual D’us criou o mundo.

Nossa missão é iluminar o mundo com a luz da Torá e do nosso Trabalho Divino.

Isto se faz através do cumprimento das Mitzvot e do refinamento do nosso caráter .

Quando Mashia’h chegar é que nós perceberemos a grandeza da hodaá, do nosso reconhecimento à D’us, e da temimut, da nossa sinceridade no Trabalho Divino

A compreensão humana, mesmo a de nível mais elevado, é limitada.

Porém a hodaá, quando temos reconhecimento por D’us, isso é um sentimento sem limites.

O Rei Mashia’h irá explicar a grandeza da Temimut, a Avodá, o Trabalho Divino sincero que flui do coração.

Cada um de nós precisa saber que somos emissários de D’us que é o “dono de tudo”

E que onde quer que você se encontre, você é encarregado de realizar lá a vontade e propósito para o qual D’us criou o mundo

Ou seja, nossa missão é iluminar o mundo com a luz da Torá e da das Mitzvót.

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Você deve ter sempre coisas boas para pensar. Uma mente vazia é um vácuo esperando pensamentos destrutivos.

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Em 1976, em meio a múltiplos litígios, o recluso e excêntrico multimilionário Howard Hughes faleceu.

O Rebe falou sobre ele: Ele sentia não poder confiar em ninguém, pois estavam todos atrás do seu dinheiro. Durante os últimos vinte anos de sua vida, tudo que ele fazia era se esconder do mundo, sem um amigo, e sem qualquer tipo de divertimento na vida.

Era um homem que tinha tudo, e tudo que ele possuía serviu somente para deixá-lo trancado. Ele era igual a qualquer um de nós. Temos as chaves da nossa liberdade, mas as usamos para nos trancar.

 

DEZ DE SHVAT 

10 Shvat 5710-1950

O Rabi Raiat’z, antecessor do Rebe de Lubavitch, líder da nossa geração, “deixou” este mundo físico material. O Rebe atual, Rabi Menachem Mendel Schneerson, genro do Rabi anterior, se tornou o líder do povo Judeu até hoje.

Embora só tenha sucedido oficialmente o seu sogro apenas um ano depois, a partir do 10 de Shvat 5710-1950 o Rebe se tornou para todos os hassidim aquele que era o “Moshe rabeinu da geração”, o chefe da nossa geração, o pilar do mundo, consultado para fazer uma pergunta ou solicitar uma bênção, e ativar a vinda da Gueulá.

10 Shvat 5711-1951 – O Rebe atual falou seu primeiro discurso hassídico, introduzido pelo versículo “vim para meu jardim”..

10 Shvat 5730-1970 – Pela primeira vez o discurso do Rebe foi retransmitido no mundo inteiro. Assim começou a conquista da terra pela difusão da hassidut.

Em menos de meio século ele se tornou o Tzadik da nossa geração até a Gueulá, nossa redenção final, para o qual uma geração inteira se dirigiu.

Quem não pediu uma bênção para ele? Quem não conhece alguém que foi milagrosamente salvo por ele? Nunca na história do povo Judeu, um Tzadik alcançou uma tal notoriedade em sua geração.

Após a revelação Divina no Monte Sinai, Moshe, definindo seu papel ao povo Judeu, disse: “Eu estou entre D’us e vocês para transmitir para vocês a Palavra de Hashem”.

Rashi, o comentarista tradicional da Torá, diz: “transmitir a vocês: colocar ao alcance de vocês”.

Assim, cada um de nós tem o mérito de viver numa época literalmente ao alcance de cada Judeu. Temos o direito então de perguntar-nos: será que cada um de nós está compenetrado das formidáveis forças que o Rebe distribui amplamente?

Será que elas foram usadas na sua justa medida, para participar da revolução da Teshuvá, o fato marcante da presente geração?

O Rebe anunciou a iminência da libertação, da nossa Gueulá, a redenção final. A profecia do Rebe salvou milhares de Judeus com suas orações e com suas bênçãos. O Dia dez de Shvat é certamente um dia propício para a meditação: será que temos o comportamento de um Judeu de Mashia’h?

Aquele que compara a atitude do Rebe com a dos grandes do nosso povo, como por exemplo o Hafets Haim, que, em outras épocas, estavam animados por um intenso desejo de conhecer a libertação, a Gueulá, comete um profundo erro.

O Rebe não se limita a reavivar a esperança. Ele anunciou claramente a iminência da libertação, da nossa Gueulá, a redenção final, repetidas vezes.

A vinda de Mashia’h não é uma esperança, é uma realidade.. Ele profetizou claramente a sua vinda. O Rebe proclamou: “O TEMPO DA SUA LIBERTAÇÃO CHEGOU” e “EIS QUE MASHIA’H ESTÁ CHEGANDO”. A redenção é iminente e é preciso preparar-se para ela.

O Rebe pediu que cada um de nós se reforçasse na espera ativa de Mashia’h aumentando o trabalho Divino em três categorias:

TORÁ (estudo de assuntos religiosos judaicos) TEFILOT (rezas)

TZEDACÁ (Ajuda ao Próximo)

E proclamando: LONGA VIDA AO REBE, O REI MASHIA’H PARA SEMPRE.

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BATI LEGANI

….vim ao meu jardim… (Cântico dos Cânticos, 5:1). Não está escrito no jardim e sim no MEU jardim, na Minha residência, no lugar onde me encontrava anteriormente. (Midrash Rabá sobre o versículo).

Este versículo evoca o reaparecimento da presença Divina sobre a terra no momento em que Moshé edifica o Mishkan, o Templo móvel do deserto.

A luz que o Midrash projeta sobre este versículo está na fonte dos ensinamentos mais fundamentais do Hassidismo.

É também a este versículo que se refere o último ensinamento escrito pelo Rebe anterior, o Rebe Yossef Yitzhak, do qual comemoramos a Hilula no dia 10 de Shvat.

Também, a cada ano, o Rebe, no seu discurso público de 10 de Shvat, extrai deste versículo (a partir da explicação dada pelo Rebe anterior) novos ensinamentos cujo alcance se estende à vida judaica de todos os dias.

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Um dos 13 princípios da fé judaica é que Mashiah vai chegar.

Esse princípio consiste em que no fim do “Galut” (exílio) um descendente direto do rei David que se iguala ao rei David no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvot constrói o Beit Hamikdash (Templo Sagrado de Jerusalém) no lugar sagrado chamado o “Monte do Templo” onde hoje se encontra o Kotel, vence as guerras contra os povos do mundo que se opõem à Gueulá e traz todos os judeus de volta para Israel.

Fazendo isso ele se torna o Mashiah que em hebraico quer dizer simplesmente o “rei ungido”, sendo que ele é um descendente direto do rei David o qual foi ungido rei de Israel pelo profeta Shmuel e portanto não precisa de uma segunda unção para ser o rei de Israel

Daqui aprendemos que a solução para o fim do problema do exílio judaico não é um presidente eleito mas sim o Mashiah

Na época da Guemará os alunos dos grandes Sábios que estavam dentro desse critério

Ou seja, eram descendentes do rei David e eram grandes como ele no estudo da Torá e no cumprimento das Mitzvot, diziam que o Rebe deles era o Mashiah, como vemos na Guemará em Sanhedrin

Com isso queriam dizer que caso acontecesse a Gueulá naquela época, o candidato mais adequado para ser o Mashiah seria aquele sábio

Na nossa geração o Rebe de Lubavitch foi apontado como candidato dentro desses critérios dos antigos sábios da Guemará

Quando acontecer a Gueulá, o Beit Hamikdash for reconstruído em Jerusalém e as guerras vencidas, o candidato a Mashiah se torna o Mashiach na prática

Antes disso, os alunos do Rabi Hanina na Guemará ou os alunos do Rabi Inon puderam dizer que o Rebe deles era o Mashiah (dentro dessa intenção) e isso não consistiu em um problema de lei judaica

O mesmo se aplica hoje à quem aponta o Rebe de Lubavitch como candidato a Mashiah da nossa geração

A Guemará em Sanhedrin também diz que o fato de o Mashiah ser dos vivos ou dos mortos não é de relevante nesse caso contanto que ele venha construir o Beit Hamikdash, vença as guerras e traga o nosso povo de volta para a terra prometida

Passando depois junto com todo o povo de Israel para a etapa em que a vida será eterna

Os romanos antigos copiaram também esse aspecto da religião judaica e aplicaram ele inadequadamente à alguém que não era um descendente do rei David, não cumpriu a Torá e as Mitzvot como o rei David, e que na época dele o Beit Hamikdash foi destruído, as guerras perdidas e o povo se espalhou para fora de Israel, não tendo qualquer relação ou comparação com o princípio judaico da vinda do Mashiah e com o fato de os alunos dos Sábios de Israel dizerem que o Rebe deles era o Mashiah

Em resumo, dizer que o Rebe é Mashiah não é contra a lei judaica sendo que a intenção é de apontá-lo como candidato aos grandes milagres da Gueulá que estão para acontecer

Rabino Gloiber

Sempre rezando por você

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GUIMEL TAMUZ

O dia Guimel Tamuz é o dia em que infelizmente deixamos de ver o Rebe com os nossos olhos físicos, 1994. Isso, porém, é temporário, para dar a possibilidade a cada judeu de se esforçar e de se preparar, abrindo os olhos para ver que Moshia’h já está aqui, e sair do Galut (exílio) para a redenção final. 

O que é um Rebe?

O Rebe é o Tzadik que mantém o mundo, é o Moshe Rabeinu da geração e nutre cada judeu com a fé, Emunah, em Hashem, o Criador. 

Orienta cada um em particular e a todos em geral, para que cada um atinja seu objetivo particular e cumpra a missão para a qual sua Alma desceu para esse mundo. 

O Rebe orienta e ajuda cada um de nós a contribuir do nosso jeito a alcançar o principal objetivo das nossas vidas que é trazer a Gueulá e a revelação do Moshia’h. 

Na verdade, não é possível definir racionalmente e entender exatamente o que é um Rebe porque antes da Gueulá ainda não chegamos a esse nível. 

Sua experiência com Hashem é tão próxima, transparente e evidente, que obviamente não estamos no nível para entender materialmente como “funciona”. 

A superioridade do Rebe da geração, é mais do que a de um rei, e junto com isso ele é mais do que um pai espiritual para nós. Cada um de nós para ele é seu filho único e sua filha única. 

Ninguém para ele é esquecido, o Rebe considera cada um de nós como parte da Alma dele próprio.

Aprendendo sua Torá e seguindo seus ensinamentos ao pé da letra sem mudar nada, seremos um bom recipiente para receber tudo o que precisamos receber dele e participar do objetivo essencial da criação do mundo. 

Realizar nesse mundo o que Hashem quer e transformar esse mundo em um mundo melhor, um mundo bom, um mundo digno de ser chamado uma casa para Hashem.

Afinal, o que é um Rebe?

Esta pergunta foi respondida em uma carta que o Rebe escreveu em Guimmel Tammuz, 1950, após o histalkus, após seu mestre e sogro, o Rebe anterior ter “deixado” este mundo material.

Nessa carta onde o Rebe fala sobre o Rebe anterior, ele explica que um Rebe é importante para cada judeu! O Rebe providencia todas as forças e bênçãos que todos os judeus de sua geração precisam.

As Almas  de todos os judeus são comparadas a um grande corpo espiritual. Um Rebe (letras que compõem o acróstico que significa as palavras “Rosh Bnei Yisrael,” cabeça dos filhos de Israel) é a cabeça desse conjunto de todas as Almas Divinas da geração. 

Assim como a cabeça distribui a vitalidade para todo o corpo, o Rebe traz a  vitalidade de Hashem para o povo judeu.

O trabalho do Rebe é garantir que sua geração tenha o que precisa para cumprir o objetivo da geração . 

O Rebe pede algo a Hashem e  Hashem decreta, Hashem dá o que precisa e ajuda materialmente e espiritualmente. 

O objetivo desta geração é, como o Rebe nos disse, trazer a Geula, a Redenção, a Libertação

O Rebe cuidando pessoalmente de cada um de nós 

Rabino, o Sr lembra que apareceram umas bolinhas no olho do Hilel meu marido, quando iniciamos as primeiras reformas aqui na ONG? 

Apareceram umas bolas brancas no fundo do olho dele e o Hilel não quis ir ao médico, porque falei que tinha que remover cirurgicamente, Hilel não quis …. 

Ele foi deitar e sonhou com o Rebe. No sonho o Rebbe entregou pra ele um papel com uma Brachá. Entregou pra mim, e pediu pra eu entregar a Brachá para o Hilel… 

Depois disso o Rebbe passou um lenço branco no olho do Hilel, nos dois olhos, e quando o Hillel acordou simplesmente as bolas brancas não estavam mais lá, simplesmente curou … 

Mas como nada fica sem resposta, o hilel foi ao oftalmologista ontem, fez um exame minucioso de fundo de olho e constou uma dobra no fundo do olho dele que talvez seja um glaucoma.  O Dr Jaques pediu para ele acompanhar por 6 meses, indo lá no consultório tirar a pressão dos olhos de Hilel para monitorar o progresso disso.

O Dr Jaques falou que é estranho que parece que algo foi removido 😭😭😭

Como se uma cirurgia tivesse acontecido alí para retirada de um tumor! E justo no consultório do Dr Jaques tem uma foto do Rebe ! Milagres verdadeiros 

O Dr Jaques falou que a pressão dos olhos dele não deveria estar normal, e estava normal 16/17. O Dr Jaques achou muito grave, não estava acreditando no que estava vendo e marcou para setembro outra consulta

Ainda bem que temos uma testemunha nesse caso, o Kalil que está agora na Yeshivá em Israel, que viu pessoalmente as bolas dentro do olho de Hillel e viu que elas não estavam mais lá depois que acordou. Hilel acordou e contou o sonho , fomos olhar e não tinha mais nada lá!

Agora Hilel terá que fazer tonometria por 6 meses. Tonometria refere-se a medidas de pressão intraocular que podem diagnosticar condições como o glaucoma.

Outro fato curioso que aconteceu, o meu grau e o grau do Hillel estão normal , compatível com o óculos que estamos usando , Dr Jaques disse que nem com o grau nem com nossos óculos não tem nada errado. Absolutamente nada , tudo em ordem

Rabino, tenho certeza absoluta que o Rebbe curou o Hillel,aconteceu um grande milagre nos olhos dele 😭😭😭

Sabe quando a pessoa faz sessões de quimioterapia, depois de acabada as sessões , ela precisa ficar um ano indo ao médico e monitorando o local onde foi retirado o tumor e feito quimioterapia

É mais ou menos isso que o Hilel vai fazer , vai fazer esse monitoramento, mas a verdade é essa, quem fez a cirurgia foi o Rebe ❤️

Rifka Haia Eitan Katan

Você está linda maravilhosa!

Muitas alegrias, saúde e dinheiro.

Ontem li o seu relato sobre a cura do Hilel. A noite tive uma subida de pressão e pedi a Hashem que pelos méritos do Rebe eu melhorasse. A pressão baixou e consegui dormir.

Suzy Mello

Amiga da ONG

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 20 de Av, Yohrtzeit do Rabi Levi Yitzhak Shneerson, pai do nosso Rebe

Rabi Levi Yitzhak Schneerson, pai do nosso sétimo e atual Rebe de Lubavitch, era um mestre hala’hista (especialista em lei judaica), líder comunitário e um cabalista mundialmente famoso. 

Atuando como Rabino em Yekaterinoslav (Dnipro), na Ucrânia, durante mais de três décadas, foi instrumental em manter o Judaísmo vivo nos sombrios dias da União Soviética.

Rabi Levi Yitzchak Schneerson nasceu em 18 de Nissan de 1878 (5638 ) na cidade de Dobryanka (também chamada de Padobryanka), que está situada entre as cidades de Gomel (Bielorússia) e Chernikov (Ucrânia)

Seu pai era Rabi Baru’h Schneur Zalman Schneerson, um bisneto de Rabi Menachem Mendel, o terceiro Rebe Chabad conhecido como o Tzema’h Tzedek de Lubavitch. 

Sua mãe, Zelda Rahel Haikin, veio de uma família ilustre de hassidim Habad.

Seu tio, Rabi Yoel Chaikin, era o Rabino Habad de Dobryanka e o professor primário de Rabi Levi Yitzhak em sua juventude

Reconhecendo o gênio de Rabi Levi Yitzhak e sua promessa, o quinto Rebe de Lubavitch, Rabi Shalom DovBer Schneersohn, tinha um interesse particular no jovem erudito. 

Ele até sugeriu uma proposta de casamento para Hana, a filha de Rabi Meir Shlomo Yanovsky de Nikolayev (na Ucrânia) O casal casou-se em 10 de junho de 1900 (5660), em Nikolayev. Começando em 1902 (5662), Rabi Levi Yitzchak se tornou profundamente envolvido em iniciativas comunitárias, participando em importantes encontros marcados por Rabi Shalom DovBer.

Na primavera de 1902 (5662), Rabi Levi Yitzchak e Rebetsin Hana deram a boa vindas ao seu primeiro filho. Seu brit (cerimônia da circuncisão) coincidiu com o 24 aniversário de Rabi Levi Yitzchak. 

O bebê recebeu o nome de Menahem Mendel, do seu ancestral o Tzema’h Tzedek. Com o tempo ele iria seguir os passos do seu nome, tornando-se o sétimo Rebe de Lubavitch. 

Um segundo filho nasceu em 1904, e um terceiro em 1909. Receberam o nome de DovBer (Berel) e Yisrael Aryeh Leib (Leibel), respectivamente. Durante esse tempo, a jovem família morava em Nikolaiev, onde Rabi Levi Yitzchak continuava seus estudos.

A partir de 1905 (5665), Rabi Shalom DovBer procurou ativamente uma posição rabínica adequada para Rabi Levi Yitzchak. 

Uma comunidade particular que ele considerava sua indicação exigia que ele recebesse um certificado de ordenação de Rabi Chaim Soloveitchik de Brisk, um famoso erudito talmúdico e líder comunitário. 

Quando Rabi Levi Yitzhak pediu a Rabi Shalom DovBer uma carta de introdução, este assegurou a ele que nenhuma carta seria necessária, encorajando-o a viajar para Brisk em pessoa, e expressou confiança de que Rabi Haim iria independentemente aprová-lo. 

O Rebe relatou que Rabi Haim presenteou seu pai com uma pergunta legal prática e complexa que tinha chamado sua atenção, envolvendo as leis do Shabat e Sucot. A resposta de Rabi Levi Yitzhak, que era simples e inovadora, impressionou muito Rabi Haim.

Em 1909 (5669), a família mudou-se para Yekaterinoslav (mais tarde chamada de Dnipropetrovsk e então Dnipro), onde Rabi Levi Yitzhak iria atuar no rabinato por 30 anos se tornando rabino chefe da cidade. 

No decorrer desse tempo, Rabi Levi Yitzhak lutou incansavelmente em prol da sua comunidade, lutando pelos seus direitos religiosos e provendo suas necessidades físicas e espirituais. 

Numa época quando muitos rabinos tentavam deixar a União Soviética para não arriscar prisão, exílio ou pior, Rabi Levi Yitzchak não aceitou várias ofertas para prestigiosos cargos rabínicos na Terra Santa.

Em 1914-15 (5674-75), durante os primeiros anos da Primeira Guerra Mundial, os comandantes militares russos expulsaram os judeus que estavam perto do fronte e os forçaram a ir para o leste. Yekaterinslav absorveu um grande número de refugiados, e Rabi Levi Yitzhak e Rebetzin Hana fizeram o melhor possível para ajudá-los.

Infelizmente, esse foi apenas o começo dos problemas que infestaram a região. A Revolução Russa de 1917 levou toda a Rússia à guerra civil, mas a luta foi particularmente intensa e prolongada na Ucrânia, com Yekaterinoslav mudando de lados muitas vezes.

Os judeus eram destacados para tratamento particularmente severo por quem estivesse no controle.

Durante os dias da opressão soviética, em 21 de março de 1920 (2 de Nissan de 56 80), o quinto Rebe Lubavitch, Rabi Shalom Dovber, faleceu. Esse foi um tremendo golpe para o Judaísmo russo, Rabi Yossef Yitzhak, o único filho de Rabi Shalom Dovber, procurou Rabi Levi Yitzhak e outros líderes regionais para aumentar os ativistas judeus e reconstruir a rede Lubavitch. 

As batalhas que vieram tinham devastado grande parte da Rússia e da Ucrânia, deixando as infra-estruturas comunais judaicas em ruínas. A situação era desesperadora. 

Rabi Levi Yitzchak foi importante para esses esforços de reconstrução, apoiando Rabi Yosef Yitzhak a cada passo do caminho. Por fim ele e Rabi Yossef Yitzhak foram presos pelos comunistas como resultado dessas atividades.

Em 1927 (5687), quando a força do comunismo crescia ainda mais, Rabi Yossef Yitzhak foi preso e exilado para Riga, na Latvia. Nessa época, o primogênito de Rabi Levi Yitzhak, Rabi Menachem Mendel, era o escolhido para a filha do Rebe, Haya Mushka. 

Devido a vários empecilhos o casamento não ocorreu até novembro de 1928. Era esperado que as autoridades comunistas iriam dar permissão para Rabi Levi Yitzhak e sua esposa irem ao casamento do seu filho: isso não aconteceu.

Rebetzin Hana estava determinada a preparar uma celebração dela mesma, embora fisicamente distanciada do evento do casamento. Ela escreveu em suas memórias: “Devido à ameaçadora natureza da situação que prevalecia naquela época, esperávamos menos de trinta convidados. 

Em vez disso, trezentas pessoas vieram.” A celebração durou até o amanhecer, lotada de sentimentos de intensa alegria e intensa angústia eram sentidas por todos aqueles frequentadores.

Em 28 de março de 1939 (5699), às 3 da manhã, quatro agentes da NKVD (polícia secreta comunista) chegaram à casa da família Schneerson

Após pesquisar pela casa e confiscar muitos dos seus manuscritos, Rabi Levi Yitzchak foi preso e encarcerado pelo “crime” de divulgar o Judaísmo. 

Após mais de um ano de interrogatórios, foi levado a Moscou para “julgamento”, e foi condenado a cinco anos de exílio numa aldeia remota, Chiali, no Cazaquistão.

As condições em Chiali eram muito difíceis para Rabi Levi Yitzchak e sua esposa, carecendo até dos suprimentos mais básicos. 

Mesmo assim, Rebetsin Chana fazia grandes esforços para permitir a ele continuar a transcrever seus inscritos de Torá. Ela conseguia criar uma tinta crua das plantas, permitindo que ele continuasse a escrever.

Durante toda a sua vida, Rabi Levi Yitschak escreveu copiosamente. Além de responsa halá’hica, respostas às perguntas da lei judaica, ele escrevia extensivamente sobre Cabalá, intercalando os aspectos revelados e ocultos da Torá.

Durante sua prisão e interrogatórios, a kGB tentou confiscar esses preciosos manuscritos e até os colocou num veículo deles para serem levados embora.

Por milagre a Rebetzin Hana conseguiu que eles os deixassem.

Após consultar seus superiores pelo telefone, os guardas concederam.

Infelizmente, quando Rebetsin Hana juntou-se ao marido no exílio, algo que fez voluntariamente, ela foi forçada a deixar sua coleção para trás. Aparentemente, foi confiscada pelos nazistas, para nunca mais ser vista. 

Os únicos escritos que sobraram foram aqueles escritos no exílio no Cazaquistão e levados por Rebetzin Hana para Nova York.

Décadas mais tarde, o Rebe juntou esses manuscritos para impressão, resultando num conjunto de cinco volumes, intitulado Likutei Levi Yitzchak.

Quando sua sentença de cinco anos estava chegando ao fim, Rabi Levi Yitzhak enfraqueceu muito. Após muita dificuldade, a comunidade judaica de Almaty, Cazaquistão, conseguiu assegurar permissão para que os Rabi Levi Itzhak e sua esposa pudessem se realocar ali. 

O casal finalmente chegou na primavera de 1944, mas Rabi Levi Yitzhak ficou ainda mais fraco. Ele faleceu em 20 de Av e está enterrado em Almaty. Por fim sua esposa Rebetzin Hana pôde ir a Nova York para se reunir com seu filho, Rabi Menahem Mendel, o nosso Rebe.

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Dois tipos de Almas Divinas, dos trabalhos diferentes

O Rebe explica que Hashem tem um prazer muito grande do nosso refinamento pessoal, do nosso ”Trabalho Divino”.

Mas como por exemplo, no nosso mundo material existe um prazer em se comer um docinho e um prazer em se comer um salgadinho, lá em cima existe um prazer muito grande quando fazemos uma coisa boa, e Hashem também fica muito feliz quando nos controlamos e deixamos de fazer uma coisa ruim.

Existem Almas que desceram para esse mundo para fazer coisas boas que ainda não tinham tido tempo de fazê-las na reencarnação anterior. 

Eles já nascem com uma boa inclinação que vai ajudá-los a fazer essas coisas boas na prática, como no caso de Yaakov que na barriga da sua mãe já queria nascer quando ela passava ao lado das Yeshivot de Shem e de  Ever, e depois que cresceu foi estudar lá durante quatorze anos. Vamos chamar o trabalho dele de “docinhos”

Existem Almas que desceram para esse mundo somente para se controlar e não fazerem coisas ruins que provavelmente fizeram na reencarnação anterior e agora desceram para esse mundo para consertar o que fizeram de errado.

Elas já nascem com uma má inclinação, sendo que esse é o trabalho Divino delas, de controlar essa má inclinação para se refinar, como no caso de Essav que na barriga da sua mãe já tinha essa inclinação para a idolatria e queria sair para ela. Vamos chamar o trabalho Divino dele de salgadinhos

E assim também somos nós. Tem quem nasce com uma boa inclinação e o seu esforço é para fazer mais e mais coisas boas e tem quem nasce com uma má inclinação e o seu esforço é só para se controlar e não fazer coisas ruins. E cada um de nós é julgado lá em cima de acordo com o trabalho Divino que nasceu para fazer.

Muitas vezes ficamos desanimados por não termos nascido em uma comunidade judaica religiosa, e pelo motivo de termos nascido em uma família laica em um país como o Brasil, quando deixamos de trabalhar no Shabat, começamos a rezar em uma Sinagoga e participar de aulas de Torá sentimos que não conseguimos acompanhar o ritmo desses que nasceram em uma família religiosa e estudam Torá desde os três anos de idade. Mas o contrário é o certo!

Mesmo sendo mais fácil comer em qualquer lugar, nos controlamos e optamos por comer kasher

Mesmo que o nosso negócio aparentemente poderia render mais se estivéssemos trabalhando no Shabat e nas festas judaicas, mesmo assim nos controlamos e não trabalhamos no Shabat e festas judaicas

Mesmo que no nosso ambiente estamos expostos à uma sociedade que não segue a Torá, nos controlamos e abrimos mão de muitos prazeres desse mundo para seguir a Torá

E mesmo se um belo dia nos compararmos à uma família religiosa do Brooklyn e sofrermos em ver a facilidade que eles tem quando entram em um supermercado onde tudo é kasher e barato enquanto nós perdemos tanto tempo para verificar cada produto no supermercado se está na lista de produtos kasher ou não…

E depois, o pouco tempo que sobra para estudar Torá perdemos para tentar traduzir as palavras para o português, e às vezes não conseguimos acompanhar as rezas por não lermos um hebraico fluente

Mesmo assim não se preocupe! Provavelmente nosso trabalho é “salgadinhos” e temos que ter orgulho disso, mesmo que por causa disso não conseguimos ser como uma família do Brooklyn.

Ou seja, se Essav tivesse se controlado ele nunca teria tido tempo de ser como Yaakov, mas seria tão importante quanto, como diz a Guemará sobre o versículo no qual Shem responde para Rifká, “dois povos na sua barriga”

Diz a Guemará que pelo fato da palavra “goyim” (povos) estar escrita no Sefer Torá como “gueiim” (nobres) ela está indicando os dois maiores nobres da nossa história que foram Rabi Yehuda HaNassi e o imperador romano Antoninus que se converteu ao judaísmo.

Com certeza Antoninus estava ocupado em se comportar de acordo com a Torá dentro das condições que Hashem deu para ele, e não tinha como ser igual à Rabi Yehuda HaNassi, mesmo assim a Guemará compara um ao outro. 

Dois tipos diferentes de trabalho Divino que no final chegam de duas formas diferentes ao mesmo lugar

ב”ה

O dia dezoito do mês de Elul é “o aniversário dos dois grandes Tzadikim”, ou seja, duas pessoas altamente elevadas, o Baal Shem Tov, que nasceu em 1698, e o Alter Rebe, Rabi Shneur Zalman de Liadi, que nasceu em em 1745.

A categoria da Torá que mostra a ligação espiritual entre as letras hebraicas e os números é chamada de “Guemátria”. A Guemátria do número dezoito são as letras hebraicas “ח” e “י” que formam a palavra “Hai”, que em Hebraico quer dizer “vivo”. Por isso, costumamos chamar o décimo oitavo dia de Elul de Hai Elul.

O Rebe anterior de Chabad, Rabi Yossef Yitzhak Shneerson, nos ensinou que existe uma conexão direta entre a Guemátria do dia 18 de Elul e a Guemátria do próprio nome do mês de Elul.

As letras da palavra Elul em Hebraico são as iniciais das palavras “eu existo para o meu amado e o meu amado existe para mim”, ou seja, a conexão direta entre nós e Hashem, D’us 

“Eu sou do meu Amado…” representa a intensificação da ligação entre nós e Hashem que acontece no mês de Elul 

O Baal Shem Tov trouxe uma nova vitalidade para todos os aspectos da vida judaica e o Alter Rebe nos ensinou como usar essa vitalidade. 

A vitalidade que recebemos por meio dos ensinamentos do Baal Shem Tov nos traz uma grande energia no Trabalho Divino especialmente no mês de Elul quando todos os aspectos do nosso Trabalho Divino são feitos em maior intensidade 

A diferença entre uma pessoa viva e uma pessoa morta não pode ser medida pelo número de membros da pessoa ou por qualquer outra medida material. 

A vida não é um ingrediente tangível que pode ser adicionado à matéria de uma entidade: é uma expressão da Alma, uma dimensão espiritual que não pode ser calculada em termos materiais. 

Essa qualidade espiritual, no entanto, transforma a nossa natureza. Um corpo vivo se identifica tão inteiramente com sua Alma a ponto de assumir as qualidades da Alma. 

A vitalidade pode, no entanto, ser descrita em diferentes níveis. Quando falamos em sentir-se mais vivo, por exemplo, queremos dizer que um nível superior da Alma se manifesta no corpo. 

E como nossa alma é “verdadeiramente uma parte de D’us”, sua força vital é infinita, cada um de nós tem um potencial ilimitado sendo que “você é a sua Alma” e o seu corpo sem você nele é um corpo morto.

O potencial infinito da alma é espelhado pela natureza infinita da nossa Emuná, da nossa fé. 

Pelo motivo de estarmos vestidos em um corpo material que, como nossas roupas, não só se move de acordo com os nossos movimentos, mas também limita os nossos movimentos. Nosso intelecto e nossas emoções são limitados pelos limites do nosso corpo. 

Nossa Emuná, nossa fé, ao contrário, é indefinível e infinita, assim como nossa Alma. Por meio da nossa Emuná temos o poder de dar expressão ilimitada ao potencial da Alma, vivendo nossas vidas com uma vitalidade imensurável.

Emuná

A palavra hebraica para fé, Emuná,  pertence à mesma raíz que a palavra hebraica imun, que significa “treinamento”. 

Ou seja, para desenvolver a fé precisamos fazer exercícios diários treinando nosso cérebro para pensar da maneira correta, alinhando diariamente nossos à Emuná, por que a natureza do nosso corpo é a de sempre tentar escapar para raciocínios e pontos de vista mais acomodados e que exijam menos concentração.

O Baal Shem Tov trouxe a vitalidade da emuná para todas as dimensões de nossas vidas, revelando o potencial que existe em cada um de nós para mantermos um relacionamento dinâmico contínuo com D’us. 

Ele nos ensinou um modo de vida que nos permite expressar nosso poder espiritual infinito. 

Seus ensinamentos nos colocaram no nível do versículo dito pelo profeta Habakuk: “O Tzadik vai viver na Emuná, porque os ensinamentos do Baal Shem Tov fazem da fé uma força vibrante que abrange todas as dimensões do nosso comportamento.

A qualidade única da fé é que ela permite uma conexão com D’us que transcende os limites do intelecto. 

Emuná na metodologia de Habad

Mas essa vantagem ainda tem um limite, porque a dimensão espiritual na qual vivemos por meio da fé é muito mais elevada do que seu nível da nossa consciência. 

Atingimos uma dimensão da Alma que transcende os limites da nossa identidade, surge um espaço vazio entre o potencial infinito possibilitado pela fé e nossa mente que é limitada pelos limites do nosso corpo material.

Os ensinamentos do Alter Rebe nos permitem preencher esse espaço, porque ele nos ensina como trazer nossos potenciais espirituais que transcendem o intelecto para o nível da nossa compreensão. 

O Alter Rebe nos ensina como introduzir a emuná que transcende as categorias intelectuais para dentro do nosso intelecto por meio de uma metodologia chamada de Habad. 

Esta palavra é um acrônimo formado pelas iniciais das palavras hebraicas, Ho’hmá, Biná e Daat; literalmente, “sabedoria, entendimento e conscientização”. 

A Habilidade de Tomar a Iniciativa

Quando você desenvolve um relacionamento consciente com D’us, você vive esse relacionamento na vida real, no dia a dia.

Enquanto seu Trabalho Divino estiver centrado apenas na fé, você depende da inspiração, um estado em que a Alma desperta. 

Mas quando vamos de acordo com os ensinamentos do Alter Rebe conseguimos aos poucos chegar ao controle dos nossos pensamentos e podemos usar nossas mentes conforme desejamos. Assim nossa fé fica direcionada pelo nosso intelecto, e podemos tomar a iniciativa de nosso crescimento espiritual.

Ou seja, como disse o Rebe Anterior, “O Baal Shem Tov revelou que devemos servir a D’us, e o Alter Rebe revelou como devemos servir a D’us”.

Os ensinamentos do Alter Rebe tem como objetivo equipar cada um de nós com a energia vital interior revelada pelo Baal Shem Tov mesmo que esse potencial espiritual esteja fundamentalmente além do alcance do ser humano.

A palavra Elul é formada pelas iniciais das palavras “Eu sou do meu Amado” se referindo a você que toma a iniciativa de intensificar o relacionamento de amor que você compartilha com Hashem.

Esse amor recebe maior expressão quando você faz o Trabalho Divino por sua própria iniciativa. E cada um de nós pode chegar a isso por meio  dos ensinamentos do Alter Rebe.

A vitalidade que Hai Elul nos traz aumenta as bênçãos que receberemos no próximo ano novo, assegurando a todos um Ketivá Ve’Hatimá Tová, com cada um de nós inscrito para um ano bom e doce, incluindo a maior de todas as bênçãos que é a nossa Gueulá .

A vitalidade transmitida por esse dia de Hai Elul e seu efeito total em nosso Trabalho Divino também se reflete no fato de que esta data é o primeiro dos doze dias finais do ano. 

O Rebe anterior, Rabi Yossef Yitzhak Shneerson nos contou que esses dias são muito especiais porque em cada um desses doze dias, somos capazes de compensar qualquer falta em nosso Trabalho Divino correspondente a cada mês do ano. 

A vinda do Mashia’h é uma consequência direta da importância espiritual de Hai Elul, porque é uma data diretamente ligada à divulgação das fontes dos ensinamentos do Baal Shem Tov que trará a vinda do Mashia’h como vocês podem ver na carta que o Baal Shem Tov escreveu para o seu cunhado Rabi Guershon Kitover sobre a subida que ele teve aos mundos superiores no ano de ת”ק

 

כתר שם טוב

העתק האגרת שכתב הרב הקדוש ר’ ישראל בעש”ט זלה”ה לארץ הקדושה

בר”ה שנת תק”ז עשיתי השבעת עליית הנשמה כידוע לך, וראיתי דברים נפלאים במראה מה שלא ראיתי עד הנה מיום עמדי על דעתי, ואשר ראיתי ולמדתי <בעלותי> [בהעלות] לשם בלתי אפשרי לספר ולדבר אפי’ פה אל פה, אך בחזירתי לג”ע התחתון וראיתי כמה נשמות החיים והמתים, הידועים לי ושאינם ידועים לי, בלי שיעור ומספר, ברצוא ושוב, לעלות מעולם לעולם דרך העמוד הידוע ליודעי חן, בשמחה רבה וגדולה אשר ילאה הפה לספר וכבד אוזן הגשמי משמוע, וגם רשעים רבים חזרו בתשובה ונמחל להם עונותיהם, באשר שהי’ עת רצון גדול שגם בעיני יפלא מאד שכמה וכמה נתקבלו בתשובה, שגם אתה ידעת אותם, והיה ביניהם ג”כ שמחה רבה עד מאד ועלו ג”כ בעליות הנ”ל. וכולם כאחד בקשו ממני <והפצירו> [והרצו] בי עד בוש באמרם, לרום מעלת כבוד תורתך חננך ד’ בבינה יתירה להשיג ולדעת מענינים האלה, עמנו תעלה להיות לנו לעזר ולסעד. ומחמת השמחה הגדולה שראיתי ביניהם, אמרתי לעלות עמהם. [וראיתי במראה כי הס”א עלה לקטרג בשמחה גדולה אשר לא היה כמוהו, ופעל פעולותיו גזירות שמד על כמה נפשות שיהרגו במיתות משונות, ואחזתני פלצות ומסרתי ממש נפשי], ובקשתי ממורי ורבי שלי שילך עמי, כי סכנה גדולה לילך ולעלות לעולמות העליונים, כי מיום היותי על עמדי לא עליתי בעליות גדולות כמוהו.

ועליתי מדריגה אחר מדריגה, עד שנכנסתי להיכל משיח ששם לומד משיח תורה עם כל התנאים והצדיקים וגם עם שבעה רועים, ושם ראיתי שמחה גדולה עד מאד, ואיני יודע לשמחה זו מה הוא עושה, והייתי סובר שהשמחה הזו ח”ו על פטירתי מהעוה”ז, והודיעו לי אח”כ שאיני נפטר עדיין כי הנאה להם למעלה כשאני מייחד יחודים למטה ע”י <תורתם> [תורותיהם] הקדושה, אבל מהות השמחה איני יודע עד היום הזה.

ושאלתי את פי משיח, אימת אתי מר, והשיב לי, בזאת תדע, בעת שיתפרסם למודך ויתגלה בעולם ויפוצו מעיינותיך חוצה מה שלמדתי אותך והשגת, ויוכלו גם המה לעשות יחודים ועליות כמוך, ואז יכלו כל הקליפות ויהיה עת רצון וישועה.

ותמהתי ע”ז, והי’ לי צער גדול באריכות הזמן כל כך מתי זה אפשר להיות. אך ממה שלמדתי בהיותי שם שלשה דברים סגולות ושלשה שמות הקדושים, והם בנקל ללמוד ולפרש, ונתקרר דעתי, וחשבתי אפשר שעי”ז יוכלו גם אנשי גילי לבוא למדרגה ובחינה כמותי, דהיינו בהיותם יכולים לעליות נשמות וילמדו וישיגו כמו אני. ולא נתנה רשות כל ימי חיי לגלות זאת. ובקשתי עבורך ללמד אותך ולא הורשיתי כלל, ומושבע ועומד אני על זה.

אך זאת אני מודיעך והשם יהיה בעזרך לנכח ה’ דרכך ואל יליזו, [ובפרט בארץ הקדושה], בעת תפלתך ולימודך וכל דיבור ודיבור ומוצא שפתיך תכוין לייחד שם, כי בכל אות ואות יש עולמות ונשמות ואלהות, ועולים ומתקשרים ומתייחדים זה עם זה, ואח”כ מתקשרים ומתייחדים האותיות <ונעשה> [ונעשים] תיבה ומתייחדים יחוד אמיתי באלהות, ותכלול נשמתך עמהם בכל בחינה ובחינה מהנ”ל, ומתייחדים כל העולמות כאחד ועולים, <ונעשה> [ונעשים] שמחה ותענוג גדול לאין שיעור, בהבינך בשמחת חתן וכלה בקטנות וגשמיות, וכ”ש במעלה העליונה כזאת. ובודאי ה’ יהיה בעזרך ובכל אשר תפנה תצליח ותשכיל, תן לחכם ויחכם עוד.

—–  מקורות ומראה מקומות  —–

בן פורת יוסף, בסופו, קכז, ג-ד

—–  שולי הגליון  —–

ב) בסוף ההוספות הובאה כל האגרת כמו שהיא בסו”ס בן פורת יוסף.

—–  הערות וציונים  —–

עשיתי השבעת עליית הנשמה – רג”כ סי’ קסה. ועיין לקמן בהוספות סי’ שכג.

לעלות . . דרך העמוד כו’ – ראה זח”א פא, א.

ובקשתי ממורי ורבי שלי – ה”ה אחי’ השילוני, כדלקמן סי’ קמג ובהוספות סי’ רפא.

עם שבעה רועים – ע”פ מיכה ה, ד ורש”י שם. סוכה נב, ב ורש”י שם.

ושאלתי את פי משיח כו’ – ראה דמ”א פ’ בשלח סד”ה ובני ישראל יוצאים ביד רמה. ועיין לקמן בהוספות סי’ שמה.

כי יש בכל אות כו’ – ראה צוה”ר סי’ עה (כמעט כלשונו וכתבו כאן).

עולמות ונשמות ואלקות – ראה לקמן בהוספות סי’ רכב.

O Desafio

Era o inverno de 1985, quando os bibliotecários da Biblioteca de Agudas Chassidei Chabad – nome em língua hebraica para uma das organizações de Chabad-Lubavitch – notaram que livros raros estavam desaparecendo da coleção de arquivos, um dos maiores repositórios do mundo de raros Manuscritos judaicos e livros impressos.

As câmeras de vigilância acabaram revelando a infeliz realidade: o neto distante do Sexto Rebe — Rabi Yosef Yitzchak Schneersohn, de abençoada memória — estava furtivamente pegando os livros. (Mais tarde, ele alegou que eles pertenciam a ele como uma herança de família.) Colecionadores de livros raros em todo o mundo logo relataram uma seleção suspeita de livros repentinamente no mercado.

As tentativas de mediação e arbitragem rabínicas falharam, com a recusa do réu em se submeter a um beit din (tribunal rabínico). Buscando evitar mais roubos, Agudas Chassidei Chabad obteve uma ordem de restrição contra qualquer venda adicional dos livros. O assunto acabou sendo levado a julgamento, presidido pelo juiz Charles Sifton no Tribunal Federal do Distrito Leste dos Estados Unidos.

À medida que a saga se desenrolava, tornou-se evidente para a comunidade em geral que a questão não era apenas um desafio à propriedade da biblioteca, mas girava em torno de questões essenciais como a própria definição da liderança judaica, desde os tempos de Moshê até o Rebe.

Essas questões importantes incluíam:

● Um líder como o Rebe tem uma vida privada própria – e suas posses são, portanto, bens pessoais transferíveis como bens hereditários aos herdeiros da família – ou, como um servo de D’us , ele pertence e é totalmente inseparável do mesmo povo que ele foi designado para liderar, não deixando assim nenhuma parte para si mesmo?

● A vida de um Rebe falecido é relegada ao passado e não é mais relevante para o presente, ou continua com vitalidade total – e ainda maior – após sua morte, literalmente incorporada em seus ensinamentos e instruções e seu cumprimento por seus seguidores e beneficiários neste mundo terrestre?

● Aliás, o que constitui a vida de um Rebe como um todo, mesmo durante sua vida física na terra? É a sua vida física e material? Ou é sua vida espiritual e sua completa devoção a D’us e a toda a humanidade?

● Pode um Rebe, por causa de fins dignos – digamos, para salvar uma biblioteca preciosa – agir de forma duvidosa, ou, quando um Rebe declara algo – neste caso, que a biblioteca pertence a Agudas Chassidei Chabad e a todo o povo judeu, é, sem dúvida, uma expressão de sua verdadeira posição?

Essas questões existenciais e interconectadas, cujas respostas fluem das raízes históricas do judaísmo na narrativa da Revelação Divina da transmissão da Torá do Sinai em diante, giravam apropriadamente em torno da propriedade dos livros sagrados.

A Torá, a força vital do povo judeu, tem sido o elo de ligação entre D’us e Seu povo desde que eles estiveram no Sinai para recebê-la. E no coração da transmissão da Torá está Moshê, fiel servo de D’us e Seu povo (e o primeiro Rebe), para quem a Torá é nomeada (“Torat Moshe “).

Como Moshê fez em sua transmissão da Torá, o líder de cada geração infunde a inspiração Divina em seus ensinamentos orais e escritos da Torá, servindo como um canal de e para a revelação divina no Sinai.

Quando os discípulos nas gerações subsequentes estudam e absorvem esses ensinamentos, os ensinamentos são tão vivos e vibrantes quanto quando foram emitidos pela boca e pela pena do próprio líder, e servem como extensões tangíveis e duradouras da vida santa do líder.

Assim, dissimular a biblioteca do Sexto Rebe e vendê-la peça por peça pelo maior lance foi considerado pelos chassidim como:

● uma violação de sua propriedade por Agudas Chassidei Chabad em nome de todo o povo judeu;

● um desafio direto à veracidade da própria declaração do Sexto Rebe de tal propriedade;

● uma expressão de total desrespeito pela devoção abnegada e vitalícia do Sexto Rebe a seus chassidim e a todo o povo judeu;

● uma completa abnegação da marca eterna do homem justo neste mundo e da vibração duradoura de seu movimento;

e, ao perceber que sua própria vida estava investida em sua biblioteca,

● equivalente a dilacerar a própria vida do Sexto Rebe—como manifestado em seus livros e manuscritos—pedaço por pedaço doloroso.

Não é de admirar que todo o assunto tenha sido considerado com tanta gravidade pelos chassidim, bem como por muitos outros imersos na Torá e na história judaica.

Reconhecendo que nada na vida deve ser considerado casualidade, e que todo desafio neste mundo emana de desafios espirituais nos “mundos acima”, um desafio adicional, mas relacionado, foi a afirmação expressa da oposição de que Agudas Chassidei Chabad e, por extensão, todo o movimento, não estava mais “ativo”.

Apesar de quão inescrutável esta declaração era, a reação dos emissários de Chabad-Lubavitch em todo o mundo foi redobrar suas múltiplas atividades educacionais e de divulgação.

Refletindo ainda mais a gravidade com que o movimento considerou o caso e o que estava em jogo, crianças em idade escolar, estudantes de yeshivot e velhos idosos aumentaram suas preces pessoais, seu aprendizado e a realização de boas ações em um esforço coletivo para obter as bênçãos de D’us pelo sucesso e continuidade do Chassidismo e sua liderança eterna por seus santos Rebes.

Apreciando mais do que qualquer outra pessoa o que realmente estava em jogo, tanto para aquela época quanto para o futuro, a provação teve um preço terrivelmente doloroso para o Rebe. A própria noção de que seu sogro, seu Rebe – e seus livros sagrados e sua própria vida, que era uma entidade com esses livros – havia sido dilacerado causava-lhe uma angústia insuportável. E moveu os chassidim de uma forma que a geração de Chabad “nascido na América” nunca havia sentido antes.

O Julgamento

Data: Último dia do julgamento (dezembro de 1985)

Local: Tribunal Distrital Leste dos EUA

Horário: 11h30

O Juiz Sifton pede para ver trechos do depoimento gravado em vídeo da Rebetsin Chaya Mushka Schneerson, neta do Quinto Rebe Rabino Sholom DovBer Schneersohn, filha do Sexto Rebe Rabino Yosef Yitzchak Schneersohn e esposa do Sétimo Rebe, Rabi Menachem M. Schneerson.

Uma tela de televisão é trazida para a sala do tribunal e colocada na mesa do juiz de frente para ele.

Por cerca de 20 minutos, o juiz Sifton fica paralisado na tela, enquanto a voz suave, mas segura da Rebetsin permeia o tribunal. Finalmente, bem no final, a seguinte questão foi abordada perante o juiz:

P: Que você saiba, em termos de seu discernimento, os livros [. . .] a biblioteca [. . .] eles pertenciam ao seu pai ou pertenciam aos chassidim?

R: Eles pertencem aos chassidim, porque meu pai pertence aos chassidim.

Visivelmente emocionado, Sifton, na única expressão de reação pessoal que pronunciou durante todo o processo, diz, parte para si mesmo e parte para a assembléia: “Notável!”

(Os advogados do réu posteriormente se opuseram à admissão deste testemunho por motivos técnicos, o que o juiz aceitou. Mas o profundo impacto das palavras da Rebetsin foi evidente para todos.)

Ouça o Díalogo

A batalha pela própria alma do Chassidismo e o futuro de sua presença duradoura como o coração pulsante do povo judeu, foi definida para se manifestar com força total nas minúcias legais de um caso ostensivamente sobre a propriedade de livros preciosos, a ser ouvido no Sistema judiciário federal dos Estados Unidos perante um juiz que não estava familiarizado nos pontos mais sensíveis da filosofia mística. Muito teve que ser feito para se preparar.

Os advogados de Agudas Chassidei Chabad desejavam estabelecer de forma irrefutável que entre os chassidim, em geral, e os adeptos de Chabad, em particular, era impensável para os Rebes gastar fundos comunitários em propriedades pessoais; especificamente, para coletar uma biblioteca privada para ganho pessoal.

O outono de 1985 registrou muitas atividades relacionadas à coleta de evidências e aos depoimentos necessários. A Rebetsin, cujo conhecimento da história dinástica de Chabad, e especialmente de seu próprio pai, era o mais extenso de todos, foi interrogada por três horas.

O bibliotecário-chefe da Biblioteca Agudas Chassidei Chabad, rabino Sholom DovBer Levine, e seus colegas vasculharam centenas de milhares de documentos de arquivo. No final do outono, Chabad compilou dossiês volumosos demonstrando que o Sexto Rebe havia apelado publicamente por doações de livros para Chabad (em vez de para si mesmo) nas décadas de 1920, 1930 e 1940, e que as compras de livros foram feitas de várias contas organizacionais de Chabad, em vez de fundos pessoais. O movimento também encontrou evidências de que os livros continuaram a ser comprados para a biblioteca em nome de Chabad, mesmo após a sua morte em 1950.

Após esta preparação, os advogados Nathan Lewin e Jerome Shestack tiveram a oportunidade de consultar o Rebe. Na reunião, o Rebe apontou a carta do Sexto Rebe de 1946 ao Dr. Alexander Marks do Seminário Teológico Judaico como uma evidência fundamental, constituindo uma declaração clara e inequívoca de que os livros eram um tesouro do povo judeu em geral e não uma posse privada. O Rebe recomendou que se tornasse uma parte proeminente de seu argumento legal.

As testemunhas selecionadas para o caso incluíram o célebre autor e sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel, e renomados estudiosos de estudos judaicos como Immanuel Schochet de Toronto e Dr. Louis Jacobs de Londres. Outra linha de argumento chave foi mostrar que Agudas Chassidei Chabad tinha sido uma organização ativa desde meados da década de 1920, e que os livros eram sua posse legal.

Assim que o julgamento de 23 dias começou – providencialmente, os chassidim apontaram, no dia 19 de Kislev, a mesma data da libertação pública do primeiro Chabad Rebe nos tempos czaristas de acusações forjadas sobre a veracidade dos chassidim – as testemunhas especializadas foram chamadas para testemunhar sobre o vínculo inseparável entre o Rebe e os chassidim, a composição real da biblioteca e as sucessivas relações dos Rebes com ela durante sua evolução ao longo de sete gerações de Chabad.

Durante todo o julgamento, o Rebe viajou todos os dias para o Ohel, local de descanso de seu predecessor, passando o dia mesmo com o clima gelado, jejuando e rezando.

O ancião dos chassidim – como um grande erudito talmúdico e rosh yeshivá, o rabino Mordechai Mentlik viajava diariamente para o tribunal para acompanhar de perto os procedimentos e demonstrar sua preocupação. A eles se juntaram dezenas de seus compatriotas mais jovens, que disputavam por uma das poucas vagas disponíveis.

Elie Wiesel testemunhou ao tribunal sobre as sutilezas da relação chassid-rebe:

“Não é o Rebe quem escolhe o chassid; é o chassid quem escolhe o Rebe”, explicou Wiesel. “Mas uma vez que essa escolha é feita, ela é ilimitada. É total, de completa lealdade do chassid ao seu Rebe… O Rebe deve ter pela comunidade [não apenas] total lealdade, mas total generosidade [e] compaixão. Ainda mais, [ele deve ter] total responsabilidade. É por isso que ele é um Rebe.”

Wiesel enfatizou ainda que a vida Chassídica Chabad rejeita decisivamente a noção de que os Rebes podem adquirir riqueza pessoal como um sinal de seu status único.

Porém, mais do que qualquer outro, foi o testemunho em vídeo da Rebetsin que deixou uma marca indelével no tribunal. A declaração da Rebetsin de que seu pai e seus livros pertenciam aos chassidim resumiu de forma brilhante e sucinta todas as delicadas questões teológicas e filosóficas, articulando-as de uma maneira nunca antes expressa e elucidando tudo com uma humildade desarmante.

A Decisão

Data: “Hei Teves ”- 5 Tevet , 5747 (6 de janeiro de 1987)

Local: Crown Heights, Brooklyn, NY.

Horário: 12h30

“Recebi uma ligação antes das 11h30 de nosso advogado, Sr. Jerry Shestack, informando que a decisão do tribunal estava esperando por nós no escritório do juiz”, diz o diário do rabino Yehuda Krinsky, secretário do Rebe, que juntamente com o rabino Avraham Shemtov havia sido nomeado pelo Rebe para supervisionar o caso.

“Fui rapidamente ao tribunal para receber a sentença e, ao fazê-lo, imediatamente chamei do carro para transmitir ao Rebe, e a Rebeszin que, graças a D’us, ‘Didan Notzach!’”

“Didan Notzach” – lit., “Nós somos (ou: “nosso é”) vitoriosos” – é uma citação do Midrash da era talmúdica que descreve uma luta das forças do bem contra os desafios ao seu redor. As palavras foram adotadas e até cantadas pelos Chassidim Chabad ao longo do ano anterior como a mensagem encorajadora da Torá de que, ao se concentrar em sua responsabilidade de espalhar o amor a D’us e à humanidade em todo o mundo, o movimento superaria esse imenso desafio.

Naquele dia fatídico, isso finalmente aconteceu.

O New York Times resumiu a decisão da seguinte forma:

Em grande parte, a decisão gira em torno do que o juiz chama de “uma carta extraordinária” do rabino Joseph Schneerson, o sexto rebe, para um estudioso americano, Dr. Alexander Marks, ex-chefe da biblioteca do Seminário Teológico Judaico em Nova York. A carta foi escrita em 1946 como parte do esforço do rabino para tirar a biblioteca da Polônia. Deixando os livros para trás, o rabino havia fugido dos nazistas seis anos antes e estabelecido uma nova sede Lubavitch no Brooklyn.

“Eu me dirijo a você com um grande pedido”, escreveu o Dr. Schneerson [sic]: “como uma autoridade renomada no assunto, você deve escrever uma carta ao Departamento de Estado para testemunhar sobre o grande valor desses manuscritos e livros. para o povo judeu em geral e particularmente para a comunidade judaica dos Estados Unidos a quem pertence esta grande posse.”

Os advogados [do réu] caracterizaram a carta como “duplicidade e de acordo com as cartas de guerra em alemão destinadas a serem lidas pelo censor nazista”, de acordo com o juiz.

Mas o juiz Sifton rejeitou o argumento. “Não apenas a carta, mesmo na tradução, soa com sentimento e sinceridade”, escreveu ele, “não faz muito sentido que um homem com o caráter do Sexto Rebe, nas circunstâncias, queira dizer algo diferente do que ele diz, que a biblioteca deveria ser entregue ao demandante para o benefício da comunidade.”

O Times relata ainda:

TA decisão foi recebida com alegria nas ruas em frente à sede do demandante, o movimento Lubavitch, no 770, Eastern Parkway, na seção Crown Heights do Brooklyn. Homens chassídicos em trajes pretos tradicionais dançavam em círculos ao som de uma banda klezmer.

Para os chassidim em todo o mundo, a mensagem do tribunal secular foi inequívoca: o tribunal afirmou o caráter único de um Rebe, os laços espirituais inquebráveis entre o Rebe e os chassidim e os livros da Torá que os conectam, a vitalidade e continuidade do movimento Chabad-Lubavitch e , em última análise, a natureza única e eterna da vida dos Rebes, conforme investida em seus ensinamentos e diretrizes.

De Londres a Paris, de Jerusalém a Los Angeles, e em muitos outros lugares do mundo, o alívio era palpável. “Didan Notzach! Didan Notzach!” a mensagem midráshica de confiança no poder da santidade para prevalecer reverberou em crescentes canções e danças.

O mundialmente famoso guitarrista e compositor judeu Ysosi Piamenta estava entre os eufóricos chassidim anunciando o julgamento em favor do movimento Lubavitch. Instintivamente, ele veio correndo para o 770 com a sua banda musical e tocaram no gramado do lado de fora do 770 para acompanhar a multidão que cantava e dançava cada vez com mais força..

A Lição

Data: “Hei Teves” — 5 Teves 5747 (6 de janeiro de 1987)

Local: 770 Eastern Parkway, Brooklyn, NY.

Horário: 15h15

A notícia se espalhou repentinamente pela multidão do lado de fora de que, em conduta normalmente seguida apenas durante a época das Grandes Festas, quando o 770 ficava lotado de visitantes, devido à grande quantidade de pessoas que se reuniram nesta data de 5 de Tevet, o serviço regular de Minchá durante a semana ocorreria na Sinagoga principal.

Milhares desceram as escadas para o grande salão, continuando a cantar “Didan Notzach, Didan Notzach”, mas com maior intensidade, antecipando a chegada iminente do Rebe ao salão da sinagoga para o serviço de Minchá das 15h15.

Quando o Rebe entrou pela porta dos fundos da sinagoga vindo de seu escritório no andar de cima, o canto festivo dos chassidim atingiu um crescendo, toda a angústia e preocupação do ano anterior explodiu em alegria. Como era seu costume antes de cada oração, enquanto o Rebe se dirigia para a frente da sinagoga, ele parava para entregar pessoalmente uma moeda a cada criança para doar à caridade.

Embora a celebração dos chassidim tenha conduzido o serviço de Minchá daquela tarde com uma atmosfera mais semelhante à da véspera de Simchat Torá do que uma tarde de meados de janeiro, o próprio Rebe não se juntou visivelmente ou mesmo encorajou a celebração exuberante.

Após a conclusão do serviço, o Rebe voltou de seu lugar de oração para seu pódio e compartilhou uma palestra especial, inspirando-se na porção da Torá daquele dia.

O Rebe falou sobre a porção de estudo diário daquele dia – sobre a dramática história de Yossef, o vice-rei do Egito, revelando sua identidade a seus irmãos que o venderam como escravo 22 anos antes. Sentindo o medo de que Yossef pudesse agora se vingar deles por seu ato traiçoeiro, ele os deixa à vontade com suas famosas palavras de segurança, conforme citado na Torá:

“E agora, não foram vocês que me enviaram aqui [para a escravidão e o Egito], mas D’us [quem me enviou para que eu pudesse prover para vocês mais tarde, quando houvesse a seca na terra].”

A lição, disse o Rebe, é bastante clara:

Quando os judeus se encontram em uma situação indesejável, mesmo depois de ela ter passado e de terem sido aliviados do desafio (como Yossef e seus irmãos quando se reuniram), eles devem lembrar – e lembrar aos outros – que a experiência não foi uma coincidência, D’us o proíba, mas pelo desígnio Celestial, de alcançar um propósito para o qual D’us os colocou naquela situação em primeiro lugar.

Aludindo à celebração fundamental de “Yud Tes Kislev” de onde o Alter Rebe derivou uma lição de crescimento e expansão de desafios – tanto em nossa dimensão material, quanto na morada celestial – para seu trabalho de espalhar o Chassidismo, nós, também, o Rebe disse, devemos aprender com aqueles que contestaram a veracidade do movimento, multiplicando nosso trabalho.

Assim, embora alguns afirmam que Lubavitch “não está ativo” (apesar do óbvio crescimento quântico que o movimento viu em todo o mundo nos 35 anos desde a chegada do Sexto Rebe à América em 1940), nós, disse o Rebe, ainda devemos aprender e aplicar as lições dessas reivindicações em nossas vidas e nos comprometer em crescer e expandir ainda mais a atualização do mandato de nossa geração de fazer deste mundo uma morada para D’us.

Restaurando o Espírito

Data: Quinta-feira, 7 de Teves 5747 (8 de janeiro de 1987)

Local: 770 Eastern Parkway, Brooklyn, NY.

Horário: 14:00

Já se passaram dois dias após a dramática decisão judicial e, enquanto centenas de chassidim assistem o Rebe saindo pela porta do 770 para seu carro que o espera na entrada, de onde está prestes a partir para o Ohel — o local de descanso de seu sogro e predecessor, o Sexto Rebe.

Nas mãos, o Rebe carrega dois sacos bem grandes (e pesados) de papel cheios até a borda com panim – petições de preces de pessoas de todo o mundo – e é seguido por ajudantes que colocam mais 12 desses sacos no carro. Ao longo de seu tempo rezando no Ohel hoje, muitos sacos adicionais são trazidos ao Rebe.

Após os serviços noturnos da noite anterior, o Rebe disse que agora era um momento fortuito para a bênção e que ele ficaria feliz em levar todos os nomes para o Ohel de qualquer um que os enviasse ao seu escritório para serem colocados no local de descanso do Sexto Rebe. (O Rebe foi mais longe ao dizer que não é preciso ter vergonha de escrever o que ele ou ela deseja, pois ele não iria ler, [conforme o costume] mas simplesmente depositá-los no Ohel). Durante as próximas 14 horas ou mais, máquinas de fax recém-adquiridas dentro de um raio de 40 km do 770 foram mobilizadas para o envio “24 horas por dia” de pedidos de bênção por judeus de todo o mundo.

Enquanto uma escolta do Departamento de Polícia de Nova York abria caminho através do tráfego intenso para o carro do Rebe, os chassidim começaram a perceber que no centro da celebração de 5 de Tevet prevalece a realidade da “natureza” eterna da santidade que transcende os limites do tempo, espaço e espírito.

A alegria espontânea daquela tarde de 1987 transformou-se numa celebração anual.

Enquanto escrevo isso em 2017 (5777), 30 anos após a vitória original no tribunal e mais de duas décadas desde que nossa geração foi desprovida da presença física do Rebe, o dia 5 de Tevet tornou-se um dia especial no calendário chassídico e apesar da dor intensa da morte do Rebe, não apenas a comemoração continuou ao longo dos anos, mas também assumiu um significado totalmente novo.

Naquela primeira tarde de Hei Tevet, o Rebe concluiu seu ensinamento citando os versos finais da porção da Torá daquele dia, quando Yaacov, de volta a sua casa na terra de Canaan, recebeu a grande notícia de que seu filho Yossef, por quem ele estava de luto por anos com a impressão de que ele havia falecido, estava realmente vivo.

Então, ao ver as carroças que Yossef lhe enviou, que levavam a mensagem simbólica de seu filho há muito perdido, de que ele não apenas estava vivo no sentido físico, mas havia permanecido fiel aos ensinamentos de Yaacov e seus antepassados, o versículo conclui: “e o espírito de seu pai Yaacov foi restaurado (ou, literalmente, avivado).”

Por que o espírito de Yaacov foi restaurado apenas ao ver a adesão de seu filho ao caminho que ele lhe ensinou?

O Rebe conectou isso perfeitamente com uma ideia que ele havia exposto no início daquele ano, a declaração do Talmud (em uma porção posterior da Torá) de que “Yaacov, nosso antepassado, não morreu porque “assim como seus filhos estão vivos, então , também, ele está vivo.”

(Em palestras anteriores, o Rebe expôs sobre as profundas implicações de Yaacov estar “vivo” e aplicou o mesmo princípio ao Sexto Rebe: A própria vida do Rebe, mesmo quando ele estava fisicamente vivo no corpo, era inteiramente dedicada exclusivamente ao estudo e divulgação da Torá e ao amor e temor a D’us que ela inspira em seus alunos, e seu próprio trabalho a esse respeito continua agora após sua morte em uma medida ainda maior. Como tal, o Rebe disse, “ele está vivo!”)

Da mesma forma, quando a vida de Yaacov perdeu sua vitalidade após sofrer a perda de seu filho, foi o reconhecimento de que seu filho estava espiritualmente “vivo” que restaurou seu espírito de luto e o fez “vivo” mais uma vez.

[O Rebe característicamente desenhou este conceito elevado em expressões acionáveis específicas para aumentar a bondade e a santidade no mundo.]

Essa ideia reverbera mais alto para mim agora do que quando o Rebe a ensinou pela primeira vez.

Em retrospectiva: toda a experiência de Hei Tevet e o ano de dor que a levou deu – e dá! — uma nova profundidade no conceito da vida eterna de um tsadik, justo, e líder abnegadamente devotado como o Rebe, e a grande responsabilidade e mérito que toda a nossa geração tem de “restaurar seu espírito” vivendo e emulando seus ensinamentos.

Voltando às orações Hei Tevet do Rebe no local de descanso de seu sogro, a experiência também adiciona muitas camadas de profundidade e vitalidade à experiência de visitar o Ohel do Rebe e rezar a D’us no local. Longe de ser um lugar mórbido, é muito vivo – um lugar para inspiração, bênção e orientação pessoal e comunitária.

As Ordens de Marchar

Data: Segunda-feira, 11 de Tevet 5747 (12 de janeiro de 1987)

Local: 770 Eastern Parkway, Brooklyn, NY.

Horário: 17:30

Uma semana inteira de celebração se passou.

Ontem, em sua palestra de domingo à tarde para o jejum de 10 de Tevet, o Rebe agradeceu a muitos que viajaram para longe para celebrar e encorajou uma maior expansão do trabalho de Chabad. Além disso, o Rebe exortou cada indivíduo a transformar suas casas em “Casas Chabad” – centros acolhedores de divulgação da Torá e mitsvot , e ainda encorajou todas as crianças a transformarem seus próprios quartos em locais de atividades sagradas.

A palestra do Rebe hoje deu uma guinada visivelmente para dentro, transformando o entusiasmo e a paixão da celebração da semana anterior em uma visão interna para cada chassid, para ser responsabilizado por seu próprio estudo pessoal da Torá e crescimento espiritual.

No final da noite, os círculos noturnos de dança e celebração foram substituídos por grupos de estudo de profundo debate talmúdico e círculos de estudantes imersos nos textos chassídicos.

A palestra noturna do Rebe foi um apelo direto à transformação – e transformou. Uma transformação a partir das palavras temáticas da semana, “Didan Notzach”.

As palavras “Didan Notzach” vêm de um enigmático Midrash que se refere a uma comunidade judaica superando um “espírito maligno”, que o Rebe usou como paradigma para o Yetzer Hará, a inclinação ao mal com a qual cada um de nós luta pessoalmente.

Para ter sucesso nessa batalha – a luta interna que cada um de nós enfrenta todos os dias do ano – precisamos lembrar que, como os últimos momentos de Yossef com seu pai, foi em torno dos textos da Torá que a saga começou, e é por meio da experiência pessoal do estudo desses textos da Torá que a celebração da vitória permanecerá eterna e pessoalmente relevante.

E assim, conforme o Rebe explicou, a celebração deve sempre criar tanta transformação pessoal em nossas próprias vidas quanto em nós como comunidade. Nunca devemos nos prender a uma responsabilidade coletiva abstrata – ou celebração, aliás – a ponto de esquecer que tudo deve começar com a responsabilidade pessoal que carregamos por nós mesmos.

Portanto, para a celebração deste ano de “Didan Notzach”, não vamos apenas dizer l’chaim para celebrar “nossa” vitória coletiva. Vamos cada um começar uma nova lição diária nos textos da Torá – do Sinai ao smartphone – para garantir que seja “minha” própria vitória também. Aqui estão algumas sugestões, adaptadas das próprias diretrizes do Rebe ou conduta da época:

1. Construir: Não foi uma coincidência que esta vitória aconteceu em torno dos livros de Torá. Devemos aproveitar esta oportunidade para comprar livros judaicos e construir coleções individuais de livros sagrados.

Livrarias judaicas, como a Kehot em Nova York, [e também no Brasil] promovem vendas especiais durante a celebração da data de de Hei Tevet para motivar o crescimento de nossas próprias bibliotecas pessoais.

2. Espalhe: A data de 5 de Tevet marcou uma nova era na insistência do Rebe de expandir a rede global de “Casas Chabad”.

O Rebe também enfatizou como cada indivíduo judeu pode e deve estabelecer seu lar pessoal como uma “Casa Chabad” – um lugar caloroso e acolhedor que promove a Torá e Yiddishkeit . Hoje é o momento perfeito para estabelecer seu “Beit Chabad” pessoal , espalhando a luz da Torá e mitsvot para sua família e além dela.

3. Alcançar: A declaração do Talmud de que hu bachayim (“ele está vivo”) está entrelaçada com a realidade de que zaro ba’chayim (“seus filhos estão vivos”). “Crianças”, neste caso, denota amplamente qualquer um que se beneficie dos ensinamentos do Rebe e das imensas atividades de divulgação que ele modelou e colocou em ação.

Este dia é um momento auspicioso para alcançar nossa alma interior, infundi-la com a vida da Torá e, especialmente, com os extraordinários ensinamentos e diretrizes de nosso querido Rebe para toda a nossa geração.

Certamente é oportuno e aconselhável utilizar a vitalidade deste tempo para visitar pessoalmente o Ohel, local de descanso do Rebe, ou enviar pedidos de brachot via internet para serem colocados lá, restaurando assim nosso próprio espírito junto com o Rebe, que vive “em nós, conosco e através de nós”.

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O Rebe Maharash 

Rabi Shmuel Schneersohn de Lubavitch, conhecido como o Rebe Maharash, foi um brilhante erudito de Torá, e corajoso líder, ele atuou como um elo dourado na corrente de liderança Chabad.
Ele foi o quarto Rebe de Chabad e era filho de Rabi Menachem Mendel de Lubavitch, o  Tzema’h Tzédek, que era o terceiro Rebe de Chabad
Rabi Shmuel ensinava seus discursos chassídicos (Maamarim) com seus olhos fechados.
Rabi Shmuel continuou a divulgar os ensinamentos de Chabad entre o povo judeu, e ao mesmo tempo a se engajar nas atividades comunitárias para melhorar as condições materiais e espirituais dos judeus dentro e fora das fileiras do Movimento Hassídico.
Em 5615 (1855), aos vinte e um anos, o pai de Rabi Shmuel pediu-lhe que participasse ativamente no trabalho comunitário.
Junto com um colega, Rabi Shmuel viajou à capital da Rússia para tomar parte numa conferência promovida pelo governo russo para discutir os problemas ligados à publicação de livros escolares com uma tradução alemã, para uso na instrução das crianças judias.
Esta conferência foi feita sob a direção de um dos assistentes do Ministro do Interior. Apesar de sua pouca idade, Rabi Shmuel manifestou sua opinião de maneira clara e vigorosa aos funcionários do governo czarista.
Entre os anos de 5616 e 5626 (1856-1866) ele viajou extensivamente por todo o país e fora dele, para conhecer e influenciar importantes líderes judeus.
Os amigos que fez e a confiança que inspirou nessas reuniões seriam de grande ajuda ao Judaísmo nos anos que viriam.
Após a morte do Tzema’h Tzédek na primavera de 5626 (1866), Rabi Shmuel foi eleito para sucedê-lo como líder dos hassidim de Habad. Sua liderança, entre os anos 5626 a 5643 (1866-1882), coincidiu com um dos períodos mais tempestuosos do anti-semitismo na história da Rússia, originando-se nos círculos mais altos da corte czarista em S. Petersburgo.
Muitos príncipes estavam entre os mais violentos oponentes dos judeus, e constantemente tramavam para causar problemas às comunidades judaicas e instigavam pogroms.
Rabi Shmuel, profundamente consciente de sua responsabilidade, estava entre os mais destacados guerreiros na batalha pela sobrevivência e defesa dos judeus.
Ele era o espírito inspirador em todas as ações empreendidas para salvar as massas de judeus ou defendê-las contra os maldosos ataques dos círculos governamentais.
Em 5629 (1869) Rabi Shmuel organizou um conselho permanente de líderes da comunidade judaica de S. Petersburgo.
A tarefa do conselho era estar bem informado sobre todos os assuntos referentes ao povo judeu, e estar em guarda constante para defender seus interesses e direitos.
De 5630 a 5640 (1870-1880), Rabi Shmuel novamente viajou a diversas partes do Império Russo e para o exterior, com total desconsideração pela sua segurança pessoal.
Ele Era o Mais Jovem de Sete Irmãos
Rabi Shmuel, nascido em 1834, era o filho mais novo de Rabi Menachem Mendel de Lubavitch, o prolífico, brilhante e divinamente inspirado lider do movimento chassídico na Rússia e além.
Rabi Menachem Mendel e sua esposa, Rebetsin Chaya Mushka, tiveram sete filhos, e cada qual era um devotado erudito de Torá e líder chassídico por si mesmo.
Embora Rabi Shmuel tivesse nascido depois que seus irmãos mais velhos tivessem chegado à idade adulta e atingido cargos de liderança, foi ele o escolhido para liderar como o próximo Rebe Chabad-Lubavitch após o falecimento de seu pai em 1866.
Houveram diversos incêndios que atingiram a cidade de Lubavitch. Após o devastador incêndio de 1832, uma nova casa foi construída para Rabi Menachem Mendel e sua família, presente de um fidalgo local.
Embora a família ainda não tivesse mudado totalmente para a nova casa, a primeira ordem foi trazer uma nova cama para o aguardado nascimento de Rabi Shmuel. (É interessante notar que esta cama tinha sido usada anteriormente para peneirar farinha para assar matsá).
Como eram desejos expressos de Rabi Menachem Mendel, a parteira mergulhou no Mikve antes de receber a criança e a envolveu numa roupa branca especial dada a ela para este propósito.
Na sua circuncisão, seu pai revelou que ele tinha sido chamado de Shmuel, não pelo profeta Shmuel, mas em honra a um simples carregador de água em Polotzk.
Como muitos dos filhos e netos de seu pai, ele era conhecido pelo acrônimo de seu título e nome, MaHaRash, por Moreinu HaRav (“Nosso Mestre, o Rabino”) Shmuel.
Entre os chassidim, ele é comumente mencionado como “o Rebe MaHarash.”
Dotado com mãos habilidosas, Rabi Shmuel apreciava carpintaria. Quando criança, um discípulo do seu pai certa vez prometeu a ele: “Darei a você um canivete se você puder me dizer onde está D’us.”
Sem exitar um instante, o jovem respondeu: “E darei a você um canivete se você puder encontrar um local onde D’us não está!”
Em seus últimos anos, devido à sua saúde frágil, ele foi aconselhado por médicos especialistas a diminuir um pouco a intensidade do rigor acadêmico e engajar-se em trabalhos manuais.
Ele construiu várias mesas e outras criações em madeira, e também escrevia rolos de Meguilá, que então dava aos seus filhos.
Sua Data de Aniversário era Significativa
Rabi Shmuel nasceu em 2 de Iyar, o 17º dia da contagem do Omer, correspondendo ao atributo emocional cabalístico de Tiferet she beTiferet, “Beleza dentro da Beleza.”
Mesmo quando ainda criança, Rabi Shmuel mostrava notável amor, dedicação e devoção aos seus estudos. Quando tinha sete anos de idade, foi testado pelo pai na presença de seu professor.
Ao ver como o seu aluno tinha se saído bem, o professor exclamou: “Ah, aquilo que você diz, ele faz bem!”
Rabi Menachem Mendel respondeu: “O que é a empolgação quando Tiferet shebe Tiferet vai bem?”
Aos 14 anos, Rabi Shmuel casou com sua sobrinha, Shterna Schneersohn. Tragicamente, a noiva adoeceu uma semana após o casamento e faleceu três meses depois.
Como um consolo para o abatido adolescente, Rabi Menachem Mendel arranjou para que seu filho tivesse um quarto perto de seu próprio escritório, e que o jovem pudesse entrar sempre que quisesse.
Durante esse período, Rabi Shmuel tinha permissão de ver manuscritos dos rebes anteriores e outros preciosos escritos.
Como sugestão de sua avó, Rebetsin Sheina, ele se casou com sua prima, Rebetsin Rivka, com quem teve quatro filhos e duas filhas.
Rebetsin Rivka teve uma longa vida e foi uma figura influente na infância de seu neto, Rabi Yosef Yitzchak, o sexto Rebe de Lubavitch.
Desde a idade de 21 anos, Rabi Shmuel viajava extensivamente para melhorar a situação de seus irmãos judeus.
Ele batia nas portas dos oficiais do governo em Paris, Berlim, Kiev, S. Petersburgo e além, em prol dos judeus expulsos no império russo.
Ele trabalhava incansavelmente para abrigar o povo judeu das leis discriminatórias, pogroms e expulsões forçadas.
Rabi Shmuel era um grande erudito, fluente em vários idiomas (russo, francês, latim, etc.) e disciplinas.
Na verdade, ele com frequência usava seu vasto conhecimento para ocultar seu conhecimento gigantesco de Torá, chegando ao ponto de cobrir sua mesa com jornais alemães quando as pessoas iam visitá-lo, dando a impressão de que ele tinha ficado lendo antes da chegada delas.
Quando Rabi Shmuel tinha 31 anos de idade, seu pai faleceu. Muitos hassidim estavam indecisos sobre quais dos seus filhos escolher como seu Rebe.
Na verdade, vários filhos abriram espaços hassídicos nas cidades de Kopust, Lyadi, Nyezhin e Ovrutch.
Porém, no decorrer do tempo, a maior parte da comunidade hassídica percebeu que o filho mais novo, o único em Lubavitch, deveria ser o próximo Rebe.
Rabi Shmuel costumava dizer: “O mundo diz que se você não pode atravessar um obstáculo, tente pular.
Mas eu digo, pule em primeiro lugar!”
A frase “pule em primeiro lugar” no iídiche original é “lechatchila ariber”, lendo o “ch” como “rr” sendo que o Yiddish é uma língua germânica.
Era assim que ele conduzia sua vida, nunca aceitando o segundo melhor ou procurando por uma maneira fácil de sair do problema.
Em termos de engajamento comunitário, ele “subia ao topo,” orientando barões e magnatas à petição aos ministros mais altos do governo, e corajosamente e com sabedoria advogando pelo seu povo.
A máxima também se aplica a buscas espirituais, encorajando-nos a lutar mais do que pensávamos ser capazes e “pensar grande” em termos daquilo que podemos realizar.
Rabi Shmuel tinha melodias especiais para toda ocasião, incluindo quando ele iria se trocar colocando sua melhor roupa de Shabat toda sexta-feira, e quando mudava para sua roupa dos dias da semana após o Shabat.
Similarmente, havia uma canção que ele cantava quando via sua esposa acender as velas de shabat e até uma canção para mudar seu chapéu.
Ele Ensinava Profundos Conceitos hassídicos
Rabi Shmuel ensinava seus discursos hassídicos (maamarim) com seus olhos fechados.
No meio ele os abria por um breve tempo e então os fechava novamente.
Muitos dos seus ensinamentos foram coletados no multi-volume conhecido como Likutei Torá -Torat Shmuel.
Isso inclui o discurso hassídico tradicionalmente recitado por hassidim Chabad ao atingir a idade de bar mitsvá.
Ele Era Totalmente Devotado a Ajudar aos Outros
Nas noites em que ele recebia visitantes, com frequência trocava suas roupas de baixo, pois elas logo ficavam ensopadas de suor.
Ele explicava que era preciso muito esforço para ele “investir-se” na situação particular de cada visitante a fim de se relacionar com seu desafio e então “se desvestir” para dar a eles sábios conselhos.
Ele Faleceu Aos 48 Anos. Assolado por uma saúde debilitada durante grande parte da sua vida, ele adoeceu e faleceu três dias após Yom Kipur de 1882 (5643).
Foi sucedido pelo seu filho, Rabi Shalom DovBer de Lubavitch.
O Ari Zal

Rabi Yitzhak Luria se tornou famoso como o “Ari HaKadosh”, o leão sagrado.

A palavra Ari representa as iniciais de “Askenazi Rabi Yitzhak”.

Como seu nome indica, sua família originalmente vivia na Alemanha, de onde se mudaram para Jerusalém.

Ali nasceu o homem que iria desempenhar um papel magnífico, não apenas naquele século de revoluções culturais e espirituais, mas até nossos dias.

Ainda muito pequeno, Rabi Yitzhak Luria perdeu seu pai e foi para o Cairo, Egito, onde Mordechai Frances, um irmão rico de sua mãe cuidou dele e de sua educação.

Ele frequentou a Yeshivá de Rabi David Ben Zimra, o Rabino Chefe do Egito, conhecido pelo nome de Radbaz.
רדב”ז
רבי דָּוִד בֶּן שְׁלֹמֹה אִבְּן זִמְרָא

O jovem brilhante se tornou um dos discípulos mais próximos de Radbaz, e seus estudos do Talmud logo o promoveram às alturas de realizações acadêmicas.

O único subsistente de sua obra em Guemará e Halachá é um comentário sobre Zevachim.

Quando Rabi Mordechai Frances viu o grande sucesso de seu jovem sobrinho, deu a ele sua filha como esposa e garantiu a ele meios suficientes para o sustento.

Rabi Yitzhak Luria adquiriu conhecimento da Cabala e devotou sua vida inteira ao seu estudo e disseminação.

Ainda muito jovem ele começou suas longas estadias na solidão do Rio Nilo. Durante sete longos anos ele viveu às próprias custas, imerso no estudo do Zohar, a principal obra da Cabala, e outros escritos cabalísticos de menor importância, e retornava somente uma vez por semana, no Shabat, até sua família no Cairo.

Dominado por uma alma nobre, ele era totalmente atraído para o universo da sabedoria profunda e buscava a interpretação significativa de todas as fases da vida, natureza e prece.

Ele passava muitos dias em jejum, prece e estudo. Em seus incansáveis esforços para penetrar nas câmaras interiores da Torá, ele descobriu grande parte do verdadeiro significado da fé judaica.

Foi capaz de desenvolver um sistema inteiro de doutrina cabalística no mundo, e sobre o papel da Torá e seus mandamentos na vida do homem.

Repleto com o fogo da inspiração e entusiasmo, ele começou a purificar o mundo do espírito de impureza e a substituir o papel do mal pelo reconhecimento de D’us.

Por volta do ano 1569, ele reuniu sua família e migrou para Jerusalém e de lá para Safed, o centro de todo estudo e prática da Cabala.

Logo, um grande número de discípulos se reuniu ao seu redor e ouviu suas interpretações do significado mais profundo de todos os acontecimentos e ocorrências no mundo.

Cada vez mais homens o procuravam e aceitavam as leis de uma vida ascética e sagrada que o Ari HaKadosh estabelecia como uma exigência necessária para a participação no círculo de seus seguidores.

Sob sua orientação inspirada, a prece assumiu um significado mais profundo, pois a importância de cada palavra e frase era interpretada por ele.

Os dias de jejum e feriados se tornaram pontos genuínos na vida religiosa, e o Shabat se tornou o pivô da experiência sagrada e da inspiração, pois era devotado exclusivamente à atividade espiritual.

Cada refeição de Shabat, repleta de canções de conteúdo sagrado, muitas delas escritas e compostas pelo próprio Ari HaKadosh, eram como oferendas a D’us, e o Melave Malka representava um emocionante tributo ao Shabat que estava partindo.

Numa forma semelhante, a maioria dos aspectos da vida e da fé judaica recebia novo conteúdo e cor.

Os ensinamentos de Rabi Isaac Luria eram amplamente divulgados e chegavam a todos os cantos do mundo, onde quer que houvesse judeus. Entre os mais ardentes expoentes dos ensinamentos do Ari estava seu discípulo e sucessor na liderança dos cabalistas, Rabi Chaim Vital.

Rabi Haim Vital registrava as revelações e explicações de seu grande mestre, e elas estavam entre os livros mais impressos naqueles primeiros dias da máquina impressora. Outro discípulo ardente e expoente foi Rabi Israel Saruk.

A personalidade de Rabi Isaac Luria inspirou todos os homens notáveis que tinham penetrado mais fundo que a maioria dos mortais, no mundo da Cabala.

O Ari faleceu aos trinta e oito anos, pranteado por todo o povo judeu. Apesar de sua vida curta, ele deixou uma impressão indelével sobre a vida religiosa judaica e alcance religioso.

Ele introduziu muitos minhagim (costumes) sagrados que se tornaram parte de nossos costumes e serviços.

Suas canções e preces foram amplamente adotadas e parcialmente incorporadas no Sidur. Comunidades inteiras se guiaram pelo “Nussach Ari” e muitos dos seus ensinamentos têm sido usados para formar a base do grande movimento chassídico.

Devido à sua influência e inspiração o Judaísmo pôde enfrentar as ofensas de muitos credos e ideias que foram promovidas durante os séculos dezesseis e dezessete.

Ele certamente está entre os mais sagrados e mais proeminentes lideres do povo judeu.

Rabino Gloiber

Sempre correndo

Mas sempre rezando por você 🥰

תם ולא נשלם

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