Hanuká

 

Hanuká comemora a reinauguração do Templo Sagrado de Jerusalém, após a vitória dos macabeus e é celebrada durante oito dias através do acendimento da hanukiá.

Hanuká significa, literalmente, “Inauguração”.

A festa recebeu este nome em comemoração ao fato histórico de que os macabeus “hanu”,descansaram das batalhas no “ká” (25º dia) de Kislêv.

Por que comemoramos Hanuká

Durante o período do segundo Templo Sagrado, os reis gregos fizeram decretos rigorosos contra Israel, proibindo nossas práticas religiosas e nos proibindo de estudar Torá e cumprir as Mitzvot.

Eles roubaram nosso dinheiro e nossas filhas, entraram no Santuário e profanaram tudo que era ritualmente puro.

Eles causaram uma grande angústia a Israel e oprimiram os judeus, até que D’us nos libertou, salvando-nos das mãos dos inimigos.

Antiocus, rei da Síria grega, governou a Terra de Israel depois da morte de Alexandre, o Grande.

Ele pressionou os judeus a aceitarem a cultura grega proibindo o cumprimento dos mandamentos da Torá e forçando a prática da idolatria.

A revolução dos Macabeus 

Em 165 AEC, os Macabeus se revoltaram contra o inimigo e os venceram milagrosamente. O Beit Hamikdash, o Templo Sagrado, violado pelos rituais idólatras foi purificado e a Menorá reacesa com o azeite de oliva puro que foi descoberto no Templo.

A quantidade de azeite encontrada era suficiente para apenas um dia, mas milagrosamente durou 8 dias, até que um novo azeite puro pudesse ser produzido e trazido ao Templo.

Em lembrança destes milagres comemoramos Hanuká durante oito dias.

O que é Hanuká 

Os gregos da Síria que dominavam o nosso povo são representados pela escuridão

Eles queriam acabar com a nossa identidade.

Não importava para eles que tivéssemos nossa própria cultura contando que tirássemos D’us dela

Para tirar D’us da nossa vida, eles decretaram que não poderíamos fazer o Brit Milá que é a circuncisão

Não poderíamos mais guardar Shabat porque por meio de guardar o Shabat estamos mostrando para o mundo que acreditamos no D’us que criou o mundo em seis dias e no sétimo dia não criou nada

Não poderíamos mais fazer o Rosh Hodesh, porque sem o Rosh Hodesh não saberíamos o dia certo das festas judaicas

Para comemorarmos a nossa vitória contra eles, sendo que não poderíamos comemorar a vitória da guerra com uma festa porque muitos judeus apoiavam a cultura grega e se alistaram no exército deles contra nós, Hashem (D’us) nos fez um milagre de oito dias

Oito dias nos lembra o Brit Milá que é feito no oitavo dia, dentro de oito dias têm um Shabat, e dentro desses oito dias de Hanuká que parte deles é no mês de Kislev e parte deles no mês de Tevet, temos um Rosh Hodesh, Rosh Hodesh Tevet

Coincidência? Não!
Divina Providência 🌻🥰❤️

Nossos Sábios na Guemará Shabat 21b perguntaram: – O que é Hanuká?

E nos ensinam: A partir do vigésimo quinto dia de Kislev, são comemorados oito dias de Hanuká, durante os quais não são feitos discursos fúnebres e nem jejuns.

Quando os gregos entraram no Templo Sagrado de Jerusalém profanaram todos os azeites usados para acender a Menorá.

E quando a família dos Hasmoneus lutou contra eles e os expulsou, procuraram e encontraram apenas um potinho de azeite com o selo do Cohen Gadol que tinha azeite suficiente para um dia.

O milagre do primeiro dia foi que encontraram aquele potinho que tinha azeite o suficiente para ficar aceso um dia, e o milagre dos outros sete dias foi que a Menorá, o candelabro do Beit Hamikdash, continuou acesa por milagre milagre mais sete dias.

Tem quem diz que dividiram o conteúdo desse potinho em oito partes e cada um dos oito dias aconteceu um milagre que aquela pequena quantidade de azeite ficou acesa durante 24 horas

No ano seguinte, os Sábios da época instituíram estes oito dias como uma festa, com cânticos de louvor e agradecimentos. e que se acendessem luzes na entrada das casas em cada uma dessas oito noites, para divulgar o milagre.

Estes dias são chamados de Hanuká que quer dizer inauguração.

Pode-se também interpretar a palavra como “hanu”= eles descansaram “ka”= no vigésimo quinto, porque no vigésimo quinto dia eles descansaram da batalha contra seus inimigos.

O Talmud nos conta que esses dias foram  transformados em dias de “reza e agradecimento”.

Cumprimos a obrigação de “louvor” recitando Hallel completo durante a reza da manhã, Shaharit, em todos os oito dias de Hanuká.

A obrigação de “agradecimento” é cumprida por meio da leitura do Al haNissim na reza da Amidá, e também no Bircat Hamazon que é a Bênção que fazemos depois de comer o pão

Como Acender a hanukiá:

Uma hanukiá tem oito potes em uma fila reta. O shamash, vela auxiliar, usado para acender a hanukiá, é colocado mais alto ou à parte das outras.

Uma hanukiá de lâmpadas elétricas pode ser usada como decoração de hanuká, mas não cumpre a Mitzvá, o Mandamento Divino, de acendimento da hanukiá.

Parte da Mitzvá de Hanuká é a divulgação do milagre, portanto colocamos a hanukiá no batente oposto à Mezuzá, ou numa janela, claramente visível do lado de fora.

Podemos acender a Hanukiá com velas também, mas devido ao seu papel no milagre de Hanuká, uma hanukiá com azeite é especialmente significativa.

Na primeira noite de Hanuká, reúna a família para o acendimento da hanukiá. Antes de acender, leia as bênçãos de acendimento da Hanukiá.

Utilize o shamash para acender a primeira vela, no extremo direito da hanukiá.

Na segunda noite, acenda uma vela adicional à esquerda da vela acesa na noite anterior. Repita o mesmo processo a cada noite de Hanuká, onde a vela a ser acesa é sempre a nova, procedendo da esquerda para a direita.

As velas devem ficar acesas durante pelo menos meia hora.

Se uma vela apagar durante o período em que deveria estar acesa, deve ser reacendida se não for Shabat.

Na noite seguinte, os pavios e o azeite restantes podem ser reaproveitados.

A luz da hanukiá é sagrada e não pode ser utilizada para outro fim, como leitura ou trabalho.

 

Acendimento na véspera e após o Shabat

Na tarde de sexta-feira, acendemos as velas de Hanuká pouco antes das velas de Shabat. No Shabat é proibido acender uma chama.

A hanukiá não pode ser tocada ou removida depois de seu acendimento na sexta-feira até sábado após o anoitecer.

No sábado, as velas de Hanuká somente são acesas após o final do Shabat, depois que a Havdalá é feita.

Luzes, velas, ação!

Primeiro, acendemos o shamash e depois vamos dizer as seguintes bênçãos:

 

בָּרוּךְ אַתָּה אֲדֹנָי אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם אֲשֶׁר קִדְּשָׁנוּ בְּמִצְוֹתָיו וְצִוָּנוּ לְהַדְלִיק נֵר חֲנֻכָּה

 

Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hêi-nu Mêle’h Haolam, asher kideshanu bemitsvotav, vetzivanu lehadlik ner hanuká.

 

Bendito é Você A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus Mandamentos, e nos ordenou acender a vela de hanuká.

 

בָּרוּךְ אַתָּה אֲדֹנָי אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם שֶׁעָשָׂה נִסִּים לַאֲבוֹתֵינוּ בַּיָּמִים הָהֵם בַּזְּמַן הַזֶּה

 

Baru’h Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mêlech Haolam, sheassá nissim laavotênu, bayamim hahêm, bizman hazê.
Bendito é Você, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que fez milagres para nossos antepassados, naqueles dias, nesta época.

 

Na primeira noite ou pela primeira vez, acrescentamos:

בָּרוּךְ אַתָּה אֲדֹנָי אֱלֹהֵינוּ מֶלֶךְ הָעוֹלָם שֶׁהֶחֱיָנוּ וְקִיְּמָנוּ וְהִגִּיעָנוּ לַזְּמַן הַזֶּה

 

Baru’h Atá A-do-nai, E-lo-hei-nu Mele’h Haolam, shehe’heyanu vekiymanu vehiguianu lizman haze.
Bendito é Você, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos deu vida, nos manteve e nos fez chegar até esse tempo

 

Em seguida, acendem-se as velas da hanukiá com o shamash, da esquerda para a direita.

 

Depois de acender as velas, colocamos o shamash à esquerda da hanukiá de modo que fique mais alto do que as chamas da hanukiá, e dizemos:

 

הַנֵּרוֹת הַלָּלוּ אָנוּ מַדְלִיקִין עַל הַנִּסִּים וְעַל הַנִּפְלָאוֹת וְעַל הַתְּשׁוּעוֹת וְעַל הַמִּלְחָמוֹת. שֶׁעָשִׂיתָ לַאֲבוֹתֵינוּ בַּיָּמִים הָהֵם בַּזְּמַן הַזֶּה. עַל יְדֵי כֹּהֲנֶיךָ הַקְּדוֹשִׁים. וְכָל מִצְוַת שְׁמוֹנַת יְמֵי חֲנֻכָּה. הַנֵּרוֹת הַלָּלוּ קֹדֶשׁ הֵם. וְאֵין לָנוּ רְשׁוּת לְהִשְׁתַּמֵּשׁ בָּהֶם. אֶלָּא לִרְאוֹתָם בִּלְבָד. כְּדֵי לְהוֹדוֹת וּלְהַלֵּל לְשִׁמְךָ הַגָּדוֹל עַל נִסֶּיךָ וְעַל נִפְלְאוֹתֶיךָ וְעַל יְשׁוּעָתֶךָ.

Transliteração

Hanerot halálu ánu madlikin al hateshuot, veal hanissim, veal haniflaot, sheassíta laavotêinu, bayamim hahêm, bizman haze, al yedei cohanei’ha hakedoshim. Ve’hol shemonat yemei hanuká, hanerot halálu kodesh hem, vein lanu reshut lehishtamesh bahen, éla lir’otan bilvad, kedêi lehodot ulealel leshim’há hagadol, al nissêi’ha, veal nifleotêi’ha, veal yeshuotêi’ha.

Tradução

Nós acendemos estas luzes por causa das redenções, milagres e feitos maravilhosos que Você fez para os nossos antepassados, naqueles dias, nesta época, por intermédio de seus sagrados sacerdotes. Durante todos os oito dias de hanuká, estas luzes são sagradas, e não é permitido para nós fazermos qualquer uso delas, só olhar para elas para que possamos agradecer e louvar seu grande nome, por seus milagres, seus feitos maravilhosos e suas salvações.

 

Sevivon:

Antíoco decretou que cada aula de Torá era crime punível com morte ou prisão. Em desafio, as crianças estudavam em segredo, e quando as patrulhas sírias eram avistadas, fingiam estar jogando uma inocente brincadeira de pião, também conhecido como dreidel (em yidish) e sevivon (em hebraico).

As Letras do Sevivon

Todo sevivon possui quatro lados com uma letra hebraica em cada um deles. Cada letra é a inicial de uma palavra. As quatro letras são:

נ

A letra “Nun” é a primeira letra da palavra Nes, que significa “milagre”

ג

A letra Guimel primeira letra de Gadol, que significa “grande”

ה

Hei primeira letra de Haya, que significa “era” ou “foi”

ש

Shin primeira letra de Sham, que significa “lá”

 

Juntas elas formam a frase: “Um grande milagre aconteceu lá”.

Na terra de Israel, ao invés da letra shin, para designar sham, lá, o sevivon possui a letra pei de pó, aqui,  para que as letras dos lados do pião forme a frase: “Um grande milagre aconteceu aqui”.

Atualmente

Uma vez que as crianças têm dinheiro e tempo livre, é natural que acabem comprando  um Sevivon e brincando com ele.

Mas o sevivon também tem uma mensagem especial:

Possui quatro lados, cada um com uma letra do alfabeto hebraico, formando a frase: “Um grande milagre aconteceu lá”, mostrando assim que, mesmo nos momentos de lazer, a pessoa deve lembrar que a Providência Divina dirige tudo, em todas as situações.

 

Hanucá Guelt, dinheiro de Hanuká 

Durante Hanuká é costume dar dinheiro para as crianças para ensiná-las a fazer Tzedaká e também para incrementar o espírito festivo da data.

 

Essa forma de “suborno” sutil é um componente essencial no processo educacional. O Rambam nos ensina a importância de usar incentivos e prêmios até que uma criança tenha idade suficiente para entender por si mesma a importância e a beleza da Torá e Mitzvot.

 

O dinheiro que damos as crianças, o guelt de Hanucá, celebra a liberdade e o mandato de canalizar a riqueza material para fins espirituais.

 

Hanucá guelt pode ser dado a qualquer tempo no decorrer de Chanucá (exceto no Shabat).

 

Alguns têm o admirável costume de dar o guelt em todas as noites de Chanucá. Em Chabad, é costume dar toda noite, mas entregar uma soma maior na quarta ou na quinta noite.

 

 

Veja receitas para Hanuká:
https://rabinogloiber.com/receitas-de-chanuca/

Na festa de Hanucá há o costume de comer comidas fritas em óleo como bolinhos de batata (levivot ou latkes), e sonhos (sufganiyot).

 

Estes alimentos são servidos e em honra ao milagre que ocorreu com o azeite.

 

Pratos à base de laticínios, como bolinhos de queijo também são servidos em Hanuká para nos lembrarmos da história de Yehudit que teve uma participação tão importante nessa guerra.

 

Ela se apresentou ao general dos gregos como alguém que está muito a favor deles e trouxe à eles informações muito importantes

 

Deu a ele queijo salgado para comer, acompanhado de vinho forte para eliminar sua sede. O vinho o “derrubou” fazendo-o cair em sono profundo.

 

Yehudit então pegou a própria espada do general e cortou a cabeça dele e assim ganhamos a guerra .

Em Hanuká acendemos os candelabros com óleo de oliva ou velas durante as oito noites desta festividade.

 

Suas luzes nos fazem lembrar e celebrar o milagre ocorrido logo após a vitória dos Macabeus contra os greco-sírios:

 

Quando os Macabeus recapturaram o Templo Sagrado de Jerusalém, encontraram um único pote com azeite de oliva não profanado para com ele acender a Menorá.

 

E D’us realizou um milagre: aquele único pote de azeite, que deveria durar apenas um dia, ficou aceso ininterruptamente durante oito dias

 

Tempo suficiente para que o Povo Judeu pudesse produzir mais azeite considerado puro de acordo com os Mandamentos de pureza e impureza da Torá.

 

Para celebrar a vitória dos Macabeus, simbolizado pelo milagre do azeite que manteve a Menorá acesa por oito dias, nossos Sábios instituíram a Festa das Luzes, Hanuká.

 

Como se trata de uma festa de oito dias, o candelabro que usamos durante a festa, a hanukiá, tem oito braços. Mas a Menorá do Beit Hamikdash tinha sete braços.

 

Na Torá, o número sete é altamente significativo, sendo uma das razões o fato de D’us ter criado o universo em um processo que durou sete dias.

 

Os sete braços da Menorá representam os sete pastores do Povo de Israel – as figuras centrais que influenciam a vida espiritual de todos os judeus.

 

Eles são: Avraham, Yitzhak, Yaakov, Moshe, Aharon, Yossef e David, e aparecem em diferentes contextos e ocasiões.

 

São os Ushpizin, os visitantes celestiais, que visitam toda Sucá durante os sete dias da festa de Sucot, a festa das cabanas

 

Os sete braços da Menorá representam cada uma de suas contribuições espirituais singulares.

 

Cada um deles personifica um dos sete atributos da Árvore da Vida da Kabalá, também conhecidos como as Sete Sefirot emocionais.

 

O estudo das Sefirot é um dos alicerces da Kabalá. Elas são modos ou atributos mediante os quais D’us se manifesta – três delas são intelectuais e sete, emocionais.

 

As Sefirot não representam D’us, mas sim, o meio pelo qual a Torá atribui à D’us qualidades e atributos específicos.

 

D’us é a essência do bem, Infinito e Indefinível de tão elevado. O amor, uma manifestação da Sefirá de Chessed, é uma emanação de D’us.

 

Esse mesmo conceito se aplica para todas as Sefirot, elas são emanações Divinas por meio das quais D’us cria, sustenta e se relaciona com toda a sua criação.

 

As Sefirot constituem a composição espiritual de cada ser humano, e sobre isso está escrito que D’us criou o homem à Sua imagem e semelhança.

 

Porque da mesma forma que D’us interage com o mundo por meio das Sefirot, o ser humano também interage com o mundo por meio de dez Sefirót.

 

Quando uma pessoa utiliza as Sefirot que tem dentro de si, ou seja, os poderes de sua alma, para fazer o Trabalho Divino aqui no nosso mundo, ela desperta as Sefirot nos mundos superiores.

 

Hessed

 

O primeiro braço da Menorá representa a primeira Sefirá emocional que é a Hessed, fonte do amor, da bondade, da generosidade e da benevolência.

 

A Hessed também é conhecida como Guedulá, grandeza, porque a vida provém de D’us e é dirigida a um número quase ilimitado de mundos e criaturas.

 

O Zohar, obra fundamental da Kabalá, se refere a Hessed como “o primeiro dia da criação, o primeiro atributo, que acompanha todos os demais dias da Criação” (Zohar 1, 46a).

 

Representa a benevolência ilimitada com que D’us criou tudo o que existe, como descreve um versículo do Tehilim (89-3): “O mundo foi construído com Hessed”.

 

O livro clássico da Kabalá chamado de Etz Haim nos ensina que a Hessed foi o motivo da Criação do mundo. “Fazer o bem é da natureza d’Aquele que é bom”.

 

Cada dia da semana corresponde a uma das sete Sefirot emocionais. Como nos ensina a Torá, no Primeiro Dia, D’us criou a luz. Na linguagem da Kabalá: “No início, uma luz infinita, não condicionada, preencheu toda a Criação”. Essa luz construiu toda a Criação.

 

O primeiro braço da Menorá, que simboliza Hessed, a primeira Sefirá emocional, refere-se a Avraham Avinu, primeiro dos Patriarcas do Povo de Israel, ele próprio a personificação desse atributo, o “homem de bondade e benevolência”, que amava D’us e os homens e praticava uma ilimitada generosidade – material e espiritual.

 

Em nosso relacionamento com D’us expressamos nossa Hessed por meio do nosso amor por Ele e por outros seres humanos.

 

Como nos ensina a Guemará, uma das formas de se unir a D’us é se comportar como D’us, e as qualidades Divinas são as Sefirot.

 

Quando uma pessoa pratica a Hessed, realizando atos de bondade, amor e generosidade, ela está fazendo como D’us, e unindo-se, assim, a Ele.

Guevurá

O segundo braço da Menorá simboliza a segunda Sefirá emocional, a Guevurá – que significa disciplina, força, bravura e justiça.

 

Guevurá é um movimento que segue em direção oposta a Hessed. A Hessed representa doação e compartilhamento, mesmo quando de forma incondicional e não criteriosa, Guevurá representa o contrário – retenção e retraimento. Como um poder da alma, representa o atributo emocional da reverência, do temor e da restrição.

 

Hessed é atração e Guevurá é repulsa.

 

Hessed determina que se deve doar generosa e incondicionalmente, sem considerar o mérito de quem irá receber.

 

Guevurá argumenta contra a doação àquele que não a merece ou que fará mau uso do que receber.

 

Contudo, Guevurá também possui um aspecto essencial da bondade Divina, pois se a Hessed de D’us fosse irrestrita, provocaria o anulamento de toda a existência como no primeiro dia da criação onde o mundo todo era água que é a maior manifestação da Hessed. Água é vida, mas água sem limites não dá espaço à vida

 

Sendo assim, tanto a Guevurá quanto a Hessed, mantém a existência do mundo.

 

A Sefirá de Guevurá é a manifestação do poder Divino em restringir e ocultar Sua Luz Infinita, possibilitando que Suas criaturas recebam a Hessed Divina segundo a capacidade de cada criatura, sem serem anulados pela Infinitude Divina.

 

A Sefirá de Guevurá é a manifestação Divina que por meio dela Hashem (D’us) fez o segundo dia da Criação, quando D’us criou o firmamento, em hebraico, Rakía, que são os limites materiais que sem a qual a vida na Terra não seria possível.

 

A Guevurá é a Sefirá associada a Yitzhak Avinu, nosso segundo Patriarca

 

O evento paradigmático na vida de Yitzhak foi quando ele anulou sua vontade, permitindo ser amarrado no altar a fim de ser sacrificado por seu pai, Avraham.

 

O Midrash descreve como Yitzhak estava em completo controle de si mesmo. Ele personificou a bravura, a Guevurá, em sua capacidade e força de dominar seu sentido natural de autopreservação, exercendo total disciplina e resiliência ao se dispor a sacrificar sua vida em obediência à ordem de D’us.

 

Servimos D’us com Guevurá por temor e reverência a Ele. Servir a D’us com Guevurá consiste em usar a disciplina para cumprir os Mandamentos Divinos, não cedendo à tentação.

 

O Zohar nos ensina que assim como um pássaro necessita duas asas para voar, também nós, seres humanos, devemos amar e temer a D’us, ao mesmo tempo, ou seja, servindo a D’us com os atributos de Hessed e de Guevurá.

Tiferet

O terceiro braço da Menorá simboliza a terceira Sefirá emocional, a Tiferet, que tem várias definições: beleza, harmonia, compaixão, misericórdia, verdade e paz.

 

A Tiferet faz a harmonia entre a Hessed e a Guevurá. Se D’us emanasse apenas Chessed, o mundo seria anulado perante sua Guedulá, sua Grandeza Infinita.

 

Por outro lado, se D’us manifestasse apenas Guevurá, se Ele Se contivesse totalmente, o mundo deixaria de existir.

 

Nosso mundo somente pode existir se Hessed e a Guevurá se equilibrarem, uma à outra. Tem de haver uma constante interação, uma reciprocidade, entre essas duas Sefirot. Tiferet possibilita que as duas se auto equilibrem uma à outra, a fim de que este nosso mundo finito possa absorver a Infinita benevolência Divina, sem deixar de existir.

 

No Terceiro Dia da Criação, D’us determinou um equilíbrio entre água e terra, de forma que ambos sustentassem o reino vegetal, animal e humano.

 

Yaakov Avinu, nosso terceiro e último Patriarca, personifica a Sefirá chamada de Tiferet.

 

Yaakov foi a primeira pessoa na Torá a revelar o espectro total das emoções humanas. Ele combina a Hessed de seu avô Avraham, com a Guevurá de seu pai, Yitzhak.

Em nosso relacionamento com D’us, expressamos Tiferet ao estudar a Sua Torá, que representa a busca pela harmonia, verdade, compaixão e paz.

 

Também exercitamos esta Sefirá glorificando D’us por meio do embelezamento do cumprimento dos mandamentos de Sua Torá.

 

Netza’h

 

O quarto braço da Menorá representa a quarta Sefirá emocional, Netza’h, que significa “conquistar” ou “vencer”.

 

A Netza’h expressa a ideia de dominação, ambição e a iniciativa necessária para se chegar à vitória.

 

Esta Sefirá caracterizou o Quarto Dia da Criação – quando D’us criou as estrelas e os corpos celestes que são uma expressão de Netza’h pelo fato de exercitarem uma medida de dominação sobre todos os seres vivos.

 

Como por exemplo, a luz do Sol que é essencial para a existência de vida na Terra.

 

Dia e noite, as quatro estações, o Shabat e os Haguim que são os dias festivos no calendário judaico dependem do ciclo lunar e do ciclo solar.

 

Os corpos celestes expressam Netza’h de uma outra forma: eles não se desviam de sua missão, seguindo as rígidas leis que lhes foram impostas por D’us.

 

Entre os sete líderes do nosso povo, Moshe Rabenu, o maior de todos os líderes e profetas que nosso povo já teve, personificou a Sefirá de Netza’h.

 

Todas as ações de Moshé foram duradouras, especialmente ao trazer a Torá à Terra e a transmitir ao Povo Judeu.

 

Aquele que serve a D’us com o atributo de Netza’h está determinado a cumprir Sua Vontade, quaisquer que sejam os desafios ou dificuldades.

 

A qualidade de Netza’h que reside na alma de cada um de nós depende da confiança que ela tem na missão Divina que lhe cabe.

 

E essa pessoa a executará com total determinação até chegar à vitória

 

Hod

A quinta Sefirá emocional é a Hod, traduzida como humildade, entrega, gratidão e aceitação. Hod representa o poder da alma que complementa Netza’h.

 

Enquanto Netza’h nos impele para a frente, vencendo barreiras, Hod assegura que nosso sucesso se baseie em nosso reconhecimento da origem Divina de nosso poder e força. Assim sendo, Hod representa sinceridade, humildade e gratidão.

 

É a Sefirá de Netza’h que energiza nossa ambição. Mas é a Sefirá de Hod que nos obriga a reconhecer que devemos nosso sucesso à Providência Divina.

 

A Hod desperta dentro de nós a humildade de reconhecer que não somos senhores únicos de nossa vida e nosso destino. Netza’h se expressa por meio de dominação, e Hod por meio de submissão.

 

Às vezes temos que exercitar nossa Netza’h e impor nossa vontade, e outras vezes temos que agir com Hod, submetendo-nos à vontade dos outros.

 

A Sefirá de Hod caracterizou o Quinto Dia da Criação. Neste dia, D’us criou as aves e as criaturas marinhas que foram os primeiros seres que receberam a benevolência Divina.

 

Entre os sete líderes do nosso povo, Aharon, irmão de Moshe, que foi o primeiro Cohen Gadol, primeiro Sumo Sacerdote, é quem personifica a Sefirá de Hod.

 

Sua capacidade de fazer a paz entre as pessoas era proveniente de seu desejo de se submeter aos outros em troca de promover a união entre eles.

 

Em nosso relacionamento com D’us, expressamos a Sefirá de Hod por meio do autocontrole e o reconhecimento da transcendência Divina que está infinitamente acima do nosso entendimento

 

Exercitamos Hod em nosso Trabalho Divino por meio do reconhecimento de que, apesar de nosso grande empenho e determinação, a Vontade de D’us sempre prevalecerá.

 

Por meio de Hod, nós, seres humanos, reconhecemos depender totalmente de D’us. E percebemos que nossa visão limitada se deve à nossa perspectiva material e finita.

 

Expressamos nossa gratidão a D’us por todos os favores que Ele nos concede e a Ele agradecemos por tudo. Hod significa ser sincero em nossos atos de gratidão.

 

Yessod

 

O sexto braço da Menorá representa a sexta Sefirá emocional chamada de Yessod, que significa “a base, o fundamento”. 

 

A Sefirá de Tiferet que está acima da Yessod harmoniza e equilibra a Hessed e a Guevurá. 

 

Dessa mesma forma a Sefirá de Yessod faz a harmonia e o equilíbrio entre a Netza’h e a Hod.

 

Netza’h e Hod têm a ver com dominação ou submissão, a Yessod se expressa por meio do equilíbrio entre a dominação e a submissão na nossa personalidade tanto no relacionamento entre o ser humano e D’us como na interação que temos com as outras pessoas.

 

O Sexto Dia da Criação foi feito por meio da revelação da Yessod, quando D’us criou o primeiro ser humano. 

 

O homem e a mulher constituem a base da Criação. D’us dá a todas as suas criaturas tudo o que elas precisam para a sua sobrevivência, mas os seres humanos retribuem cumprindo o seu propósito na Criação. 

 

O homem e a mulher expressam a Yessod por meio do livre arbítrio. Temos a possibilidade de fazer o mal mas optamos por fazer o bem

 

A Sefirá de Yessod une D’us e Sua Criação em um vínculo de empatia e amor. 

 

Yossef HaTzadik, o José da Torá, filho do nosso patriarca Yaakov, foi a revelação da Sefirá de Yessod no nosso mundo. 

 

Com a sua integridade e retidão, Yossef resistiu à tentação e teve sucesso em todos os seus esforços, trazendo bênçãos, salvação e prosperidade para o mundo, pelo fato de estar constantemente conectado com D’us. 

 

Utilizamos o poder de Yessod em nossa alma ao sermos fiéis a D’us com intensa vontade e temos o prazer em cumprirmos os Mandamentos Divinos que nos conectam à ele.

 

O Midrash nos conta que os seis primeiros dias da Criação constituem dois conjuntos de três dias cada, sendo que o segundo conjunto aperfeiçoa e complementa o primeiro. 

 

A primeira composição espiritual das Sefirot Hessed, Guevurá e Tiferet se compara à segunda que é o conjunto de Netzach, Hod e Yessod. 

 

No primeiro dia da criação que foi feito por meio da revelação da Sefirá de Hessed, D’us criou a luz

 

No quarto dia da criação, que foi feito por meio da Sefirá de Netzach, D’us criou as fontes de luz que são o Sol, a lua que nos repassa um pouquinho da luz do sol, e as estrelas.

 

No segundo dia da criação, que foi feito por meio da revelação da Sefirá de Guevurá, D’us criou os oceanos quando criou a força da gravidade e outras forças materiais que separaram  as águas de cima das águas de baixo

 

No quinto dia da criação, que foi feito por meio da revelação da Sefirá chamada de Hod, Ele criou os peixes. 

 

No terceiro dia da criação, que foi feito por meio da revelação da Sefirá chamada de Tiferet, D’us criou a terra seca.

 

No no sexto dia da criação que foi feito por meio da revelação da Sefirá chamada de Yessod, Ele criou o ser humano 

 

Mal’hut

O sétimo braço da Menorá representa a sétima Sefirá emocional, a Mal’hut. 

Traduzida como “realeza”, essa Sefirá é única entre as sete Sefirot emocionais: 

as seis primeiras são ativas ao passo que Malchut é passiva, transmitindo a ideia de receber. 

A Yessod, a sexta Sefirá, combina todas as demais Sefirot e as conecta a Mal’hut. 

Tendo recebido a luz de todas as demais Sefirot, a Mal’hut canaliza e direciona uma luz unificada ao mundo, harmonizando todos os diversos atributos das demais Sefirot e os projetando para baixo, para a Criação.

A Mal’hut é comparada à lua, que não tem nenhuma luz de si própria, mas toda a sua luz é somente a luz que ela recebe do Sol.

Diferentemente das demais Sefirot, Malchut não tem nenhuma característica nem mesmo uma qualidade própria, e isto lhe permite unificar todas as Sefirot dentro de si e as projetar para nosso mundo. 

Malchut é o instrumento por meio do qual todo o plano da Criação passa a existir. 

A Mal’hut sozinha é chamada de “Nukva” que é o “aspecto feminino” das Sefirót , o lado receptor. A Mal’hut é comparada à uma jovem mãe, que depois de comer qualquer coisa ela transforma isso em leitinho e dá de mamar para o nenê.

A revelação Divina na Mal’hut é chamada de “Sh’hinta” que quer dizer “a presença Divina”. A Mal’hut é representada pela letra Hei que se encontra no final do nome de Hashem.

A Kabalá nos ensina que “nada ocorre com os seres inferiores a não ser que seja através de Mal’hut” (Tikunei Zohar 19:40b, Zohar hadash, 11a). Esta Sefirá é conhecida como “o arquiteto mediante o qual se fez toda a Criação” (Pardes Rimonim 11:2).

A receptividade inata em Mal’hut, que chega mesmo à sensação de vazio, é personificada pelo rei judeu ideal, que deve ser excessivamente humilde. 

Ele precisa estar constantemente ciente de sua nulidade perante o verdadeiro Rei dos Reis. 

A humildade é como um copo vazio, pronto para receber. 

A humildade de um rei é o portão que se abre para que ele possa receber o influxo Divino, o qual ele, por sua vez, pode compartilhar com os demais. 

David HaMele’h, o Rei David, é o sétimo líder do nosso povo e personifica a Sefirá de Mal’hut. 

Em seus Tehilim, ele se auto descreve como “pobre e carente”, apesar de descender de uma das famílias judias mais ricas e distintas. 

No entanto, ele se considerava pobre, pois assim como alguém que nada possui depende da generosidade dos demais, o Rei David reconhecia que todas as suas posses, seu reino, suas riquezas, seu poder, provinham exclusivamente de D’us. 

Malchut é o poder que D’us nos dá para que possamos receber d’Ele. Essa Sefirá expressa um relacionamento no qual o que recebe pode retribuir, tornando-se um doador.

A Sefirá de Mal’hut caracteriza o Sétimo Dia da Criação, o Shabat.

As seis primeiras Sefirot emocionais são ativas, ao passo que a sétima, Mal’hut, é passiva. 

Essa ideia se aplica ao ciclo semanal. A Torá nos pede para trabalhar somente nos seis dias da semana e descansar no sétimo.

O Shabat, o sétimo dia, o Shabat Sagrado, recebe bênçãos dos outros seis dias que o precedem, assim como a Mal’hut recebe das demais seis Sefiro, e retribui, tornando-se, pelo fato de abençoar os dias da semana que a seguem, uma doadora. 

O Zohar justamente nos ensina que “Através dos dias de Shabat, todos os outros dias se tornam abençoados”.

Nós expressamos a Mal’hut por meio da aceitação da soberania Divina e do cumprimento dos Mandamentos Divinos. Quando fazemos o Trabalho Divino com humildade estamos manifestando o poder da Mal’hut

 

O oitavo braço da Hanukiá

 

Os sete dias da semana, que são caracterizados, respectivamente, pelas sete Sefirot emocionais, constituem um ciclo natural. 

 

O número oito representa aquilo que está acima da Natureza, ou seja, o sobrenatural. 

 

No Judaísmo, o número oito representa o milagroso. 

 

Na história de Hanuká, o azeite ardeu por oito dias para indicar que a vitória militar dos Macabeus sobre os greco-sírios tinha sido um milagre.

 

A Menorá do Templo tinha sete braços, sendo o sétimo representado pela Sefirá de Mal’hut, personificada pelo Rei David. 

 

Já a hanukiá tem oito braços. O oitavo braço simboliza um descendente do Rei David, o Rei Mashia’h 

 

A época dele será uma era de paz, alegria e prosperidade para a humanidade, caracterizada por fenômenos sobrenaturais.

 

A Menorá e a União do Povo Judeu

 

A Menorá tem sete braços porque basicamente há sete caminhos diferentes para se chegar a D’us. 

 

Todo ser humano contém todas as sete Sefirot emocionais, mas uma delas exerce um papel central na vida da pessoa. 

 

Alguns judeus sentem-se mais inclinados à alma de Avraham, eles são guiados por Hessed 

 

Outros preferem a linha de Yitzhak, são mais rigorosos e disciplinados. 

 

Cada pessoa recebe uma determinada Sefirá que determina a estrutura de sua personalidade. 

 

Quanto maior a receptividade da pessoa, mais ela pode receber dos braços da Menorá. 

 

Alguns tem Amor à D’us (Hessed) mais do que temor 

 

Outros tem temor (Guevurá) mais do que amor. 

 

Há judeus que servem a D’us basicamente por meio do estudo da Torá (Tiferet), que traz paz para o mundo harmonizando Hessed e Guevurá. 

 

Há judeus que servem a D’us por meio de pura determinação (Netza’h), enquanto há outros que conseguem anular totalmente sua vontade diante da Vontade Divina (Hod). 

 

Algumas almas são naturalmente atraídas a D’us (Yessod) e conseguem unir Céus e Terra, num só conjunto. 

 

Mas há, também, pessoas que por causa da sua humildade conseguem receber a generosidade da plenitude Divina, o conjunto completo das demais seis Sefirot, e a compartilhar com o restante do mundo.

 

Cada um de nós tem o seu caminho, sua maneira de chegar a D’us, e nenhum deles é melhor que o outro. 

 

Mas, apesar desses diferentes caminhos, temos que ter em mente que a Menorá original que Moshe construiu no deserto era feita de um único pedaço de ouro, representando a ideia de que nosso povo

 

O Povo de Israel, constitui um todo, uma plenitude, apesar de a Menorá ter sete braços diferentes.

 

O fato de a Menorá original ter sido feita inteiramente de ouro simboliza a beleza do Povo Judeu. Como está escrito no Shir HaShirim, o Cântico dos Cânticos: “Amor meu, és bela por completo” (Shir HaShirim 4:7).

 

Não há um ser humano idêntico a outro, ensina a Guemará. Cada alma é diferente e singular. Mas o Povo Judeu constitui uma única pessoa, e cada um de nós é responsável pelos outros na singularidade de sua essência.

Hanuká nas Sefirót 
mais detalhes

 

A hanukiá representa a Menorá que era acesa diariamente no Templo Sagrado de Jerusalém e por isso costumamos acender a Hanukiá de preferência com velas de azeite em vez de velas de parafina, já que a Menorá do Beit Hamikdash era acesa com azeite.

 

As luzes de Hanuká nos lembram dois milagres realizados por Hashem (D’us) na época em que os gregos da Síria dominavam o nosso povo com extrema crueldade. O primeiro milagre foi a vitória da revolução que fez a família dos Hashmonaim, uma família judaica sacerdotal Contra as forças armadas greco-sirias.

 

Os Hashmonaim eram poucos contra os greco-sirios que eram muitos, os Hashmonaim eram fracos contra fortes, puros contra impuros, bons contra ruins, e mesmo assim, sem a mínima capacidade de vencer uma guerra dessas, lutaram contra um dos maiores exércitos do mundo antigo que eram as forças greco-sirias do rei Antíoco IV que governava a Terra de Israel de forma tirânica e cruel.

 

Esse rei queria helenizar os judeus à força, e por isso proibiu a prática do judaísmo. Como consequência da vitória dos Macabeus, o Povo Judeu recuperou o Templo Sagrado de Jerusalém e reinaugurou o trabalho Divino que era feito nele.

 

Mas, quando os judeus procuraram dentro do próprio Beit Hamikdash o azeite de oliva que fosse puro de acordo com a Torá  para acender a Menorá que sempre estava armazenado lá, encontraram apenas um pequeno potinho com o lacre do Cohen Gadol, do sumo sacerdote. Esse foi o único potinho que tinha escapado à profanação dos gregos que intencionalmente colocaram répteis mortos dentro dos potes de azeite para impurificá-los.

 

Não havia azeite puro fora de lá, sendo que a prática de purificação de quem recebeu a impureza dos mortos havia sido proibida pelos gregos, e qualquer pessoa que tivesse participado de um enterro e ainda não tivesse sido purificada mas tivesse tocado no azeite, aquele azeite já não poderia ser usado para acender a Menorá.

 

Os Hashmonaim perceberam que aquela quantidade de azeite não seria suficiente para manter a Menorá acesa os oito dias necessários para fazer um novo lote de azeite puro. Sete dias seriam necessários para purificar as pessoas que iriam fazer esse azeite e um dia para fazer o azeite. Mesmo assim decidiram acendê-la.

 

O azeite, que deveria durar um dia apenas, manteve a Menorá acesa durante todos os oito dias necessários para chegar o novo lote de azeite puro, e isso foi o sinal Divino de que também a vitória militar dos Macabeus havia sido um milagre Divino sobrenatural.

 

A Divina providência até por trás dos detalhes técnicos

 

O número sete representa o ciclo natural, os sete os dias da semana. Já o número oito simboliza o que está acima da natureza, o surreal, o sobrenatural.

 

O pequeno pote de azeite durou precisamente oito dias para que o Povo Judeu compreendesse que D’us fez um milagre sobrenatural e sem isso eles não derrotariam os gregos.

 

Não fosse a Providência Divina  não haveria como os Hashmonaim derrotarem os gregos da Síria que eram uma das superpotências militares da época.

 

O fato de o número oito representar a ligação sobrenatural que existe entre D’us e o Povo de Israel explica a razão para que o Brit Milá, a circuncisão, seja realizada no oitavo dia de nascimento de um menino judeu.

 

Como o próprio nome indica, o Brit Milá é uma aliança entre o Criador e cada um dos Filhos de Israel. A circuncisão é feita no oitavo dia porque simboliza que o vínculo entre D’us e o Povo Judeu transcende a natureza e todas as suas limitações.

 

O fenômeno sobrenatural de um pequeno frasco de azeite ter durado oito dias foi um milagre por si só, mas também serviu ao propósito de revelar que a vitória dos Hashmonaim foi milagrosa, e não aconteceu por sorte, bravura ou táticas militares.

 

Portanto, o principal mandamento da festa gira em torno do acendimento de uma Menorá de oito hastes. Mesmo que a Menorá do Beit Hamikdash tinha sete hastes e a Hanukiá oito, uma não deixa de ser representação da outra. E, portanto, para se adquirir um entendimento mais profundo da festa de Hanuká, faz-se necessário analisar a Menorá do Beit Hamikdash e o que representava.

 

A Menorá e as sete Sefirot do Zeir Anpin, da pequena face

 

As Dez Sefirót são divididas em duas categorias: intelectos e sentimentos. As “três de cima” são os intelectos e as “sete de baixo” os sentimentos. Cada formação de Sefirot é chamada de “face”.

 

O Zohar nos ensina que as sete lâmpadas da Menorá simbolizam as almas dos sete líderes do nosso povo. Nossos três Patriarcas – Avraham, Itzhak e Yaakov, depois deles Moshe que foi o maior de todos os profetas,  Aharon, irmão de Moshe que foi o primeiro Cohen Gadol, Sumo Sacerdote; Yossef e David.

 

Cada um desses sete Tzadikim representou nesse mundo uma das Sefirot do Zeir Anpin chamadas de Sefirot do sentimento. As Sefirót são emanações Divinas que por meio delas Hashem cria, controla e traz vida para toda a existência.

 

A Criação, em geral, e a nossa Alma  em particular, são compostas das dez Sefirot:
Três intelectuais, que são Ho’hmá (Sabedoria), Biná (Compreensão) e Daat (Conhecimento).
E sete emocionais: Hessed (Bondade, Generosidade), Guevurá (Severidade, Disciplina), Tiferet (Harmonia, Compaixão), Netza’h (Eternidade, Vitória), Hod (Esplendor, Humildade), Yessod (Fundamento, Carisma) e Mal’hut (Realeza, Liderança)

 

Está escrito no Livro dos Provérbios que a vela de D’us é a alma do homem. Cada um de nós é representado por uma das sete lâmpadas da Menorá, que representam o recebimento da emanação Divina transmitida pelos sete líderes do nosso povo, que, por sua vez, personificam os sete principais caminhos para se servir a D’us.

 

Em outras palavras, cada um dos nossos sete líderes abriu um caminho espiritual através do qual podemos conhecer D’us e com Ele nos relacionar.

 

Cada um de nós serve a D’us através da Sefirá personificada pelo líder do nosso povo com o qual eles mais se identificam. Alguns judeus são como Avraham (Hessed): amam a D’us e a seus semelhantes de forma praticamente incondicional. Outros, como Itzhak (Guevurá), levam uma vida de rigor e disciplina e servem a D’us com temor e reverência.

 

Alguns são como Yaacov (Tiferet), conseguem mesclar essas duas formas de se relacionar com o Criador e com as pessoas. Há ainda judeus, como Moshé (Netza’h), que zelam pela Lei Divina e buscam a vitória e a realização de feitos eternos. Outros, como Aharon (Hod), são humildes e desprovidos de ego, fomentam a paz entre os homens e submissão ao Criador.

 

Aqueles judeus, cujas vidas se assemelham à de Yossef (Yessod), costumam ser pessoas elevadas por natureza e trabalham para canalizar e disseminar a riqueza material e espiritual pelo mundo. Finalmente, há pessoas que são líderes por natureza. Como o Rei David (Mal’hut), personificam a realeza e a liderança; costumam ser comunicadores talentosos, homens e mulheres de grandes feitos, que empregam seus talentos e habilidades para liderar os outros no serviço a D’us.

 

Em resumo, os sete líderes do nosso povo nos fornecem os caminhos para obter sucesso espiritual e adquirir conhecimento de D’us e de Sua Torá. Um judeu pode nem mesmo conhecer nossos líderes; não obstante, o caminho espiritual que percorrerá no decorrer da vida foi aberto por um deles.

 

Esses sete caminhos espirituais são representados pelas sete lâmpadas da Menorá. Cada um de nós recebe inspiração de uma delas. Quanto mais aberto à espiritualidade estiver, isto é, quanto maior a sua ligação com D’us, maior será o seu poder de absorver as energias espirituais de uma ou mais hastes da Menorá.

 

É fundamental enfatizar que esses sete caminhos não significam uma divisão dentro do Povo, muito pelo contrário. A Menorá do Beit Hamikdash representava a união das almas de todos os judeus. Formando numa única peça de ouro, o candelabro de sete braços simbolizava a absoluta necessidade da união entre o nosso povo e o conceito cabalístico de que todo judeu é parte de uma única Alma Divina que foi colocada no primeiro homem.

 

Cada Alma é única, diferente de todas as outras, por ser constituída por diferentes combinações de Sefirot, e tendo, portanto, diferentes personalidades e missões de vida. Porém, todas as almas fazem parte de uma única Alma coletiva, da mesma forma que as sete hastes faziam parte da Menorá feita de uma única peça de ouro. Foi utilizado o ouro mais puro em sua fabricação para simbolizar a beleza do Povo Judeu, como está escrito “Tu és toda formosa, Minha amada, e em ti não há defeito” (Cântico dos Cânticos, 4:7).

Legados de Hanuká

Judeus e gregos não conseguiram conviver por motivos culturais. A cultura grega idolatrava o físico, enquanto a cultura judaica enaltecia o espiritual.

No Judaísmo, as mulheres famosas foram mulheres sábias, como nossas Matriarcas e nossas Profetisas, sendo veneradas por sua sabedoria e entendimento que vai aumentando com a idade.

A Cultura Judaica enaltece a Sabedoria e as Boas Qualidades do ser humano, enquanto que as outras culturas visam somente a valorização da aparência, do que é passageiro, que não faz parte da essência da pessoa.

O Rei Salomão, o mais sábio dos sábios, disse: “A simpatia é uma mentira e a beleza, uma inutilidade”.

Por exemplo, uma criança, quando quer algo da mãe se torna dócil, simpática, a tal ponto de a mãe concordar com o pedido.

Depois que esse desejo é satisfeito, a criança pode deixar de ser simpática até que necessite de mais alguma coisa. Será que essa simpatia era falsa? Aparentemente nesse caso sim.

A beleza, diz o Rei Salomão ser algo inútil.

Um exemplo disso é a história do Rabi Yehoshua bar Hanania contada pela Guemará

Rabi Yehoshua bar Hanania era uma pessoa “feia de doer”, mas tão inteligente, que o próprio imperador romano o contratou para consultoria do império.

Uma vez a princesa, vendo o Rabi Yehoshua bar Hanania, exclamou: “Como pode haver uma sabedoria tão bela, em um recipiente tão feio?!”.

Rabi Yehoshua bar Hanania perguntou à princesa onde o pai dela, o imperador, guardava o vinho de altíssima qualidade que é servido apenas em ocasiões especiais?

:-Em jarros de cerâmica, respondeu ela.

Rabi Yehoshua bar Hanania exclamou: “Em jarros tão feios?! Por que não em lindos jarros de ouro?”.

Ela pediu para o responsável pelo palácio colocar os vinhos caros em jarros de ouro. E o que aconteceu? Em pouco tempo, o vinho perdeu a qualidade e se tornou um vinho comum, quase estragado.

O imperador reclamou, o responsável passou a culpa à princesa que por sua vez culpou Rabi Yehoshua bar Hanania.

Quando o imperador perguntou a Rabi Yehoshua bar Hanania como ele poderia ter dado um conselho desses para a princesa, ele respondeu: “Ela perguntou como pode haver uma sabedoria tão bela, numa pessoa tão feia e eu queria lhe mostrar que, se não fosse a minha feiúra, não teria minha sabedoria”.

O imperador disse que conhecia pessoas muito bonitas que eram também muito inteligentes. Rabi Yehoshua bar Hanania respondeu: “Se eles são bonitos e mesmo assim inteligentes, imagine o quão mais inteligentes seriam se fossem feios”.

E isso foi o que disse o Rei Salomão: “A beleza não tem utilidade. Muito pelo contrário”. Por esse motivo, a cultura grega e a cultura judaica não conseguiram conviver.

Os gregos decretaram contra o brit milá, que na opinião deles, era tirar um pedaço de uma pessoa que antes disso era perfeita.

Adão e Eva, antes do primeiro pecado, não tinham “yetzer hará”, não tinham a má-inclinação, a qual receberam somente depois de comer a fruta da Etz Hadaat. Como pode ser então que eles pecaram, sem ter a má-inclinação?

O Rebe de Lubavitch perguntou, certa vez, como pode Adão e Eva pecarem sem ter a má-inclinação e como os anjos, que são seres sem livre arbítrio, puderam fazer contra a vontade divina?.

Quando D’us terminou a criação do mundo, está escrito: “E assim foram acabados os céus, a terra e todo seu exército, e D’us terminou no sétimo dia toda a obra que fez… . D-us abençoou o sétimo dia e santificou-o, porque nele cessou toda sua obra, que D’us criou para fazer.” (Gênesis, 1-2).

Pergunta o Rebe, o que quer dizer que D’us criou para fazer?

Tudo o que D’us criou, tanto o ser humano quanto os anjos, nada é perfeito.

Ou seja, ainda necessita fazer algo para melhorar. Esso é o significado de “criou para fazer”.

Adão e Eva fizeram um erro de avaliação,por não serem perfeitos. Talvez justificaram que D’us iria ter orgulho deles por terem comido o fruto do Etz Hadaat e se tornarem como Ele, discernindo entre o Bem e o Mal. Mas erraram. Porque D’us queria que eles fossem como Ele em coisas boas, não em se tornarem entendidos em maldade.

Da mesma maneira, os anjos não eram perfeitos e eles achavam que o que estavam fazendo não era contra a vontade divina.

Os gregos proibiram fazer o brit milá porque achavam que o ser humano já nasceu perfeito e não precisava de conserto nenhum.

Na opinião deles D-us não poderia ter criado o homem imperfeito, com aquele prepúcio, para que o próprio homem se conserte isso.

Enquanto a beleza, no Judaísmo, não é importante, a sabedoria e as boas qualidades da pessoa são suas verdadeiras belezas.

A alma não envelhece, mas fica mais pura e reluzente de ano para ano, melhorando sua qualidade dentro de um corpo, que com o tempo vai ficando mais feio, como um vinho de alta qualidade, que melhora estando num pote feio de cerâmica.

Os gregos de hoje, representados pela Cultura Ocidental, mostram a mulher jovem e bonita na capa da revista, querendo dizer que a mulher sábia, pura e reluzente, tem pouco valor em nossa sociedade.

Mas o que será de todas as estrelas do Calendário da Pirelli, quando fizerem aniversário de 60 anos? Será que elas vão atualizar as fotos do calendário?

Marido rico

Saiu no Financial Times (maior jornal sobre economia do mundo).
Uma moça escreveu um e-mail para o jornal pedindo dicas sobre como
arrumar um marido rico”.

Contudo, mais inacreditável que o “pedido” da moça, foi a disposição
do Editor do jornal, muito inspirado, respondeu à mensagem de forma muito
bem fundamentada.

Leiam…

E-mail da MOÇA:

“Sou uma garota linda, maravilhosamente linda, de 25 anos. Sou bem
articulada e tenho classe. Estou querendo me casar com alguém que
ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano. Tem algum homem que
ganhe 500 mil ou mais neste jornal, ou alguma mulher casada com alguém
que ganhe isso e que possa me dar algumas dicas?

Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não
consigo passar disso. E 250 mil por ano não vão me fazer morar em
Central Park West.

Conheço uma mulher, da minha aula de ioga, que casou com um banqueiro
e vive em Tribeca e ela não é tão bonita quanto eu.

Então, o que ela fez que eu não fiz? Qual a estratégia correta? Como
eu chego ao nível dela?

(Raphaella S.)”

Resposta do editor do jornal:

“Li sua consulta com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu
caso e fiz uma análise da situação.

Primeiramente, eu ganho mais de 500 mil por ano. Portanto, não estou
tomando o seu tempo à toa…

Isto posto, considero os fatos da seguinte forma: Visto da perspectiva
de um homem como eu, que tenho os requisitos que você procura, o que
você oferece é simplesmente um péssimo negócio.

Eis o porquê: deixando as firulas de lado, o que você sugere é uma
negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas: Você entra com
sua beleza física e eu entro com o dinheiro.

Mas há um problema.

Com toda certeza, com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia
acabar, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará
aumentando.

Assim, em termos econômicos, você é um ativo sofrendo depreciação e eu sou um ativo rendendo dividendos.

E você não somente sofre
depreciação, mas sofre uma depreciação progressiva, acelerada, ou
seja, sempre aumenta!

Explicando, você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos
próximos 5 ou 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano.

E no futuro, quando você se comparar com uma foto de hoje, verá que virou
um caco. Isto é, hoje você está em ‘alta’, na época ideal de ser VENDIDA, mas
não de ser comprada.

Usando o linguajar de Wall Street, quem a tiver hoje deve mantê-la

(OBS.: Não é a toa que o cara ganha mais de US$ 500.000 por ano)

A Torá e seus Mandamentos

A palavra hebraica “ner”, traduzida como vela, se refere à lâmpada usada na época antiga que era um receptáculo contendo azeite e um pavio.

No Livro dos Provérbios, do Rei Salomão, está escrito que a Alma do homem e o Mandamento Divino são “a lâmpada de D’us”. Nos é revelado um vínculo entre a nossa Alma e a Mitzvá.

Ao mesmo tempo, está escrito que a Torá é luz, o que significa que, apesar de suas semelhanças, há uma distinção entre a Torá e seus Mandamentos.

Uma das diferenças mais significativas é que a Torá, sendo a luz do mundo, é permanente, enquanto que uma Mitzvá é temporária.

De fato, pode-se apagar uma lâmpada, mas não a própria luz. Um judeu pode “acender” ou não uma Mitzvá. É dado a ele o livre arbítrio de cumprir ou não os Mandamentos Divinos.

Enquanto a Mitzvá depende totalmente da nossa ação, de fazermos ou não fazermos essa Mitzvá, e ela só existe depois de ter sido feita na prática sendo que a teoria dela é o próprio estudo da Torá,

A existência da Torá não depende de ninguém, a não ser de D’us. O homem pode se esconder da Torá, da mesma forma como pode baixar as persianas para impedir que a luz do sol entre em seu lar. Mas a Torá, como o sol, não para de brilhar.

Um dos principais temas da Cabala é a Luz Infinita que emana de D’us, denominada de Or Ein Sof.

Através dessa Luz, pode-se enxergar o Universo, do começo ao fim. Mas, por ser demasiadamente forte para o ser humano, a Luz Infinita foi ocultada por D’us Pergunta-se: onde o Criador a ocultou?

E a resposta é: na Torá, e principalmente nos livros da Kabalá, como o Zohar.

É por esse motivo que o Talmud chama a Torá de Oraita, ou Luz, em aramaico. A Torá é a própria Luz. Já a Mitzvá provê essa Luz de forma específica a um indivíduo que a está cumprindo.

O cumprimento de um mandamento Divino é, portanto, a forma de refletir a Luz de D’us na realidade física deste mundo.

As sete lâmpadas e hastes da Menorá representam as sete Sefirot dos sentimentos chamadas de Zeir Anpin que são chamadas de “as sete de baixo” relativas as três primeiras.

A luz que a Menorá emite simboliza as Sefirot do intelecto que são as três primeiras. A Torá, Luz do Mundo, está associada à primeira Sefirá intelectual que é a Ho’hmá, a Sabedoria. Porque a Torá é a Sabedoria de D’us; é a planta com a qual o Todo Poderoso criou o mundo, é o plano Divino para a Criação.

Ao estudar a Torá, ligamos nossa sabedoria que é finita à Sabedoria Infinita de Hashem. Quando analisamos os ensinamentos da Torá, principalmente uma passagem de difícil compreensão, e nos esforçamos para entender o que ela objetiva transmitir, estamos empregando a segunda Sefirá intelectual, a Biná, a Compreensão ou Entendimento.

Finalmente, quando assimilamos um ensinamento da Torá, quando permitimos que nossas vidas sejam guiadas e moldadas pela Sabedoria Divina, empregamos a terceira Sefirá intelectual, a Daat, o Conhecimento. Já vimos que a luz da Menorá simboliza as Sefirot intelectuais, as três primeiras. Aliando-as às sete Sefirot emocionais, as “Sete de baixo” representadas pelas sete lâmpadas da Menorá, chegamos à totalidade das dez Sefirot.

Há, porém, mais uma Sefirá – a décima primeira – que é denominada de Keter, Coroa, e esse é o segredo de Hanuká, a revelação do sobrenatural que vai ser representada pelo número oito. Assim teremos as “três primeiras” e as “sete de baixo” mais o Keter.

O Keter faz parte da Árvore da Vida cabalística, mas é uma Sefirá que se encontra em nível espiritual demasiadamente alto; portanto, é comum referir-se a dez, não a onze Sefirot.

Keter é a expressão da vontade de D’us que é a essência do bem. O nível de Keter é algo além da compreensão humana.

O pouco que se sabe sobre o nível tão elevado chamado de Keter é que essa Sefirá é representada no mundo através das Mitzvot, os Mandamentos Divinos. D’us deseja que certos atos sejam realizados no nosso mundo material de certa forma.

Enquanto a Torá, a Sabedoria Divina, é a estrutura através da qual Ele transmite Seus desejos de como nos fazer o bem, os Mandamentos Divinos são a própria realização da vontade Divina.

Sendo assim, quando fazemos os “desejos de D’us” que são os Mandamentos Divinos, nos tornamos parceiros de D’us. Pode-se entender, assim, por que a Torá é comparada à luz, e por que as Mitzvot e a alma humana são chamadas de “velas de D’us”.

Para o azeite queimar, é necessário um pavio e um vasilhame, pois o azeite e o pavio não podem gerar luz se não houver um receptáculo que os contenha.

O ser humano é o utensílio, “a lâmpada “, que contém o azeite e o pavio. A nossa Alma é o pavio, a chama que o acende é a Torá e o azeite são os mandamentos. Todos esses três elementos são necessários para que a Vontade Divina seja cumprida.

A obrigação do ser humano é criar luz; mas, para fazê-lo, ele necessita de um corpo. Afinal, a Alma por si só, por mais elevada que seja, não consegue colocar os Tefilin, acender velas de Hanuká ou fazer caridade aos necessitados.

Ao mesmo tempo, precisa-se de uma chama para acender o pavio. Sem a Torá, que é a chama original, não seria possível cumprir os mandamentos Divinos, pois não teríamos como saber o que D’us deseja de nós.

Mas, por outro lado, também não basta o vasilhame e o pavio, se não há azeite. Sem os mandamentos, que são comparados ao azeite, todo o propósito da Criação seria frustrado. O homem receberia a luz, que é a Torá, mas não faria bom uso dela.

Esta metáfora de luz e lâmpadas – a chama, o vasilhame, o pavio e o azeite – explica por que o estudo da Torá é tão enfatizado no judaísmo. É inegável que não devemos fazer distinção entre os mandamentos Divinos, pois todos originam da mesma Fonte. Porém, está escrito que o estudo da Torá é primordial. E o motivo é que ao cumpri-lo, nos envolvemos simultaneamente com a Sabedoria e com a Vontade de D’us.

Por um lado, o estudo da Torá é uma Mitzvá: é uma ação, o cumprimento de um Desejo Divino. Este estudo, como os outros mandamentos, envolve nossa parte física: abrimos o livro, folheamos as páginas, estudamos e discutimos o conteúdo.

Ao mesmo tempo, ao se estudar Torá, estabelece-se contato com a Sabedoria Divina, que é a fonte das outras Mitzvot. Através do estudo da Torá, utiliza-se a mais alta faculdade humana, a mente. Como foi explicado acima, uma das diferenças entre a luz, a Torá, de um lado, e a lâmpada, a Mitzvá, do outro, é que a luz não pode ser desligada, contrariamente à lâmpada.

De fato, o cumprimento de praticamente qualquer mandamento, mais cedo ou mais tarde, acaba cessando. Por exemplo, pode-se usar Tefilin durante alguns minutos ou algumas horas, mas nunca o dia inteiro. Além disto, eles nunca passam a fazer parte da pessoa que os coloca: são utilizados e, em seguida, removidos e guardados.

Já o estudo da Torá passa a fazer parte do ser humano. A realização da Mitzvá de se estudar Torá é necessariamente interrompida, como no caso da maioria das outras Mitzvot, mas o conhecimento adquirido da Sabedoria Divina continua a existir dentro da mente e da alma, mesmo após o término do estudo.

O estudo da Torá, portanto, além de atender uma vontade de D’us, é, ao mesmo tempo, a forma de absorver a Luz Divina. Desta forma, se alcança as duas Sefirot mais altas, Keter e Ho’hmá. Além disso, é esse estudo o que nos leva ao cumprimento dos mandamentos de forma correta, da mesma forma como é o azeite o que permite que o pavio continue a queimar, irradiando luz.

Como escreve o Talmud, “Valioso é o estudo, pois leva à ação”. Se observarmos as luzes de Hanuká, fica claro que quanto mais azeite houver e quanto maior for o pavio, por mais tempo brilhará a luz. Se o pavio for de boa qualidade, maior será a iluminação; se houver bastante azeite, a luz demorará mais a se apagar.

Esta analogia simboliza o ensinamento talmúdico de que alguém que estuda a Torá, mas que não cumpre os mandamentos além daquele de estudá-la, não a detém, de fato. Pois sem o azeite, a luz inevitavelmente se apagará.

Da mesma forma em que azeite impuro e um pavio de qualidade inferior não iluminam de forma adequada, também o homem não pode deixar de estar constantemente se auto-aperfeiçoando caso aspire a ser uma vela de D’us. Quando alguém estuda a Sabedoria Divina, mas não se comporta de forma adequada – o efeito é visível: produz-se uma chama fraca, um cheiro de queimado e espessa fumaça.

Portanto, não basta almejar a sabedoria e conhecimento da Torá, simbolizadas pela luz da Menorá. Deve-se também aprender com suas sete lâmpadas e hastes que nos ensinam que todo ser humano deve constantemente se esforçar para melhorar seus atributos emocionais.

Já a oitava haste da Hanukiá nos ensina que a própria existência do nosso povo é um milagre. Esta oitava lâmpada transmite a mensagem de que nossa ligação com D’us está acima de todos os limites, inclusive da lógica humana. O Povo de Israel estuda a Sua Sabedoria e cumpre a Sua Vontade, única e simplesmente para servi-Lo.

A luz, que é um sinônimo da Torá, foi a primeira criação de D’us. A Cabala faz distinção entre a Torá Celestial, que é a Luz Infinita e invisível, e a Torá Terrestre, que é a luz finita e visível. O que denominamos de Torá é apenas uma parte finita e ínfima do espectro da Luz Infinita que constitui o universo.

A Torá Terrestre, com seus 613 mandamentos, é o reflexo terrestre da Torá Celestial. Ao estudar a Torá e cumprir seus mandamentos, o homem permite que a Luz Divina se manifeste no mundo físico. Este é, de fato, o propósito do ser humano e de toda a Criação. Mas é apenas o homem quem pode ligar o Infinito ao finito, pois sua alma é Divina e seu corpo é terrestre.

A alma humana encarnada é o pavio da vela de D’us, sendo, portanto, o mediador entre a luz, a Torá, e o azeite, os mandamentos. A alma humana deve estar sempre queimando e iluminando o mundo.

Quando um número suficiente de velas de D’us forem acesas e quando estas acenderem outras velas, a escuridão do mundo será banida e isto trará uma nova era, o Mundo Vindouro, que é chamado de “o dia em que tudo será luz” (Midrash, Provérbios, 1).

Nossa galeria de Hanuká 

           

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תם אבל עוד לא נשלם