Shemini Atzeret 

Shemini Atzeret  é uma festa à parte ao final de Sucot. Nessa festa também fazemos uma reza especial por chuvas para a Terra de Israel.

Comemoramos Shemini Atzeret em 22 de Tishrei.

Em Shemini Atzeret fazemos o kidush dentro da sucá mas não falamos mais a Brahá da Sucá. No dia de Shemini Atzeret falamos a reza de Yizcor em memória de entes queridos falecidos.

Costumes

Hakafot

Nas noites de Shemini Atzeret, após a reza da noite que é chamada de Arvit, fazemos sete Hakafot (voltas) com o Sefer Torá ao redor da bimá (mesa destinada à leitura da Torá) com danças e alegria. É costume trazer as crianças para participarem das Hakafot.

Costumamos comer na Sucá, mas sem recitar a bênção Leshêv Bassucá. Costuma-se usar Halot redondas e mergulha-se cada fatia três vezes no sal antes de comer.

Proibições

Quando o Yom Tov de Shemini Atzeret acontece durante a semana, as mesmas atividades criativas proibidas no Shabat também são proibidas em Yom Tov como no caso de Shemini Atzeret, fora as exceções abaixo

Permissões

No Yom Tov é permitido carregar de casa em domínio público e vice versa tudo o que você precisa usar no Yom Tov. No Yom Tov é permitido cozinhar e também fazer outras atividades ligadas à preparação dos alimentos que serão.

Podemos cozinhar no Yom Tov usando o fogo de uma chama acesa na véspera de Yom Tov ou passando a chama desse fogo aceso na véspera de Yom Tov para o fogão por meio de um palito grande, mas não podemos apagar fogo no Yom Tov. Por isso não podemos apagar o palito que usamos para passar o fogo da vela para o fogão e nem abaixar o fogo.

Quando o Yom Tov de Shemini Atzeret ou qualquer outro Yom Tov acontece no Shabat, as mesmas proibições de Shabat recaem sobre ele.🌻

Sim’hat Torá

O Yom Tov de Sim’hat Torá em Israel acontece junto com Shemini Atzeret, mas fora de Israel ele é um Yom Tov a parte que acontece sempre no dia posterior à Shemini Atzeret.

Sim’hat Torá marca o ciclo anual da leitura da Torá que é terminado e reiniciado neste dia. Dançamos e nos alegramos com a Torá.

Acendemos as velas este ano depois da saída das estrelas a partir da vela de sete dias que foi acesa antes de Shemini Atzeret.

Na noite de Sim’hat Torá, após a reza da noite chamada de Arvit, fazemos sete Hakafot (voltas) com os Sefer  Torá ao redor da bimá, com danças e muita alegria. É costume trazer as crianças para participarem das Hakafot.

Em Sim’hat Torá  já não comemos mais na sucá.

Todos os homens são chamados à Torá. Meninos menores de treze anos também são chamados todos juntos à Torá, e fazem a benção da Torá no Sefer Torá mesmo que ainda não fizeram Bar Mitzvá.

A última Parashá da Torá é lida, completando o ciclo anual, e a seguir, a leitura é reiniciada a primeira Parashá, do primeiro livro, Bereshit

Sim’hat Torá e o Retorno a D’us

Em Sim’hat Torá, dançamos com alegria nas sinagogas com os Sefarim (plural de Sefer) que são os pergaminhos da Torá, cobertos com suas ricas capas ou em suas belas caixas. É a celebração da conclusão do ciclo anual de leitura da Torá  e o início de um novo ciclo.

O mês judaico de Tishrei é repleto de festividades. O primeiro dia do mês celebra Rosh Hashaná, Ano Novo, e o décimo, Yom Kipur, o Dia do Perdão, o mais sagrado do ano.

Cinco dias depois de Yom Kipur iniciam-se os sete dias da festa de Sucot, que é imediatamente seguida pelo último dos dias sagrados do mês, Shemini Atzeret. Na Diáspora, Shemini Atzeret é celebrado durante dois dias, sendo o segundo dia a festa de Sim’hat Torá. Na Terra de Israel, Shemini Atzeret e Sim’hat Torá são comemorados no mesmo dia.

O primeiro dia de Tishrei, Rosh Hashaná, é também o primeiro dos Dez Dias de Arrependimento, que se encerram em Yom Kipur. Trata-se de um período no qual todos os seres humanos são julgados pela Corte Celestial. É uma época solene em que recebemos a ordem de reexaminar nossa vida e arrepender-nos de nossas faltas.

Mas, enquanto Rosh Hashaná e os dias que levam a Yom Kipur são um período de julgamento Divino, o Dia do Perdão é um dia solene, mas também um dia de muita alegria. É o dia em que a misericórdia e o perdão Divinos são oferecidos a todos os que se arrependem.

Apesar do longo jejum e das proibições relacionadas ao dia, Yom Kipur deveria ser, como ensina o Talmud, o dia mais feliz do ano. Marca o início de um período de alegria que se intensifica durante Sucot, “época da nossa alegria”, que tem seu clímax na última festividade do mês – Shemini Atzeret/Sim’hat Torá. A alegria que deve ser sentida internamente em Yom Kipur é manifestada em Sim’hat Torá.

Nesta festividade, cujo nome em tradução literal significa o “Alegria da Torá”, dançamos com os pergaminhos da Torá cobertos com suas ricas capas ou fechados em suas belas caixas.

Diferentemente de Shavuot, quando passamos a noite toda acordados estudando a Torá, em Sim’hat Torá esses livros sagrados não são celebrados com seu estudo, mas dançando com os Sifrei Torá.

A alegria do dia é relevante para todos, desde o maior Sábio ao menos preparado podem e devem dançar com a Torá.

E a razão para seus pergaminhos permanecerem cobertos ou fechados enquanto dançamos com eles é uma prova de sua relevância para todos, mesmo para aqueles que não entendem o que está escrito nela.

O que é uma verdade não apenas em Sim’hat Torá. Porque mesmo aquele que não compreende o significado de suas palavras, também ele tem que falar a bênção sobre a Torá antes de ler seu texto ou quando é chamado para uma Aliá.

A razão para esta obrigação é que mesmo sem entender o que está lendo – ou o que está sendo lido em seu nome quando é chamado à Torá – o simples ato de ler ou ouvir atrai a Luz Infinita que emana do Criador.

Em Sim’hat Torá, dançamos com a Torá para celebrar a conclusão do ciclo anual de leitura e o início de um novo. Nesta festividade, lemos a Parashá final da Torá – “Vezot HaBra’há”, e todos os homens judeus presentes na sinagoga são chamados à Torá.

Depois a leitura da Parashá final do Sefer Torá, lemos um pedacinho da primeira Parashá, Bereshit. No Shabat seguinte à Sim’hat Torá lemos a primeira Parashá completa.

Mas, por que a Torá é festejada, concluída e iniciada de novo em Sim’hat Torá, a última festividade do mês de Tishrei? Não deveria ser em Shavuot, no sexto dia do mês de Sivan, quando celebramos o dia em que D’us Se revelou ao Povo Judeu, no Monte Sinai, e lhe deu a Torá?

Rabi Saadia Gaon nos contou que os Dez Mandamentos, revelados por D’us no Monte Sinai, 50 dias após os judeus terem saído do Egito, encapsulam todos os 613 mandamentos da Torá.

Assim sendo, quando da entrega dos Dez Mandamentos, toda a sabedoria da Torá teria sido outorgada ao Povo Judeu. Por essa razão dizemos que a Torá foi entregue em Shavuot, quando, de fato, o Humash foi transmitido por D’us a Moshé durante a jornada de 40 anos do Povo Judeu no deserto do Sinai.

A Cabalá ensina que cada vez que ocorre uma data festiva judaica, voltam a ocorrer as revelações passadas, e seus efeitos espirituais voltam a exercer sua influência sobre o Povo Judeu e o mundo.

Por exemplo, os judeus foram perdoados do pecado do bezerro de ouro no dia 10 de Tishrei, Yom Kipur. A data se torna, pois, um dia de perdão e misericórdia Divina para todas as gerações subsequentes.

De modo semelhante, em cada Shavuot, a Torá é novamente recebida pelo Povo Judeu. Isto significa que esta festividade é o dia do ano em que nossas almas estão mais abertas para receber sua influência, sabedoria e inspiração.

A Parashá da Torá lida nessa festa descreve D’us falando ao Seu povo e lhe dando os Dez Mandamentos, que, como dissemos acima, é um resumo de toda a Torá. Shavuot celebra, pois, o início e a conclusão do recebimento dos Cinco Livros de Moshé, o Humash.

Esta festa deveria ter sido designada como aquela na qual nos alegramos, dançamos com a Torá, terminamos seu ciclo de leitura e o reiniciamos. No entanto, tudo isso acontece em Sim’hat Torá, a última festividade do mês de Tishrei. Por quê?

As primeiras e as segundas Luhot HaBrit

Os Mestres Hassídicos explicam que em Shavuot celebramos o recebimento das primeiras Luhot contendo os Dez Mandamentos, enquanto que em Sim’hat Torá expressamos nossa alegria por ter recebido as segundas Luhot, evento ocorrido em Yom Kipur, quando fomos perdoados pelo pecado do bezerro de ouro. Em Sim’hat Torá nos alegramos por ser o último dia das festividades que sucedem Yom Kipur.

Moshe Rabeinu trouxe duas vezes as Luhot contendo os Dez Mandamentos. O primeiro se quebrou em pequenos pedacinhos antes de ter sido entregue ao nosso povo por Moshé.

Cinquenta dias após a saída do Egito, D’us se revelou para todo o nosso povo no Monte Sinai, e lá, no dia 6 de Sivan os Dez Mandamentos foram ditos. No outro dia, 7 de Sivan, Hashem pediu para Moshe Rabeinu  subir ao Monte Sinai para receber as Luhot.

Quando Moshe Rabeinu voltou ao acampamento do nosso povo trazendo as Luhot escritas pelo próprio D’us, era 17 de Tamuz, quarenta dias depois de ter subido, o povo estava fazendo idolatria.

As Luhot se quebraram antes de terem sido entregue a eles. Elas não poderiam ser entregues a um povo que acabava de cometer um ato de idolatria em massa.

Moshe Rabeinu voltou ao cume do Monte Sinai para implorar a D’us que perdoasse Seu povo, apesar do terrível pecado.

A clemência Divina foi finalmente concedida no décimo dia de Tishrei, Yom Kipur. O sinal de que D’us perdoara o povo foi transmitido por Moshé ao retornar ao acampamento dos judeus levando um segundo conjunto de Luhot onde estavam gravados os Dez Mandamentos.

Mas havia uma grande diferença entre os dois conjuntos. O primeiro não apenas era a “Palavra de D’us”, mas também a “Escrita de D’us”. As segundas Tábuas, apesar de também serem a “Palavra de D’us”, foram talhadas por Moshe. Esta diferença é altamente significativa.

As segundas Luhot, produto do esforço humano, tendo sido gravadas por Moshe, perduraram, ao passo que as primeiras, produzidas e graciosamente concedidas pelo Todo Poderoso, não resistiram.

O Midrash (Shemot Rabá, 46:1) descreve as segundas Tábuas como “força dupla”, comparando ambas. Era de se esperar que perdurasse o trabalho Divino, que é Eterno, enquanto que o produto de um ser humano, mortal, não.

Paradoxicamente ou não, os destinos diferentes dos dois conjuntos de Luhot são um exemplo de um ensinamento judaico particularmente enfatizado pela Cabalá: aquilo que se consegue sem esforço raramente perdura. A entrega dos Dez Mandamentos, ocorrida em Shavuot, foi uma dádiva dos Céus.

D’us deu a Torá ao nosso povo sem precisarmos nos esforçar para a merecer. O que comemoramos nessa festividade coloca-se em nítido contraste com o que celebramos em Sim’hat Torá: a conclusão do ciclo de leitura da Torá, quando, transcorrido um ano inteiro, estudamos, ou pelo menos lemos, todos os Cinco Livros de Moshe. Shavuot festeja a entrega de uma extraordinária dádiva Divina; Sim’hat Torá celebra o merecimento dessa dádiva.

É por isso que Sim’hat Torá, e não Shavuot, marca a conclusão da leitura da Torá. A alegria verdadeira e completa por receber algo somente pode ocorrer quando este algo não é, como o coloca o Talmud Yerushalmi, o “pão da vergonha”, ou seja, algo gratuito, pelo qual não se fez por merecer.

A expressão significa que a maioria das pessoas se sente envergonhada de receber sem dar em troca: as pessoas não gostam de esmola, preferem fazer por merecer ao invés de receber algo graciosamente.

A Guemará nos conta que a pessoa prefere um kilo de trigo que ele adquiriu com seu próprio esforço do que nove kilos dados à ele gratuitamente.

Quando alguém recebe algo valioso, por exemplo, um jovem que receba uma herança de porte e se torna milionário, obviamente terá uma grande alegria.

Mas essa alegria não será tão completo como o que sentiria se a fortuna lhe tivesse chegado através de seus próprios esforços.

O mesmo jovem ficaria muito mais feliz e realizado se tivesse iniciado um negócio do zero e ficado milionário. Algo que se recebe de graça geralmente é considerado “pão da vergonha” porque não traz nenhum orgulho ou sentido de realização.

Apesar de Shavuot também comemorar o início e o término do recebimento da Torá, as primeiras Luhot foram entregues como uma dádiva gratuita.

Assim sendo, a alegria por tê-las recebido não foi completa. Já as segundas Tábuas foram talhadas por Moshe e recebidas após o Povo Judeu passar por um processo de arrependimento pelo pecado do bezerro de ouro.

As segundas Tábuas não foram um presente, recebemos elas por termos nos esforçado para isso.

Elas nos ensinam que quando você se esforça no estudo da Torá, você pode revelar um nível muito mais profundo de conhecimento do que foi manifestado na magnânima outorga das primeiras Luhot.

A alegria de Sim’hat Torá expressa nossa satisfação por nosso próprio estudo, uma conquista de nosso trabalho dedicado.

Essa alegria é relevante mesmo para aqueles que apenas lêem as palavras em hebraico dos Cinco Livros de Moshe ou que recebem uma Aliá quando vão à sinagoga, mas nunca dedicam tempo para estudar os Livros Sagrados.

Isto porque, apesar de não entenderem o significado das palavras dos livros sagrados, seu leal compromisso com D’us e Sua Torá, são manifestados através das palavras de Torá que falam mesmo sem entender o que estão falando, ou das aulas de Torá que ouvem, e que, aos olhos de Hashem (D’us) são vistas como legítimo estudo da Torá.

“despertar de cima” e “despertar de baixo”.

As primeiras Luhot foram uma dádiva dos Céus, um chamado Divino, das Alturas, ao homem aqui da Terra.

As segundas, por sua vez, foram lapidadas por Moises, um ser humano, representado o empenho humano em se unir a Hashem.

O Zohar nos traz um conceito cabalístico chamado de “despertar de cima” e “despertar de baixo”.

Há ocasiões em nossa vida a revelação Divina em um nível superior se une a nós por iniciativa Divina, e nos inspira a subir à um nível espiritual muito superior ao que nos encontramos.

Esse sentimento de inspiração pode acontecer durante uma data especial no calendário judaico, como Yom Kipur, ou quando vivenciamos um evento significativo em nossa vida, seja ele feliz ou infeliz.

Esta súbita sede de espiritualidade nos leva a fazer grandes mudanças em nossa vida e nos aproximarmos de Hashem estudando Torá e cumprindo os Mandamentos Divinos.

Mas essa inspiração, esse despertar Divino pode desaparecer tão rápido e inesperadamente quanto surgiu. E a mesma pessoa que estava tão entusiasmada com o judaísmo, um dia acorda se sentindo sem inspiração, vendo terminado o “enamoramento” por D’us e pelo judaísmo. Ela agora se sente abafada pelos Mandamentos Divinos.

Isso explica o pecado do bezerro de ouro, que acarretou a quebra das primeiras Luhot.

Em Shavuot, D’us se revelou para o nosso povo e  ficamos deslumbrados pelo Criador do Universo.

Mas quando Ele se ocultou e Seu porta-voz não voltou durante 40 dias – e eles acreditavam que ele estivesse morto, Nosso povo deixou de se sentir inspirado e reverteu aos seus antigos hábitos: a idolatria que estavam acostumados a fazer no Egito.

Ou seja,  “despertar de cima” é a maneira irresponsável de servir a D’us.

Mas há outra forma de se relacionar com D’us: o “despertar de baixo”.

Isto acontece quando você toma a iniciativa de se unir a Hashem. Não por estar apaixonado pela espiritualidade, mas porque está em busca da Verdade e da Sabedoria e da Justiça.

O segundo conjunto de Luhot não foi tão glorioso, a princípio, quanto o primeiro. Eles foram moldados por um ser humano, não por D’us, mas perduram até hoje.

Assim sendo, não devemos esperar por um despertar de cima, mas devemos tomar a iniciativa e fazermos o nosso “despertar de baixo”. Quando a iniciativa é nossa começando pelo “despertar de baixo”, nesse mérito Hashem nos dá depois disso um “despertar de cima” que desce para nós com intensidade de um “despertar de cima ” mas com a firmeza do nosso “despertar de baixo”

🌻O Tzadik e o Baal Teshuvá🌻

Os Mestres Hassídicos citam outra razão para nos alegrarmos com a Torá em Sim’hat Torá, e não em Shavuot, e esta razão é uma ramificação do que analisamos acima acerca das primeiras e segundas Luhot.

As primeiras correspondem ao serviço espiritual dos Tzadikim que são pessoas espiritualmente elevadas e despidas de todo o mal. Como está escrito: “E Israel lá acampou”, no Sinai, como “uma única pessoa”, unidos em sua vontade por receber a Torá.

A vontade intensa dos judeus de receber a Torá foi expressa em sua declaração “Na´assê Ve’Nishmá” – “faremos e ouviremos”

Em outras palavras, eles se comprometeram a seguir a Torá antes mesmo de saber o que estaria escrito nela.

Nossos Sábios nos ensinaram que as pessoas que estavam reunidas no Monte Sinai purificaram-se da impureza espiritual que tinha degradado a humanidade como consequência do pecado de Adão.

No dia que eles ouviram os Dez Mandamentos eram pessoas puras no mais amplo sentido da palavra, eram todos Tzadikim.

As segundas Luhot, por outro lado, foram dadas depois do pecado do bezerro de ouro. Estas correspondem ao Baal Teshuvá – literalmente, “o dono do retorno” – aquele que retorna a D’us após se ter desviado.

Estas Luhot foram recebidas pelo nosso povo em Yom Kipur – o Dia do Perdão – quando jejuamos e rezamos para que nossos pecados, que se interpõem entre nós e D’us, possam ser apagados

As segundas Luhot representam aqueles que retornam a D’us após ter pecado, os Baalei Teshuvá.

As primeiras Luhot correspondem aos Tzadikim, as segundas, àqueles que retornam a D’us. Ainda assim, foi o primeiro conjunto o que foi quebrado. Por quê? Porque o trabalho Divino de quem retorna a D’us tem mais valor do que o de quem nunca se desviou.

A Guemará nos conta que “no um lugar onde está um Baal Teshuvá nem mesmo os Tzadikim perfeitos, pessoas totalmente puras e elevadas, conseguem chegar”.

A razão dessa grandeza é que para o Tzadik é natural amar, temer e servir a D’us. Mas o Baal Teshuvá precisa reunir todas as suas forças para fazer o que é certo. O Tzadik é naturalmente impelido para a espiritualidade; o restante de nós, aos prazeres do mundo material.

Um verdadeiro Tzadik é tão atraído pelo que é Divino a ponto de ser difícil para ele distinguir entre a Vontade de D’us e a sua própria.

Por isso ele precisa sempre se perguntar: “será que eu estou fazendo isto por D’us ou por mim mesmo?”.

Há uma história sobre um judeu que foi ao Tzema’h Tzedek, o terceiro Rebe de Lubavitch, e reclamou que ele não gostava de estudar a Torá. O Rebe lhe respondeu: “Feliz de você. Quisera eu também não gostar de estudar Torá, mas o que posso fazer se eu gosto de estudar a Torá?!”

Em outras palavras, isto se traduz por: “Como você não gosta de estudar a Torá, sempre que você estuda Torá você sabe que as suas intenções são sinceras você sabe que está estudando pura e simplesmente para cumprir a Vontade de D’us.

Mas eu, que amo estudar Torá, não tenho certeza se o que faço é por amor à Hashem ou porque simplesmente gosto de fazer .

O verdadeiro Tzadik, um homem como Moshe Rabeinu pode cometer um erro de avaliação como no caso de falar com a pedra ou bater na pedra, mas não por ter sido atraído pelo que é proibido. Ele não precisa se esforçar para cumprir a Vontade de D’us.

Um Baal Teshuvá conhece o prazer do pecado, e, portanto, para mudar seu comportamento, abandonando o mal e optando pelo bem, é necessário um extraordinário esforço de sua parte. Assim sendo, seu empenho tem mais valor e é mais digno de admiração.

O Trabalho Divino do Tzadik é revelar os talentos e qualidades que recebeu dos Céus e desenvolvê-los ao máximo. Ele não transforma ou faz surgir algo novo, mas apenas revela o que já existe dentro de si.

Ele nasceu com recursos espirituais acima dos demais e suas ações não negam totalmente o conceito do “pão da vergonha” em seu serviço espiritual, porque seus esforços são baseados principalmente nas qualidades espirituais que recebeu de Hashem.

Um homem como Moshe Rabeinu já nasceu Tzadik, quando ele nasceu sua casa se encheu de luz. Tudo o que teve que fazer durante sua vida foi desenvolver, ao máximo, o seu potencial. O Tzadik, portanto, é como as primeiras Luhot: uma dádiva Divina, um “despertar das Alturas”.

Já o Baal Teshuvá precisa se empenhar em se transformar. É comparável ao segundo conjunto de Luhot, que foram lapidadas com o esforço humano.

Mas ao mudar seu comportamento, ele pode realizar algo que o Tzadik não consegue:

Quando ele tem remorso das coisas ruins que fez, ele transforma todos os seus pecados em parte do mandamento da Teshuvá. As coisas ruins se transformam em Mitzvót, e assim ele enfraquece o lado espiritual negativo mais do que o Tzadik conseguiria fazer.

Além disso, seu Trabalho Divino está despido do “pão da vergonha”, porque não depende de talentos espirituais inatos concedidos por D’us, mas de seu próprio empenho.

Ele personifica o “despertar de baixo”. Ele age ainda que se sinta sem inspiração, mas seu trabalho Divino é consistente.

As duas explicações para o fato de celebrar a Torá, concluir sua leitura e a reiniciar novamente em Sim’hat Torá e não em Shavuot constituem um único tema.

Ambas as explicações ensinam que as ações humanas têm maior significado quando são realizadas por iniciativa e esforço próprios. Isto traz como resultado a total alegria pelo “término da Torá”, em Sim’hat Torá.

Parceiros na Criação

Após concluirmos a Torá em Sim’hat Torá, reiniciamos sua leitura com as seguintes palavras: “No início D’us criou os Céus e a Terra”.

O Zohar, nos conta que antes de criar o mundo Hashem D’us criou a Torá, como um arquiteto que antes de começar a construção precisa fazer a planta da casa.

“D’us olhou para dentro da Torá e criou o mundo; o homem olha para dentro da Torá e mantém o mundo”. No mérito de você estudar a Torá com seus próprios recursos você se torna parceiro de D’us, acrescentando e aprimorando o trabalho da Criação.

A verdadeira parceria ocorre quando as partes são iguais entre si. No caso do Tzadik, cujo trabalho no mundo é realizar o potencial, isto é, revelar a luz que brilha dentro dele, sua parceria com D’us é desigual, pois D’us o criou da maneira como ele é.

Um Tzadik Gamur assemelha-se a um anjo, um emissário Divino, e assim sendo, não tem vontade própria. Ele é apenas uma extensão de D’us, unido a seu Criador, não sendo, portanto, um real parceiro do Divino.

Mas a pessoa que não nasce Tzadik – que tem vontade própria e que antes andava em caminhos contrários a D’us, mas agora usa seus próprios talentos criativos para refinar o mundo e a si próprio, esta pessoa consegue verdadeiramente não somente se transformar a si próprio, mas também transformar o que a rodeia.

Ele transforma em luz a escuridão de seu interior e do mundo, tornando-se comparável, por assim dizer, a seu Criador, ou seja, um verdadeiro parceiro na Criação do mundo. Ele cria um novo “Céu e Terra” no qual “D’us, Rei de Israel, é Rei e Sua Majestade prevalece acima de tudo o que existe”.

Em Sim’hat Torá, dançamos com os pergaminhos da Torá para celebrar o fato de que durante o ano inteiro nos aprofundamos na Torá, fazendo por merecê-la.

Na última festa do mês de Tishrei, nos alegramos com a certeza de sermos verdadeiros parceiros de D’us. Seres humanos falíveis que se empenham para aperfeiçoar não somente a si próprios, mas também à sua redondeza e ao mundo inteiro.

Quando você serve a D’us desta maneira, quando melhora sua conduta e se sacrifica para cumprir a Vontade do Rei do Universo, você tem a ajuda da revelação Divina nos mais altos níveis para alcançar um desenvolvimento espiritual ainda maior ao cumprir sua tarefa e propósito no mundo.

E nesse mérito Hashem (D’us) te dá todas as bençãos prometidas pela Torá, muito sucesso muita saúde muito dinheiro felicidades judaicas de toda a família. Grandes Milagres e em Grande Estilo . E o principal: Muita Alegria 🌻