Grandes bençãos Divinas que recaíram sobre todos aqueles que participaram da construção do Mishkan.
Dizem nossos Sábios que uma Sinagoga é um pequeno Mishkan, e depois que o nosso Beit HaMikdash foi destruído, a She’hiná, a Presença Divina, paira sobre o lugar onde rezamos e estudamos Torá.
Rabi Haim ben Atar cita em sua explicação sobre a Torá, um assunto muito interessante que é um acordo de Issahar e Zevulún que também é feito hoje entre os estudantes do Colel e seus patrocinadores
Quando nosso povo entrou na Terra Santa depois da saída do Egito, a terra foi dividida em 12 tribos, como se fossem 12 estados de um país.
A Tribo de Issahar se dedicava dia e noite ao estudo da Torá, e por isso não tinham a possibilidade de se manter financeiramente.
Por outro lado, a tribo de Zevulun se dedicava dia e noite ao comércio, e por isso não tinham tempo para estudar Torá.
Portanto, fizeram uma “sociedade”, em que a tribo de Zevulun patrocinava a tribo de Issahar, e o mérito do estudo da Torá de Issahar passava para Zevulun.
Segundo a opinião de alguns dos nossos grandes sábios, a metade do mérito de Issachar passa para Zevulun. Outros sábios são da opinião de que D´us duplica o mérito de Issachar, sendo que assim Issachar e Zevulun recebem o mérito completo.
Há muito tempo recebemos a benção do Rebe para construir a nossa Sinagoga Rústica, como a Sinagoga do Baal Shem Tov
Nossa Sinagoga Rústica também vai ser uma casa de estudos, um Colel que vai se chamar “Colel Oneg Torá”.
“Oneg Torá” quer dizer o prazer de se estudar Torá.
Certa vez um rabino disse à sua congregação: “Tenho boas notícias e más notícias!”
:-A boa notícia é que já temos dinheiro suficiente para fazer a construção da nossa Sinagoga
E qual é a má notícia? Perguntaram todos.
A má notícia é que ele ainda está no bolso de vocês 😂
Mas agora esse mérito vai para vocês ❤️
Participem com a nossa construção fazendo uma doação para a nossa ONG pelo Pix 15665361000124 e mandando o comprovante para a nossa querida diretora Rifka Haia Eitan pelo WhatsApp número +5511988038893 especificando que essa doação foi feita para a construção do nosso Colel, nosso pequeno Mishkan ❤️
E Hashem está vendo e não fica devendo mas paga com Muito Sucesso Muita Saúde Muito dinheiro e felicidades judaicas de TODA a família ❤️ Grandes Milagres e em Grande Estilo
Rabino Gloiber
Sempre rezando por você
O segredo da Tzedaká
Nenhuma palavra na Torá está “sobrando” e a nossa Torá não é um livro de “poesias”. Os versículos da Torá que aparentemente são totalmente desnecessários estão lá para nos indicar segredos extremamente profundos.
E nesse caso, diz o Zohar, quando a Torá nos conta que “a terra vai dar a sua produção” e “a árvore do campo vai dar o seu fruto”, a Torá está nos revelando o segredo da Tzedaká..
A Torá está comparando a Tzedaká ao produto da terra, onde o que é semeado, não só que não se perde por ter apodrecido na terra antes de germinar, mas se multiplica muitas e muitas vezes mais.
Aqui se encontra o motivo real pelo qual o fato de doarmos nosso dinheiro para a Tzedaká, mesmo que esse ato consiste em tirar parte desse dinheiro diminuindo a quantidade que tínhamos dele, mesmo assim ela faz com que esse dinheiro se multiplique e se torne uma quantidade muito maior do que era antes.
Tzedaká nas Sefirót
A emanação das energias superiores para o nosso mundo são representadas pelo nome de Hashem conhecido como “Shem Havaye”, formado de quatro letras que não devem ser lidas em sua ordem de escrita, nem sussurradas, mas só podem ser lidas no pensamento.
Essas letras são as letras hebraicas Yud – Hei – Vav – Hei
Quando falamos esse nome de Hashem conhecido pelos não judeus como “Tetragrama” que eu grego quer dizer “quatro letras”, não podemos pronunciar essas letras consecutivamente, e portanto trocamos as letras Hei por Kei para não falar o nome de Hashem em vão. Falamos assim: Yud Kei Vav Kei
Rabi Shimon bar Yohai nos explica que quando essas letras estão unidas, todas as bênçãos celestiais fluem automaticamente e descem para nós sem nenhuma dificuldade.
Mas quando a última letra está separada das três anteriores é sinal de que está acontecendo uma interrupção entre as bênçãos Divinas e nós. E o único motivo para que isso aconteça é o de que o nosso comportamento aqui em baixo não está de acordo com o que é exigido de nós lá em cima.
Nosso mundo material é o “mundo da ação”, como seu próprio nome já diz: “Olam HaAssiá” (mundo da ação), e está totalmente sincronizado com os mundos que estão acima dele que são os mundos da “formação” (Yetzirá) criação (Briá) e emanação (Atzilut).
Por isso, esse “desastre espiritual” representado pela separação da última letra do nome de Hashem ao nível do nosso mundo, é causado diariamente pelas nossas ações, pelo nosso comportamento nesse nosso mundo da ação.
E por isso depende de nós, por meio das nossas ações aqui no mundo da ação, revertermos também diariamente essa situação.
Perguntou Rabi Shimon bar Yohai no Zohar: – Quem consegue “consertar” o nome de Hashem lá em cima todos os dias? A pessoa que dá a Tzedaká para o pobre aqui embaixo, respondeu ele!
A classificação espiritual de “pobre” está se referindo a quem está totalmente sincronizado com a Sefirá chamada de Mal’hut.
A Mal’hut é comparada à lua, que não tem nenhuma luz de si própria, mas toda a sua luz é somente a luz que ela recebe do Sol.
Uma formação específica de Sefirót é chamada em aramaico de “Anpin” que quer dizer “face”. (a palavra Sefirót é o plural de Sefirá)
Nosso mundo material foi criado por meio de dez pronunciamentos Divinos que são a revelação das Dez Sefirót.
Elas são divididas em duas categorias genéricas que são os “Mohim” (intelectos) e as “Midot”(sentimentos, qualidades)
As três primeiras Sefirót são chamadas de “Mohim” (intelectos) e as sete “Sefirot de baixo” são chamadas de “Midot” (sentimentos, qualidades).
O conjunto de seis Sefirot que são a Hessed, Guevura, Tiferet, Netza’h, Hod e Yessod é chamado de “Zeir Anpin” que quer dizer “pequena face”.
O Zeir Anpin é o “aspecto masculino” das Sefirót e a revelação Divina no Zeir Anpin é chamada de “Kudsha Bri’h Hu” que quer dizer “o Santo bendito seja”, se referindo ao aspecto masculino desse conjunto de Sefirót onde a característica principal é a de ser o “provedor”.
O Zeir Anpin é representado pela letra “Vav” do nome de Hashem.
A Mal’hut sozinha é chamada de “Nukva” que é o “aspecto feminino” das Sefirót , o lado receptor.
A revelação Divina na Mal’hut é chamada de “Sh’hinta” que quer dizer “a presença Divina”. A Mal’hut é representada pela letra Hei que se encontra no final do nome de Hashem.
A revelação Divina em cada um desses níveis acontece de maneira diferente podendo ser até oposta, como no caso da revelação Divina no Zeir Anpin que o torna o provedor e a revelação Divina na Mal’hut que faz dela o receptor.
Cada um dos dias da criação está ligado à uma dessas Sefirót , nos mostrando que cada uma delas não tem como fazer o que a outra faz e todas são essenciais.
Os dias da criação do mundo nas Sefirót
Hessed – Bondade, expansão. O primeiro dia da criação foi quando foram criados a Água e a Luz que são as principais manifestações da Hessed.
Guevura – Rigidez, disciplina. O segundo dia da criação, quando foram criados os limites e a destruição representada pelo fogo do gehinom, principais características da Guevura.
Tiferet – Beleza. O terceiro dia da criação, quando Hashem criou as ervas e as árvores dando início à vida.
Netza’h- Eternidade. O quarto dia da criação quando Hashem criou o Sol, a Lua e as estrelas.
Hod- Esplendor. O quinto dia da criação quando Hashem criou os peixes e as aves
Yessod- Fundação. O sexto dia da criação quando Hashem criou os animais e o ser humano
Mal’hut – Realeza. O sétimo dia da criação, o dia em que nada foi criado, o dia que não tem nada de si próprio mas só tem o que recebeu dos dias anteriores.
Mesmo que nesse dia nada foi criado, ele se tornou o dia mais importante da criação, foi santificado e elevado por Hashem (D’us), pelo fato de o Mal’hut, mesmo sendo a última das Sefirót, mesmo assim ela tem uma conexão direta com o Keter que é o nível mais elevado nas Sefirót.
A árvore da vida, a árvore da morte e a Tzedaká
Rabi Shimon bar Yohai nos revelou quem é a pessoa que “conserta” o nome de Hashem colocando a letra “hei” que é a Mal’hut junto com as letras anteriores que são o Zeir Anpin, a Bina e a Ho’hma.
Fazendo com que o nome de Hashem esteja completo, e por meio disso trazendo a abundância de cima para baixo.
Essa pessoa, diz Rabi Shimon, é aquela que dá a Tzedaká para o pobre.
O motivo para isso é que o pobre é pobre porque sua Alma está sincronizada com a Mal’hut que é a Sefirá que não tem nada de si própria.
O Rei e os Sábios de Israel também estão na categoria de sincronização com a Mal’hut e por isso a Torá não permite ao Rei ter muitos cavalos, sendo que ele tem um patrocínio total do povo. Ele deveria usar esse patrocínio da maneira correta e não desperdiçar esse dinheiro comprando mais cavalos do que precisava.
Os Sábios de Israel são aqueles que assumiram voluntariamente a função da tribo de Levi. Quando Hashem deu a Terra Santa para o nosso povo, ele pediu para a tribo de Levi não participar da partilha dela, sendo que a função deles seria a de ensinar Torá para o povo.
Diz o Rambam que todo aquele que estuda e ensina Torá está preenchendo a função que teve a tribo de Levi no passado, e por isso os Sábios de Israel tem o direito de receber o seu salário da Tzedaká.
Os órfãos, as viúvas e os Guerim (convertidos) também estão nessa categoria. Os Guerim por não terem recebido uma parte na terra, as viúvas por não terem os maridos que são seus provedores e os órfãos por não terem os pais.
Então porque Rabi Shimon bar Yohai dá ênfase ao pobre? Mesmo que parte das pessoas das categorias anteriormente citadas podem ser pobres também, e também sobre eles Rabi Shimon bar Yohai está dando esse ênfase.
Rabi Shimon explica que a Mal’hut é chamada de Tzedek, que quer dizer justiça, e esse aspecto de rigidez da Mal’hut é a principal característica dela.
Independentemente do fato de ele ser um rei pobre, um Guer pobre, uma viúva pobre, um órfão pobre, um ignorante pobre ou um rabino pobre, o principal nesse caso vai ser o fato de ele estar pobre, porque aí está diagnosticada a quebra na Mal’hut.
Dando todo o apoio ao pobre você está fazendo esse concerto aqui embaixo, e desse jeito você conserta automaticamente o nome de Hashem lá em cima, unindo a Mal’hut ao Zeir Anpin.
E por meio disso a Yessod se une a Mal’hut e repassa a fartura de cima para ela. Dessa forma trazemos a fartura do mundo de cima para o nosso mundo material.
Porque a ação da Tzedaká está ligada a árvore da vida que é o Zeir Anpin enquanto que a Mal’hut é chamada pelo Zohar de árvore da morte, sendo que ela não tem de si própria nada a não ser o que ela recebe do Zeir Anpin por meio da Yessod.
E por isso o pobre é comparado ao morto, pelo fato de estar sincronizado com a Mal’hut que é a árvore da morte.
E por meio da ação da Tzedaká, a Mal’hut se une ao Zeir Anpin e recebe de lá a fartura que vai ser repassada para o nosso mundo.
A Mal’hut é comparada à uma jovem mãe, que depois de comer qualquer coisa ela transforma isso em leitinho e dá de mamar para o nenê.
E quem fez essa Tzedaká para o pobre consertando o nome Divino lá em cima e trazendo as bênçãos celestiais aqui para baixo, é o maior beneficiado nessa transação.
E por isso, mesmo sendo a ação da Tzedaká feita por meio da diminuição do dinheiro sendo que tiramos de nós próprios para darmos ao pobre, mesmo assim, no lugar de o nosso dinheiro diminuir por causa disso, exatamente o contrário acontece.
Ele aumenta grandemente devido ao fenômeno espiritual despertado pela Tzedaká .
E isso é o que a Torá nos revela quando diz que a terra vai dar a sua produção e a árvore vai dar o seu fruto. A terra é a Mal’hut e a árvore é a árvore da vida, o Zeir Anpin
Quando você faz a ação da Tzedaká, você causa lá em cima a união entre o Zeir Anpin e a Mal’hut. Essa união é chamada de “Y’hud Zun”.
Você desperta lá em cima a árvore da vida que é o Zeir Anpin que por meio dessa Mitzvá começa a pairar sobre você.
E por isso está escrito que a Tzedaká salva nossas vidas não somente de uma morte prematura, mas a Tzedaká nos salva do
próprio sua da morte sendo que ela faz com que a árvore da vida paire sobre nós
Rabino Gloiber
Sempre rezando por você
מעשה במונבז המלך
A Guemará nos conta que há muitos e muitos anos atrás , em uma cidade que hoje é chamada de Erbil, havia um rei muito rico chamado Munbaz. Certa vez o país dele passou por uma grande crise. Mas sempre que tinha um ano difícil todos sabiam que podiam contar com o bom rei .
Ele gastou todos seus tesouros e os tesouros que tinha herdado de seus antepassados com a Tzedaká, com as doações que deu nos anos de crise.
Seus irmãos e parentes se uniram contra ele e lhe disseram
:- Seus antepassados ajuntaram muito dinheiro, seu avô e seu pai acrescentaram ao que eles ajuntaram, e você gastou !
A Guemará nos conta que “As palavras dos sábios são ouvidas com tranquilidade”, e assim o bom rei respondeu com muita calma e sabedoria:
:-Meus antepassados guardaram riquezas aqui embaixo, mas eu guardei minhas riquezas lá em cima.
:-Meus antepassados guardaram riquezas em um lugar aonde poderia ser roubada, mas eu guardei as minhas riquezas em um lugar aonde ninguém pode roubar.
:-Meus antepassados guardaram riquezas em um lugar escondido que não dá frutos, mas eu guardei minhas riquezas em um lugar aonde posso receber aqui os frutos dela!
:-Meus antepassados guardaram as riquezas para outros mas eu guardei minhas riquezas para mim!
:-Meus antepassados guardaram as riquezas para serem usadas neste mundo e se foram sem elas, mas eu guardei as riquezas no próximo mundo, para onde todos nós vamos!
O bom rei Munbaz e sua mãe Heleni Hamalka foram para Yerushalim e se converteram ao judaísmo , e o exemplo deles foi seguido por todas as pessoas sábias daquele país formando lá uma comunidade judaica linda e maravilhosa!
Nossa ONG
Este ano, centenas de pessoas visitaram nosso site. Eles nos visitaram para aprender Torá, para se inspirar e se conectar à sua essência interior.
Todos os dias, centenas de pessoas abrem nossas páginas a procura de informação, serviços, ou para fazer perguntas ao Rabino.
Alguém à procura de conselhos sobre seu casamento, alguém que quer começar a aprender Torá e não sabe por onde começar.
Alguém que está viajando pela América latina e precisa de dicas onde passar Shabat e festas judaicas, ou saber que produtos estão liberados como Kasher em lugares tão distantes.
O Rabino e as voluntárias estão sempre disponíveis fazendo o seu melhor para ajudar, orientar e dar todo suporte necessário.
E tudo isso acontece por causa do do seu apoio.
Nosso site é financiado através da contribuição de pessoas generosas como vocês e as suas famílias, que se tornam sócios nessa Mitzvá. Sua doação é investida diretamente para ajudar as pessoas a se reconectar com a nossa cultura.
Agradecemos do fundo do coração pela sua generosidade em apoiar uma causa nobre.
Organizamos atividades de Cultura Judaica com muita alegria e carinho, abrindo portas para que judeus de todos os níveis descubram as belezas da nossa cultura e religião.
Nosso objetivo é aproximar cada Judeu ao Judaísmo, por mais distante que esteja, por meio de nossas atividades que são:
– Cursos de Hebraico para crianças e adultos
– Biblioteca de livros Judaicos
– Distribuição gratuita de livros e CDs judaicos
– Aulas de Judaísmo para todas as idades
– Palestras em universidades
– Curso de Kabalá
– Orientação e aconselhamento nos mais diversos assuntos
– Divulgação de valores Judaicos e ensino à distância por meio dos nossos canais:
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Nossa missão é a de sermos o elo forte entre vocês e a autêntica cultura judaica. Sempre desejando o seu bem estar material e espiritual.
Nossa História
Rabino Avraham Eitan Gloiber mudou-se para Israel aos 18 anos e estudou no seminário rabínico de Kfar Chabad de 1978 à 1984.
Após concluir seus estudos, começou a trabalhar como professor em Israel tendo tido muito sucesso nessa área a ponto de um dos maiores jornais de Israel ter feito sobre ele uma grande reportagem.
Rabino Gloiber esteve várias vezes com o Rebe de Lubavitch onde recebeu inúmeras bençãos e instruções.
Ele foi aluno do Rav Moshe Weber de Jerusalém e esteve inúmeras vezes com Baba Sali presenciando lá verdadeiros Milagres ligados a sua vida pessoal e pública.
A Torá, a Sabedoria Judaica, nunca entra em férias. Por isso o Rabino nunca parou de estudar e sempre após o trabalho em Israel estudava várias horas, continuando esse costume também aqui no Brasil.
No ano 2000 voltou para o Brasil aonde continuou sempre ensinando Torá, a Sabedoria Judaica.
Em 2012 fundou sua própria ONG, e este ano de 2022 fundou sua própria editora chamada de Oneg Torá que significa o prazer da Torá
Tzedaká: Um Conceito Judaico
Desde a época do Templo Sagrado era visível para os judeus que levavam seus sacrifícios, que não importava qual fosse: um sacrifício representado por um animal de porte como um boi, uma ovelha, até uma certa quantidade de farinha (o que dependia da posse de cada um): todos eram aceitos e igualmente queridos por D’us. Assim, mesmo a mais ínfima doação de um pobre equivale para D’us como a maior doação de um rico.
Aprendemos de nosso patriarca Avraham o dom da generosidade. Assim como sua tenda possuía quatro aberturas que davam para as quatro direções do deserto afim de visualizar qualquer estrangeiro que passasse próximo ao seu caminho para convidá-lo a usufruir de sua hospitalidade, da mesma forma, devemos ser reconhecidos como seus legítimos descendentes: estender a mão para quem se encontra em nosso caminho e sempre procurar ajudar nosso semelhante.
Devemos sempre nos colocar em seu lugar, pois da mesma forma que nos dirigimos humildemente ao Criador em busca de bênçãos de saúde, alegrias materiais e espirituais, somos carentes: ocupamos a mesma posição daquele que se encontra diante de nós e pede para que estendamos nossa mão.
Devemos pensar que através das gerações poderemos também ter descendentes que um dia necessitarão talvez da ajuda de outros e portanto, nos sensibilizar que todos nós poderíamos estar em seu lugar. Devemos pensar que não nos encontramos em sua situação apenas pelo fato de que através de nossa ajuda possamos lhe fornecer mais conforto e dignidade, sendo justo com os bens que recebemos de D’us, para usá-lo da maneira que Ele espera que façamos.
Nossos bens é como um penhor que um dia deveremos devolver e restituir ao seu legítimo Dono.
Qual a origem da Tzedaká?
A Torá declara no seguinte versículo:
“Se houver um carente entre seus irmãos, numa de suas cidades, na terra que D’us deu a vocês, não endureçam seus corações nem fechem a mão a seu irmão carente. Vocês definitivamente devem abrir suas mãos e lhe emprestar o suficiente para o que lhe faltar (Devarim 15:7,8)”.
A palavra hebraica Tsedacá é erroneamente traduzida como ‘caridade’, mas a palavra correta que provém de tsêdek é “justiça”. Ela difere da caridade pois esta é definida como “um ato de generosidade ou de auxílio a um pobre”. A Tsedacá não é meramente um ato de caridade: toda vez que alguém proporciona satisfação a outros – mesmo aos ricos – com dinheiro, comida ou palavras reconfortantes, ele cumpre esta mitsvá!
Este é um dos 613 preceitos dados por D’us no Monte Sinai ao povo judeu.
D’us permitiu que existissem pobres e ricos para que os seres humanos exercecem bondade e justiça uns com os outros transformando seu livre arbítrio em ações positivas.
Fazer Justiça
Quando as pessoas dão tsedacá, podem sentir que estão fazendo sacrifício por doar parte de seu próprio dinheiro a outrem. Podem mesmo aborrecer-se com o receptor da tsedacá por tirar vantagens. A Torá nos diz que esta atitude é errada, advertindo: “Não dê de má vontade.” A razão está no versículo de Provérbios que diz: “Não retenha o bem daquele a quem é devido, quando está em seu poder fazê-lo.” Aquilo que damos aos necessitados rigorosamente pertence a eles, e a pessoa com meios é, na verdade, apenas o depositário da propriedade dos pobres.
Em Provérbios também encontramos: “Não roube dos pobres.” Mas o que os pobres têm que possamos roubar deles? Este versículo refere-se à retenção da tsedacá, porque quando as pessoas o fazem, guardam para si mesmas o que por direito pertence aos pobres. Seria uma espécie de roubo.
Aqueles que recebem tsedacá não devem se sentir humilhados, e quem dá tsedacá não deve se sentir magnânimo. É simplesmente um ato de justiça, de distribuir o quê, por direito, pertence a cada pessoa.
Quanto devemos dar para tsedacá?
A Torá nos ordena dar um décimo de nossa renda líquida. É meritório dar 20% (Shulchán Aruch Yore Dea 249:1). Existem muitos exemplos na Torá onde nossos antepassados deram seu maasser (dízimo), como com Avraham (Bereshit 14:20) e Yaácov (Bereshit 29:22), bem como a mitsvá de darmos 10% de nossas entradas aos Leviim (membros da tribo de Levi) (Bamidbár 18: 21,24) e outros 10% aos pobres da localidade (Devarim 26:12).
O Gaon de Vilna (Lituânia, 1720-1797) explicou que o critério para darmos Tsedacá está indicado no versículo da Torá que já mencionamos acima, quando uma pessoa fecha sua mão, seus dedos parecem ficar todos com a mesma altura. Quando ela os abre, entretanto, percebe que cada dedo tem uma altura diferente. O mesmo se dá com a Tsedacá: Cada individuo carente tem necessidades diferentes e nossa obrigação com cada um varia conforme sua necessidade. O versículo 7 diz: “Não feche sua mão”, ou seja, não dê a mesma quantia a todos os que lhe pedirem”. O versículo 8 continua: “Vocês definitivamente devem abrir suas mãos”, significando: ‘Perceba que cada pessoa é diferente da outra e contribua conforme o caso’.”
Como separamos o maasser?
Muitas vezes é difícil para as pessoas se separarem de seu dinheiro. No primeiro parágrafo da oração ‘Shemá Israel’ está escrito: “Você deve amar seu D’us com todo seu coração, toda sua alma e todas suas posses”.
Os Sábios do Talmud perguntam: “Por que está escrito ‘Todas suas posses’?
A resposta:
Para algumas pessoas é mais difícil separar-se de seu dinheiro que se separar da própria vida. Um exagero? Nem tanto. Há uma menção sobre nossa conquista da liberdade após a escravidão no Egito, em Pêssach. Do que isto nos vale hoje em dia? Como este fato tão remoto pode ser aplicado como lição em nossos dias? Pelo fato de que muitos de nós hoje é ou se torna escravo de seus bens materiais, ambições e conquistas.
Devemos nos lembrar que não podemos permanecer escravos da matéria e sim buscar nosso aprimoramento espiritual. Doar e dividir, somar e multiplicar com outros faz parte deste processo, desta ascensão humana e de nossa meta de vida.
Principais pontos
A quantia a ser doada é um assunto bastante extenso que procuraremos reduzir a algumas idéias principais, sempre tendo em mente que em caso de dúvidas ou sobre a forma mais propícia e correta de proceder, um rabino bem versado na halachá, lei judaica, deverá ser consultado. A subsistência de uma pessoa deve preceder a subsistência de seu próximo. Ela só deverá doar aquilo que excede seus ganhos após ter usado o necessário para sua casa e seu próprio sustento.
A pessoa no primeiro ano de seu prolabore deve destinar 1/10 do valor bruto para tsedacá. Nos demais anos (ou meses, como ela queira se programar) deverá dar 1/10 de seu lucro líquido, para cumprir o preceito. Se ela desejar aprimorar esta ação, o ideal será ela destinar 1/5 de seu ganho, se este valor estiver dentro de sua capacidade. Sobre o dízimo a Torá diz que devemos separar 10% no mínimo (há quem separe 20%) de seus ganhos para tsedacá, justiça (caridade). No entanto, a quantia de 20% não deverá ser pensada se isto significar que a pessoa terá que pedir ajuda a outras e depender de caridade, ela própria. Os dez por cento de tsedacá (caridade) deve ser contabilizado da renda bruta, descontando apenas os impostos.
Este conceito, de a pessoa ser um sócio de D’us, tem ramificações diretas em quais despesas podem ser deduzidas de nossa renda antes de separar Maaser. O dinheiro gasto por uma pessoa para possibilitar que ganhe seu dinheiro pode ser deduzido desta renda antes de separar maaser, mesmo se este foi usado sem sucesso para este fim.
Quando se trata de deduzir despesas, por exemplo, a pessoa pode deduzir quaisquer despesas ou perdas que ocorram em seu negócio, pois há uma responsabilidade mútua (entre os negócios e o maaser). Quaisquer despesas ou perdas que não forem com o objetivo de produzir mais renda são consideradas como a renda particular da pessoa, e o maaser deve ser separado destes fundos.
Qualquer perda financeira causada por roubo, perda ou equipamento quebrado também pode ser deduzida, desde que não seja devido à negligência por parte do sócio. Os empregados podem deduzir de sua renda quaisquer impostos e despesas com creche que sejam necessárias para permitir que eles tenham um emprego; custos do transporte para o trabalho, bem como quaisquer cursos que os ajudem a trabalhar adequadamente.
Portanto, é desnecessário dizer que as despesas que alguém faz para suas próprias necessidades não devem ser deduzidas da renda bruta. Quanto a mensalidades escolares, se alguém não pode pagar na íntegra (para o estudo de Torá), e teria de solicitar uma bolsa, ele poderia deduzir esta despesa adicional do maaser.
Um método fácil para aqueles que recebem seu salário já deduzido de impostos é tirar 10% do valor e depositá-lo para alguma instituição realmente merecedora (Aconselhe-se bem antes de entregar o dinheiro. Lembre-se: Tsedacá é um ‘negócio’ espiritual. Da mesma forma que você não investiria seu dinheiro numa empresa ”picareta” ou já falida, não dê Tsedacá antes de assegurar-se onde irão aplicar seu dinheiro). Isto torna sua contabilidade honesta e transparente, tornando mais fácil cumprir esta mitsvá. Aqueles que têm empresas (onde sua conta corrente e a da empresa se confundem) ou vivem de outros investimentos, devem fazer um balanço semestral e separar o dizimo do quanto lucrou.
A Tsedacá deve ser dada com prazer e com um semblante agradável. Se um pobre lhe pede dinheiro e você não esta apto a ajudá-lo agora, não levante a voz ou aja desagradavelmente. Solidarize-se com ele e, calmamente, expresse que gostaria de ajudá-lo, mas que neste instante não tem condições de fazê-lo. É louvável dar algo a uma pessoa pobre que pede um donativo, mesmo que seja uma pequena quantia.
A recompensa por praticar a Tsedacá é enorme!
Em Yom Kipur recitamos que “Três coisas revogam um Mau Decreto dos Céus — Teshuvá (retornar ao caminho da Torá), Tefilá (orações) e Tsedacá (atos de justiça, de correção)”. Acima de tudo, não dê com cara amarrada ou se arrependa de atos de Tsedacá (ou de qualquer outra Mitsvá) que tenha feito — você perderá o mérito do ato! Mas não pratique o ato pela recompensa, pois conforme o ensinamento de nossos sábios “a verdadeira recompensa pelo cumprimento de uma mitsvá, é a própria mitsvá”
Tudo o que possuímos é um empréstimo de D’us. Na realidade, tanto a colheita, como a renda monetária de cada indivíduo é um presente Divino. A Torá não quer que nos esqueçamos disto. Por isso, instituiu que um décimo da colheita, ou da renda, fosse doada. Este é um lembrete de que na realidade nenhum bem material é nossa propriedade eterna, e temos de usar o que temos agora para o bem.
Existem muitas mitsvót englobadas dentro da mitsvá de Tsedacá, que por sua vez está englobada dentro do mandamento mais amplo de imitarmos as características do Todo-Poderoso: Da mesma forma que D’us cuida de nós, devemos nos esforçar para ajudar o restante da humanidade.
O Rambam
O Rambam, Maimônides (1135-1204), um dos grandes codificadores das Lei Judaica, estabeleceu uma hierarquia de 8 pontos para esta mitsvá:
1) Dar um presente, emprestar dinheiro, aceitar como sócio ou arrumar trabalho para alguém, antes que ele precise pedir caridade;
2) Fazer caridade com um pobre, onde ambos o doador e o destinatário não sabem a identidade um do outro;
3) O doador sabe quem é o destinatário, mas este não sabe quem é o doador;
4) O destinatário sabe quem é o doador, mas este não sabe para quem está doando;
5) O doador faz a caridade antes mesmo de lhe ser pedida;
6) O doador dá algo a um pobre depois de lhe ser pedido;
7) O doador dá menos do que deveria, mas o faz de uma maneira agradável e reconfortante;
8) O doador faz a caridade com avareza (ele sente incômodo neste ato, mas não o demonstra). Consta no Shulchán Aruch (O Código deLeis Judaico) (Yore Dea 249:3) que se a pessoa visivelmente demonstra desprezo, ela perde o mérito desta mitsvá.
Na época do Templo Sagrado
Na época do Templo Sagrado todo o povo deveria dar dez por cento de sua colheita para a Tribo de Levi, constituída pelos leviim e cohanim. Vamos explicar o por quê desta lei. A tribo de Levi foi escolhida para ser a representante do povo de Israel perante D’us. Assim sendo, ao invés de possuir um pedaço de terra e nela trabalhar, a Tribo de Levi trabalhava no Templo Sagrado, oferecendo os sacrifícios e as demais tarefas, em nome do povo judeu. O povo retribuía a tribo de Levi com o dízimo, e assim eles eram sustentados. Assim, na época do Templo Sagrado o dízimo era dado por todo o povo para a tribo de Levi.
Estes não receberam uma porção de terra para o cultivo, como as outras tribos, pois moravam na região do Templo em Jerusalém ou em cidades designadas para eles. Estas tribos, que tanto dedicavam-se em prol de Israel, eram sustentadas pelo povo. Os dízimos mencionados a seguir eram consumidos pelos Cohanim e Leviim e suas famílias.
Na época do Templo Sagrado, as oferendas, que representavam o maasser, eram retiradas da seguinte maneira:
1. Bikurim- as primeiras frutas da safra eram trazidas ao Cohen.
2. Terumá Guedolá- aproximadamente dois por cento da colheita era dada ao cohen.
3. Masser Rishon- o ‘primeiro dízimo’- dez por cento do restante da colheita era dado ao Levi, que por sua vez retirava dez por cento e dava ao cohen.
4. Maasser Sheni- segundo dízimo- no primeiro, segundo, quarto, quinto e sétimo ano do ciclo sabático, o agricultor retirava dez por cento do restante da colheita e levava a Jerusalém, onde era comido ou redimido.
5. Maasser Ani- Dízimo do pobre- no terceiro e sexto ano no ciclo sabático, ao invés de levar-se o maasser sheni ao Templo Sagrado, este era dado aos pobres.
Há muitas outras leis relativas ao maasser (dízimo) inclusive relativas ao plantio e colheita da terra em Israel que vigoram até hoje, beneficiando viúvas, órfãos e necessitados. Leia, estude e consulte sempre um rabino.
Dar Tzedaká:
Um presente Divino
O dízimo pode ser aplicado de várias maneiras. Uma das formas mais nobres é dando dinheiro para a caridade. No judaísmo existe a mitsvá, o preceito, de doarmos 10 % de nossa renda ou até mais para instituições e pessoas necessitadas, a nosso próprio critério. Procuramos entidades idôneas que sabemos com certeza que o dinheiro será todo aplicado em obras assistenciais, ajuda a pobres e necessitados, viúvas, órfãos, deficientes, idosos, custeio de estudos a estudantes carentes, e assim por diante.
A prática do dízimo é benéfica para qualquer pessoa, independente de sua religião. Líderes de todas as religiões devem estimular seus seguidores a adotar práticas de caridade e compatilhar aquilo que tem com os menos afortunados.
Em primeiro lugar, devemos doar aos necessitados da própria família. Depois, aos carentes de nossa cidade, instituições de caridade, sinagogas e outras instituições.
Na realidade, tanto a colheita, como a renda monetária de cada indivíduo é um presente Divino. A Torá não quer que nos esqueçamos disto. Por isso, instituiu que um décimo da colheita, ou da renda, fosse doada. Este é um lembrete de que na realidade nenhum bem material é nossa propriedade eterna, e temos de usar o que temos agora para o bem, e nunca pensar “amanhã”, ou “talvez…”. Pois este “talvez” pode também significar que “Talvez não estejamos mais aqui amanhã”.
Que possamos abrir nossos corações, mentes e mãos diariamente para praticar atos de justiça e nos tornarmos hoje dignos de termos sido os fiéis depositários da confiança e eterna bondade Divina.
11 Comments
Andreia Rodrigues
Amei essa explicação sobre essa grande mitzvah. B”H
ednahwinter
Essa história é linda e inspiradora!! Que todos sejam desprendidos como esse rei Munbaz!!!
Eldad
Sempre muito bom, mas esta foi um tremendo estudo.
Todah rabah rav.
Marcelo Gutierrez Matheus
parabens pela iniciativa, é conta corrente ou poupança?
rabinogloiber
Muito obrigado pelo seu interesse em nos dar um apoio.
Nossa conta é conta corrente também porque ela corre para atender à todas as pendências da nossa instituição 😉
Muito sucesso muita saúde muito dinheiro e felicidades judaicas de toda a família ♥️
Luciano Brinhosa
Rav Gloiber, Shalom!!!
Eu finalmente achei um meio de agradecer ao sr pelos ensinamentos via Spotfy. Moro atualmente numa cidade do litoral catarinense e trabalho numa cidade que fica há 45km. Todos os dias eu vou e volto ouvindo suas aulas, ou do Rav Davi Weitman ou da Academia de Moisés (rav Rony Gurwitz), a qual sou aluno há mais de um ano. Uma pena que não tem mais áudios novos do sr no Spotfy. Porém, os que tem, foram muito bem ouvidos e me fizeram um grande bem. Obrigado Rav Gloiber, desejo saúde, paz, sabedoria e prosperidade. Grande e fraterno abraço.
Att
Luciano Brinhosa (Ely Ur – Ben Noach)
Gabriel
Rabino Gloiber, bendito sejas tu e a tua casa!
Roze Rodrigues
Shalom Rav, maravilhoso estudo, um grande exemplo nos deixou o Rei Munbaz e obrigada por dividir conosco esse conhecimento, nós não apenas fazemos justiça estendendo a mão para ajudar alguém que está em nessecidade, mas também recebemos bens por isso. Tudo é muito maravilhoso, D’us é bom, B’H. Obrigada Rav Gloiber.
rabinogloiber
Muito obrigado novamente pelo seus comentários no nosso canal do YouTube. Sempre que tiver uma pergunta pode fazer diretamente pelo WhatsApp 11972762828
Yocheved
Rabino estou em processo de conversão,eu meu marido e minha filha de 11 anos a 4 anos já vivemos judaísmo mistvots corretamente ,mas minha filha mais velha veio morar comigo e ela não é judia nem deseja ser mas respeita minha casa e minha crença,gostaria de saber se por conta disso não posso ter mezuza pois eu já tenho mas não colocamos por essa dúvida por ter uma pessoa q não acredita no judaísmo morando conosco
rabinogloiber
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