Zohar da Parashá Shemini 5784

Shemini

Nossa Parashá nos conta sobre animais puros e animais impuros. O versículo usa a expressão : e esta é a “hayá” que vocês vão comer dentre todos os animais na face da terra.

Sendo que imediatamente após isso a Torá nos traz os sinais de todos os animais puros que existem sobre a face da terra e “hayá” que significa animal silvestre é somente uma subdivisão dentro dessa categoria, porque então a Torá não usou desde o começo o termo “behemá” que é o termo genérico para animais, mas começou com a subdivisão “hayá” que nesse caso é aparentemente totalmente desnecessária?

Rashi nos conta que a Torá fez questão de usar esse termo por ele significar também palavra “viva”, nos indicando que Hashem te proibiu de comer certas coisas para que você viva!

O Midrash nos traz sobre isso o exemplo de um médico que visitou dois pacientes. Depois de verificar o primeiro paciente o médico disse à sua família que eles podem dar para ele comer tudo o que quiser. Depois de verificar o segundo paciente o médico fez uma lista do que é permitido para ele comer e o que é proibido.

Aparentemente poderíamos pensar que o primeiro paciente estava em uma situação muito melhor do que o segundo, mas quando perguntaram isso para o médico todos ficaram espantados em saber que era exatamente o contrário.

O primeiro paciente, disse o médico, já estava para morrer e não havia como curá-lo, então porque privá-lo de comer algo? Mas o segundo tem a possibilidade de se curar, por isso indiquei para ele o que ele deve comer e do que deve se abster para ficar totalmente saudável.

E esse é o motivo, diz o Midrash, que o versículo usa a palavra “hayá” que significa animal selvagem mas que também significa viva, no lugar da palavra mais correta para esse caso que seria “behemá”,animal, nos indicando que os mandamentos Divinos foram feitos para nos dar vida! Então, vamos cuidar bem de nós próprios e comer somente o que a Torá nos permitiu!

Aprendendo com Moshe Rabeinu como dar uma aula prática

A linguagem que a Torá usa sempre que Moshe fala sobre um animal puro ou impuro é “e este”. Daqui aprendemos que quando Moshe falava o nome do animal, da ave ou do peixe, aquela criatura aparecia milagrosamente na frente dele, ele mostrava ela para o povo e dizia : “esse vocês vão comer” ou “esse vocês não vão comer”.

Nossa Parashá nos conta sobre os sinais de pureza dos animais. Para um animal ser considerado pela Torá um animal puro ele tem que ser ruminante e ter o casco fendido por cima e por baixo.

A Torá nos traz quatro espécies de animais que tem somente um sinal de pureza e determina que eles são impuros por terem somente um sinal de pureza, e daqui concluímos que: “se até o animal que tem um sinal de pureza é classificado pela Torá como animal impuro, quanto mais os animais que não tem nenhum dos sinais de pureza

O que é uma espécie de acordo com a Torá?

Antes do dilúvio vieram para a Arca de Noé pelo menos um casal de cada animal daqueles que não tinham se corrompido. Entre a criação do mundo e a Arca de Noé muitas espécies diferentes de animais se cruzaram entre si dando origem à novas espécies que não entraram na Arca.

Depois do dilúvio, Hashem (D’us) pediu para Noa’h (Noé) deixar os animais saírem da Arca, e nessa ocasião Hashem deu para eles a bênção de se multiplicarem sobre a Terra. Essa benção fez com que espécies corrompidas não tivessem mais continuidade como tinham antes do dilúvio.

As espécies de animais que estavam na Arca receberam essa bênção, mas uma nova espécie que surge como consequência do cruzamento de duas espécies diferentes não herda essa benção, sendo que essa nova espécie não é nem a espécie da mãe e nem a espécie do pai mas sim uma nova espécie.

E sendo que essa nova espécie não existia na Arca de Noé e portanto não recebeu a benção de se multiplicar ela não se multiplica, e por esse motivo ou ela não tem filhotes ou ela tem filhotes não férteis, como é o caso da mula que é o cruzamento do cavalo com a jumenta.

Quatro espécies impuras com um sinal de pureza

Imediatamente após nos trazer os dois sinais de pureza que são a condição para que possamos comer aquele animal ou usar o seu leite, a Torá nos conta sobre quatro espécies de animais que tem somente um desses sinais, e por isso eles são animais impuros e não podemos comê-los, que são:

O “shafan” que é ruminante mas não tem pata fendida.

A “arnevet” que é ruminante mas não tem pata fendida.

O “Gamal” (camelo) que é ruminante mas não tem pata fendida (a pata dele é fendida só por cima mas não é fendida por baixo.

E o “Hazir” (porco) que tem a pata fendida mas não é ruminante.

De acordo com o Shul’han Aru’h que é o código da legislação judaica, o motivo que a Torá nos conta sobre essas quatro espécies de animais que tem um só sinal de pureza é para caso encontrarmos no meio do deserto um animal ruminante com as patas cortadas sabermos se ele é um animal puro ou impuro.

Ou seja, a regra é de que todo animal que rumina tem a pata fendida em cima e em baixo, e a exceção de regra nesse caso são somente as espécies chamadas de Gamal, Shafan e Arnevet que ruminam mas não tem pata fendida em cima e em baixo. Conhecendo essas três espécies e sabendo que o animal que você encontrou não pertence à uma delas, você sabe que ele é um animal puro.

Sendo que a Torá determina que somente essas três espécies ruminam mas não tem pata fendida, a Torá está te dizendo que todos os ruminantes que não pertencem à essas três espécies tem pata fendida.

O mesmo acontece com o porco. A regra é de que todo animal que tem pata fendida em cima e em baixo também rumina, fora a espécie chamada de Hazir (porco). Ou seja, tanto o porco quanto todo o animal que se cruzar com ele e tiver com ele um filho fértil, o que para nós vai determinar que ele é uma raça da espécie “porco”.

Portanto se você encontrar um animal com a pata fendida e tiver dificuldade em identificar se é ruminante, se você conhece o porco em todas as suas versões e sabe que esse animal de pata fendida não é o porco, você sabe que ele é um animal ruminante.

Sendo que o camelo pode se cruzar com o dromedário, lhama, alpaca, vicunha e guanaco gerando filhos férteis como foi constatado em uma experiência feita por uma veterinária inglesa nos Emirados Árabes, quando a Torá fala sobre o fato de a espécie “camelo” ser ruminante mas não ter a pata fendida (não é fendida por baixo) e portanto ser um animal impuro, a Torá inclui todas “raças” dessa espécie, ou seja, todos os animais que se cruzam com o camelo e tem filho fértil.

Eliezer ben Yehuda foi o autor do hebraico moderno. Ele definiu o shafan e a arnevet no seu dicionário da língua hebraica como coelho e lebre que sempre foi o clássico erro da tradução cristã da Bíblia para as línguas europeias.

Sendo que o coelho e a lebre pelo fato de não serem ruminantes mas sim roedores ou logomorfos, e também pelo fato de se cruzarem entre si e terem filho fértil o que determina para nós que eles são duas raças de uma mesma espécie, absolutamente eles não são o shafan e a arnevet que são duas espécies distintas e são ruminantes, e não roedores ou logomorfos.

O fato de as vezes os coelhos comerem a própria excreção não os torna ruminantes sendo que o porco também faz isso e a Torá determina que ele não é ruminante.

As características dos roedores e logomorfos existem em centenas de espécies e não em apenas na do coelho e lebre, e o shafan e a arnevet da Torá são espécies únicas, determinando explicitamente que coelho e lebre não são o Shafan e a arnevet.

A Guemará nos conta que o fato de a Torá nos revelar que dentre todos os animais do mundo existem somente quatro espécies com somente um sinal de pureza deve ser usado como resposta para aqueles que não acreditam que D’us nos deu a Torá mas que foi o próprio Moshe (Moisés) que a escreveu.

Porque sendo que Moshe não tinha como verificar todos os animais que existem no mundo, ele não teria como saber que existem somente quatro espécies com um único sinal de pureza, e essa é a prova de que a Torá é Divina.

E aí vem o ben Yehuda e coloca no dicionário do hebraico moderno que shafan e arnevet são coelho e lebre porque a igreja traduziu assim…

Algumas traduções da Torá já tentaram corrigir esse erro trazendo outras opções para o shafan e a arnevet, mas o certo é transliterar as palavras shafan e arnevet e colocar no rodapé da página as especulações de que talvez o shafan seja isso e a arnevet seja aquilo, mas não determinar nada, sendo que durante a nossa história mantivemos o acompanhamento do camelo e do porco mas perdemos o acompanhamento desses dois animais que nem temos como saber se eles já se extinguiram ou não.

O Gamal nos acompanhou desde a época da Torá. É a espécie que inclui todos os camelídeos que se cruzam entre si e tem filhos férteis. Pelo fato de se cruzarem entre si e terem filhos férteis desses cruzamentos para nós eles são considerados raças dentro de uma mesma espécie que é a espécie chamada pela Torá de “Gamal”. As raças do “Gamal” que conhecemos são o Camelo, o Dromedário e os camelídeos dos Andes como o Lhama, a Alpaca, a Vicunha e o Guanaco

O Shafan e a Arnevet não tiveram um acompanhamento durante as últimas centenas de anos da nossa história, não sabemos que animais são esses e provavelmente não chegaram até os nossos dias. O que sabemos sobre eles é que eles são ruminantes mas não tem o casco fendido.

O erro de tradução da igreja traduzindo o shafan como coelho e a arnevet como lebre é um erro grave sendo que o coelho e a lebre não são ruminantes, e a definição da Torá para ruminante é que ele “faz subir” a comida do estômago para ser mastigada novamente, e o estômago do coelho não tem nenhuma comparação com o estômago dos ruminantes.

O fato de ele mexer a boca constantemente como todos os roedores não torna ele um ruminante, sendo que a Torá leva em conta o fato de a comida subir do estômago e não o jeito de ele mastigar.

O Hazir teve um acompanhamento durante a nossa história e é a espécie representada pelo porco e qualquer animal que se cruze com ele e tenha filhotes férteis que nesse caso também seriam considerados raças dentro dessa espécie

Aves puras e aves impuras

A Torá sempre nos traz a lista do número pequeno. Sendo que os animais puros são uma minoria, a Torá traz os sinais das espécies puras.

O fato de a Torá nos contar sobre as quatro espécies que têm somente um sinal de pureza e determinar que eles são impuros pelo motivo de terem somente um único sinal de pureza e não os dois necessários nos conduz automaticamente para um “Kal VaHomer”, um “quanto mais” em relação aos animais que não tem nem um sinal de pureza.

Ou seja, se até o animal que tem somente um sinal de pureza já é classificado pela Torá como sendo um animal impuro, quanto mais aquele que não tem nenhum sinal de pureza.

No caso das aves o número pequeno são as espécies impuras, que são as 24 espécies enumeradas pela Torá. Sendo assim, se soubéssemos reconhecer essas 24 espécies de aves impuras enumeradas pela Torá saberíamos que todas as espécies de aves fora elas são aves puras

Mas sendo que também as aves não tiveram um acompanhamento durante a nossa história não sabemos hoje quais são as espécies impuras e também para isso não confiamos nas traduções da Torá feitas por outros povos também por “Kal VaHomer”

Ou seja, se nem nós que somos o povo da Torá sabemos hoje quais são as espécies de aves impuras enumeradas pela nossa própria Torá, quanto mais os outros povos que pegaram a nossa Torá e à traduziram sem nos consultar

Peixes

O peixe é um alimento de alta importância na cultura judaica. Por exemplo, no Shabat costuma-se comer peixe por uma série de razões, incluindo razões cabalísticas.

A Guemátria, o valor numérico da palavra “dag” que quer dizer peixe em hebraico é 7, representando o sétimo dia que é o Shabat .

Nossos Sábios nos contam que os peixes foram os únicos animais que não morreram no dilúvio porque eles foram as únicas criaturas a não se corromperam.

Os peixes também representam a alta multiplicação familiar e também a prosperidade. Os peixes nunca fecham os olhos, nos lembrando que nosso Protetor jamais “fecha os olhos” para nós.

Peixe Kasher

A Torá define que para o peixe ser considerado Kasher ele tem que ter os dois sinais de peixes espiritualmente puros que são o “senapir” e a “kaskésset”.

Senapir – são barbatanas ou nadadeiras.

Kaskésset – é um determinado tipo de escamas.

Embora se costume traduzir simplesmente como “escamas”, nem toda “escama” determina a kashrut do peixe.

kaskésset é a escama que é possível ser retirada do peixe, sem que isso danifique a sua pele. Uma escama que rasga a pele do peixe ao ser removida, não é considerada kaskésset.

Por exemplo, os tubarões possuem escamas que parecem unhas e estão presas na pele de forma que, ao arrancá-las, a pele rasga.

Portanto, embora o tubarão tenha escamas, elas não são consideradas kaskésset e por isso o tubarão não é casher.

Outro exemplo são as enguias, que também possuem escamas, mas ao tirá-las a pele se fere. Portanto, não são casher.

A kaskésset também precisa ser grande o suficiente para ser visível a olho nu.

A Torá diz que a kaskésset precisa estar sobre o peixe quando este se encontra debaixo d’água.

Se, ao tirar o peixe d’água, ele perde as escamas ele não deixa de ser um peixe casher por causa disso

Por exemplo, o hering ao sair da água perde as suas escamas e, como sabemos, é um peixe kasher.

O Bagre, não é Kasher por ter somente pele, por ser um peixe sem escamas.

O esturjão (Scaphyrhynchus suttkusi) não é Kasher porque possui escamas do tipo ganóide. Escamas que estão presas de tal forma, que só saem rasgando a pele.

A espécie de peixes brasileiros com o nome científico de Cyphocarax voga tem escamas ciclóides e por isso é Kasher

Geralmente as escamas ctenóides e ciclóides (ex. carpa) atendem aos padrões exigidos pela Halachá. Mas essa regra também tem exceções.

• A Lota-do-Rio (Burbot em inglês, Lota lota em latim) é um peixe que possui escamas do tipo ciclóide mas não é Kasher. Geralmente essa é uma escama considerada “Kasher”, no caso da Lota-do-Rio sendo que elas não saem com facilidade nesse caso o peixe não é kasher!Peixes-espada possuem escamas, porém são tão minúsculas, que não são visíveis a olho nu. Portanto, não são considerados casher.

Um peixe interessante é o Marlin Azul (Makaira mazara). Ele também possui umas escamas pequenas que estão presas muito de leve na pele. Possui uma camada transparente sobre as escamas.

Segundo a OU, este peixe foi levado ao Rav Elyashiv zts”l que o aprovou como casher.

O tubarão e a enguia não são Kasher por terem escamas ganóides ou placóides.

Pelo fato de as escamas ganóides ou placóides. serem muito inseridas na pele do peixe elas deixam de ser consideradas kaskésset sendo que ao tirá-las fere-se a pele

Conclusão:

Não podemos nos basear na Ictiologia (ramo da zoologia voltado ao estudo dos peixes) determinar se um peixe é Kasher ou não, sendo que não depende somente do tipo de escamas mas também do tamanho e do nível de aderência dela ao corpo do peixe.

Sendo que a Torá e a ictiologia classificam as escamas de acordo com regras e critérios diferentes e não é possível de acordo com a ictiologia especificar qual tipo de escama é kasher, cada peixe precisa ser analisado separadamente e de acordo com a hala’há, de acordo com a lei judaica.Nossos Sábios ensinam que todo peixe que possui escamas, possui obrigatoriamente barbatanas. Portanto, se queremos saber se um peixe é kasher, basta procurar por escamas.

É recomendável checar a existência de escamas na parte superior (dorso) ou ao lado das guelras ou no encontro do corpo com o rabo. Basta raspar, por exemplo, com a unha, a pele (no sentido rabo-cabeça) e perceber se as escamas são removidas com facilidade sem ferir a pele do peixe.

Nossos Sábios ensinam que todo peixe que possui escamas, possui obrigatoriamente barbatanas. Portanto, se queremos saber se um peixe é kasher, basta procurar por escamas.

É recomendável checar a existência de escamas na parte superior (dorso) ou ao lado das guelras ou no encontro do corpo com o rabo. Basta raspar, por exemplo, com a unha, a pele (no sentido rabo-cabeça) e perceber se as escamas são removidas com facilidade sem ferir a pele do peixe.

Porque não podemos confiar em uma “Lista de peixes Kasher”?

Nós conhecemos e compramos os peixes pelos seus nomes populares. Porém, o nome popular não é suficiente sendo que, em muitos casos, para cada nome popular são associados inúmeros peixes com nomes científicos diferentes, e alguns deles são kasher e outros não.

Portanto, o nome popular não basta, e pedir na peixaria pelo nome científico não é possível.

Por isso, é importante ver o peixe e verificar a existência de escamas que se destacam do peixe sem arrancar a pele dele junto.

Mesmo se o nome do peixe estiver escrito na plaquinha de mostruário que o acompanha, ainda assim você ainda tem que verificar que tipo de escamas ele tem. Depois de fazer isso muitas vezes e você se familiarizar com aquele tipo de peixe, é o suficiente olhar para ele para reconhecê-lo.

Mesmo conhecendo o nome de um peixe kasher, não se pode comprar um peixe sem pele, ou seja, que você não tem como saber se ele tinha escamas ou não, que não possua hashga’há, selinho de supervisão rabinica.

Isto porque é possível que não estejam vendendo, de fato, aquele peixe que o cliente está pedindo.

Por exemplo, há carpas que são kasher e há as que não são.

Como saber se um peixe que perdeu suas escamas era um peixe Kasher?

Peixe que Perde as Escamas

Num peixe que perde escamas ao sair da água, avaliamos de outra forma para saber se é casher.

Um praticante da Torá, ”entendido” em peixes, pode verificá-lo e, baseado em seu conhecimento, dizer se este é um peixe kasher.

Isto só pode ser feito se o peixe estiver com a pele, para que se possa reconhecê-lo.

Todo peixe vendido sem pele (ou com pele, sem que seja possível perceber que tinha escamas – na ausência do “entendido” acima citado) só pode ser comprado com hashgahá e lacrado.

Vários lugares vendem peixes com sabor semelhantes como sendo o mesmo peixe. Da mesma forma, em restaurantes, muitas vezes servem peixes com mesmo sabor ao descrito no menu e não, obrigatoriamente, é aquele citado.

Vários peixes são muito caros e, para baixar o custo, coloca-se outro semelhante.

ABATE DE PEIXES

Os peixes não precisam passar por qualquer abate específico. Da mesma forma, não é necessário salgar a sua carne, pois não há proibição de comer o sangue que sai do peixe.

PEIXES DEFUMADOS

Podemos comprar um peixe fresco em qualquer lugar sendo que podemos verificar se suas escamas são arredondadas e se destacam da pele com facilidade sem arrancar um pouquinho da pele junto com elas.

Se a barriga do peixe foi cortada na fábrica e suas entranhas retiradas, você pode comprar esse peixe e depois cortar com a sua faca um milímetro do local em que ele foi cortado com a faca não identificada. Ou seja, tirar uma casca de toda a extensão cortada pela faca da fábrica.

O peixe defumado, precisa de supervisão rabinica sendo que o mesmo equipamento em que se preparam peixes não casher, como por exemplo, o esturjão pode ter sido usado para defumar um peixe kasher, causando dessa maneira que ele deixasse de ser Kasher.

Peixes enlatados em pedaços ou em forma de patê

Qualquer produto processado de peixes, só pode ser consumido se for possível reconhecer o peixe conforme as regras vistas acima, ou se possuir hashgahá, o selo do Rabino garantindo a Kashrut e autenticidade daquele produto.

Além disso, precisamos levar em consideração que os demais ingredientes podem não ser kasher. Portanto, não se pode consumir nenhum peixe industrializado sem a hashgachá que é a supervisão rabinica que pode aparecer impressa no produto ou em uma lista de produtos liberados sem precisar de supervisão.

Ovas de peixe

Só são permitidas ovas de um peixe casher. O costume é permitir ovas vermelhas e proibir as pretas, pois nossos sábios verificaram que não há ovas vermelhas provenientes de peixes proibidos. Por isto, permitimos apenas o caviar vermelho. Há quem sustente ser necessária supervisão mesmo no caso do caviar vermelho.

É permitido comer caviar vermelho pintado de preto, desde que os corantes e demais aditivos não apresentem problemas de cashrut.

VERMES DOS PEIXES

Certos tipos de peixes podem conter vermes.

Um cuidado que deve-se ter é a observação dos peixes, pois alguns costumam ter vermes compridinhos, principalmente na cabeça, espinha e às vezes até na carne, o que o torna proibido ao consumo, conforme a Halahá. Portanto, devemos ter o cuidado de verificá-los e limpa-los.

Devemos olhar minuciosamente o peixe cru para constatar sua pureza com relação aos vermes . Se você for comprar o peixe em uma peixaria que vende todo tipo de peixe, você deve levar sua própria tábua e facas à peixaria além de assistir a limpeza e corte do peixe

Neste caso é aconselhável procurar por uma autoridade rabínica para saber como proceder. Há lugares onde a água é tratada, o que evita o crescimento de vermes nos peixes, facilitando assim o seu consumo.

Comprando peixe em peixaria

Ao comprar peixe em peixarias, conforme a OU, são necessários alguns cuidados:

• Pedir ao peixeiro que lave bem a faca antes de cortar o seu peixe (ou possuir uma faca própria).

• Cobrir a tábua sobre a qual for cortar o peixe (ou levar tábua própria)

. • Se o peixeiro for retirar a pele do peixe, o comprador não pode deixar de acompanhar o corte do peixe até ser entregue em suas mãos.

Deixar de supervisionar, pode ser um grande problema.

Apesar disso, se não há motivo para suspeitar que ele trocou o peixe que foi escolhido, poderá comer deste peixe – se, sem querer, deixou de acompanhar.

• Pode-se pedir ao peixeiro que deixe sobrar em cada pedaço um pouco de pele, de forma que dê para reconhecer que é um peixe casher. Neste caso, não será necessário ficar supervisionando.

• Se o peixeiro cortou o peixe sem ter lavado a faca, ou colocou em cima da tábua suja – é preciso raspar o peixe com uma faca de fio (sem serra) para retirar a camada externa do peixe.

Lembre-se: Na peixaria, você é o supervisor do seu peixe!

Curiosidade:

Embora normalmente um peixe comprado sem pele, que não foi acompanhado por um supervisor, não possa ser consumido, há uma exceção: a OU permite o uso de salmão fresco, mesmo sem pele, pois apenas o salmão, a truta salmonada e, eventualmente, algum tipo de carpa, têm carne cor de salmão.

Conforme pesquisa da OU, não há nenhum outro peixe no mercado que tenha esta cor e tonalidade.

O que dá esta tonalidade ao salmão é a astaxantina, da família dos carotenóides. Esta família de químicos dá a tonalidade amarelada, alaranjada ou avermelhada aos alimentos tais como: tomates, cenouras, damascos, abóboras e batata doce.

Logicamente, estes carotenóides são muito mais do que corantes; eles são essenciais à vida. Os carotenóides estão associados a uma melhor resposta imunológica, possuindo propriedades antioxidantes e anti cancerígenas, além de ser a fonte de vitamina A para o corpo.

O excesso de carotenóides, que o corpo não precisa para funções vitais, é acumulado e armazenado, em diferentes partes do corpo, variando de criatura para criatura.

No salmão e truta, é armazenado no tecido muscular, tornando a carne rosada. Isso, independentemente se for astaxantina natural (extraída de camarão, lagosta, plânctons e algas) ou se for artificial. A pele destes, por outro lado, se manterá na cor cinzenta. Os demais peixes não acumulam carotenóides em sua carne, por isso, não há outro peixe de carne rosada-avermelhada.

Vale notar que o homem armazena carotenóides, entre outros lugares, na pele. Mas, não há acúmulo significativo na carne. Por isso, uma pessoa que come quantidades excessivas de frutas amarelas e laranjas, pode ficar com aparência amarelada (ictérica).

A astaxantina não modifica a cor da pele do salmão, assim como não muda a cor de nossa carne e dos demais peixes.

Os salmões de criação ficariam com a carne branca, uma vez que nas criações não existem os alimentos que são comuns para o salmão nos mares e rios. Ninguém compraria salmão branco. Por isso, os cultivadores dão alimentação rica em astaxantina aos salmões, para que fiquem com a carne rosada.

Portanto, a OU considera a cor rosada uma prova clara que o peixe é casher. Esta lei é baseada na lei que o Shulchan Aruch traz sobre ovas vermelhas. O Shulchan Aruch diz que não há ovas vermelhas de peixe não casher e por isso pode-se consumir qualquer ova de peixe que seja vermelha.

Esta curiosidade, de acordo com a OU, de preferência, deve ser usada apenas entre os entendidos em peixes. Para o público geral, recomenda-se que o salmão somente seja adquirido quando a pele estiver intacta, com as escamas (como visto acima). Se for manipular qualquer peixe, deve-se levar a faca e tábua casher

Proibido – Comer peixes sem escamas nem nadadeira dorsal, como por exemplo o bagre, o pintado e o cação

FRUTOS DO MAR

É expressamente proibido comer frutos do mar, ou seja, nunca coma ostras, polvos, moluscos, camarão, caranguejo, siri, lagosta, ou qualquer outro “fruto do mar”.

ALGAS MARINHAS

É permitido comer alga marinha mas verifique detalhadamente se não tem algum camarãozinho ou coisa parecida grudado nela

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“KASHER” E KASHER LEPESSACH”

HAMETZ E MATZÁ

Durante os oito dias da festa de Pessa’H não podemos nem comer e nem possuir nenhum tipo de “Hametz”.

hamêts é qualquer comida ou bebida feita à base de trigo, centeio, cevada, aveia, espelta, ou de seus derivados fermentados, mesmo que em quantidade mínima.

A única exceção para o uso desses cereais em Pessah é a Matzá, que é o pão não fermentado porque foram tomadas precauções especiais para assá-la em 18 minutos. Ou seja, antes que pudesse fermentar

Muitos produtos industrializados chegam à nós com o selinho “Kosher” muitas vezes impresso na própria embalagem. Isso quer dizer somente que eles são Kasher quase o ano inteiro….. mas isso ainda não quer dizer que esses produtos são Kasher para Pessa’h, mas ao contrário, eles podem conter Hametz e derivados de Hametz.

Em Pessah temos que comer Matzá, mas não qualquer Matzá, porque se não foram tomados cuidados estritamente minuciosos na fabricação da Matzá para evitar o início do processo de fermentação ela também é considerada hamêts. Por isso a Matzá que comemos em Pessa’h tem que ser uma Matzá “Kasher LePessa’h”

Para um alimento industrializado poder ser consumido em Pessah ele deve ser Kasher para Pessah e deve ter um selinho de “Kasher LePessah” ou constar em uma lista de produtos liberados para Pessah.

Então vamos evitar nesses oito dias qualquer produto industrializado e fazer o nosso Pessa’h o mais natural possível!

Vamos comprar para Pessah carnes, aves, peixes, todas as frutas e todos os vegetais.

Se você é um judeu de origem européia, o costume dos Ashkenazim é de não comer milho, feijões, ervilhas, arroz e outros grãos sendo que eles eram transportados nos mesmos sacos usados para transportar o trigo e se misturavam.

Sendo assim os judeus europeus assumiram esse rigor de não comer grãos em Pessa’h, mesmo eles não sendo Hametz.

Shabat Shalom
Rabino Gloiber
Sempre rezando por você

www.RabinoGloiber.com

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